economia
Itapema e BC são as que mais empregam; indústria tem quase 37 mil vagas na região
Setor da construção civil apresentou saldo de 4685 vagas até setembro
João Batista [editores@diarinho.com.br]
A força da construção civil na economia da região se mostra na empregabilidade do setor. Conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) até setembro, as cidades da Amfri têm 36.830 pessoas empregadas na construção civil. No período, foi registado saldo positivo de 4685 contratações.
Itapema, Balneário Camboriú e Itajaí, que lideram a valorização imobiliária no país, também são as cidades que mais empregam. Itapema está à frente, com 9962 empregados e 1759 vagas criadas até setembro. Em seguida, vem Balneário Camboriú, com estoque de 7743 postos de trabalho no setor e mais de mil vagas novas. Em Itajaí, são 6411 empregados e saldo de 605 novas contratações.
As belezas naturais, a localização estratégica e a qualidade de vida são fatores que colocam as cidades na vitrine nacional para os negócios imobiliários, movimentando uma cadeia produtiva que abrange fornecedores, construtores, corretores e prestadores de serviços. O desenvolvimento do setor também reflete em empreendimentos diferenciados, que atraem tanto investidores como moradores.
Itajaí no ranking de valorização
Em Itajaí, a construção civil tem se destacado como um dos principais motores da economia. A cidade chegou a ficar na 5ª posição no ranking nacional da pesquisa FipeZap dos municípios com o metro quadrado residencial mais valorizado. Na última pesquisa, em outubro, Itajaí se manteve no top 5 da lista, à frente de São Paulo e Rio de Janeiro, com preço médio de R$ 11.628 e valorização acumulada de 9,85% no ano.
Os empregos no setor acompanham a alta da valorização. Segundo números divulgados pelo Sinduscon da Foz do Rio Itajaí, com base nos dados do Caged, em 2020 a construção civil tinha 4066 pessoas formalmente empregadas em Itajaí. Na comparação com o estoque atual, de 6,4 mil empregos, a alta foi de 57,6%.
Conforme o sindicato, a empregabilidade tem crescido gradualmente na cidade. O estoque de 4066 empregos em 2020 passou para 4625 em 2021. Em 2022, foram 5113 trabalhadores, total que avançou pra 5806 em 2023. O ritmo mostra uma média de 12% de crescimento de empregos ao ano.
Nas cidades vizinhas que integram a base territorial do Sinduscon de Itajaí, a construção civil também é destaque na economia, gerando empregos e novas oportunidades de negócios. Em Navegantes, o estoque atual de empregos no setor é de 3511. O crescimento foi de 162% em relação ao total em 2020 (1340 vagas).
Em Penha, o estoque de empregos passou de 317, em 2020, para 893 neste ano, numa alta de 181%. Balneário Piçarras, que também reflete o crescimento do setor, passou da marca de mil empregados na construção civil. Até setembro, a atividade tinha 1101 empregos, o dobro do estoque em 2020, que era de 543 empregos.
Balneário Camboriú e Itapema no topo da valorização
Balneário se mantém na liderança nacional de valorização imobiliária. A cidade com o metro quadrado mais caro do país tem alta acumulada de 6,86% em 2024 e chegou em outubro ao preço médio de R$ 13.700, conforme o índice FipeZap. A diferença para Itapema, vice-líder no ranking, é de apenas R$ 38. Vitória (R$ 11.702), Florianópolis (R$ 11.670) e Itajaí (R$ 11.628) completam o top 5 da lista.
Na questão de empregos na construção civil, Balneário e Itapema têm posições invertidas. A cidade da Costa Esmeralda lidera o estoque de empregos, com 9962 trabalhadores no setor e saldo de 1759 novas contratações neste ano. Balneário Camboriú é a segunda maior empregadora, com 7743 empregos na construção civil – número recorde desde 2020 – e saldo de 1172 novas vagas. Os dados são do Caged, até setembro.
Em Porto Belo, que pega “carona” na pujança da vizinha Itapema, as contratações no setor também foram alavancadas, com mais de dois mil trabalhadores na atividade. As principais obras são na praia do Perequê, no limite com a Meia Praia, entre as áreas mais valorizadas de Itapema.
Com a construção bombando na região, a escassez de mão de obra é um problema enfrentado pelas empresas, que não conseguem recompor seus quadros conforme a demanda. “A dificuldade de mão-de-obra não acontece só em BC e nem só em Santa Catarina. A construção civil nas regiões Sul e Sudeste acelerou muito e não teve recomposição de pessoal”, comentou o presidente do Sinduscon de BC e Camboriú, Carlos Haacke.
Segundo ele, hoje as duas cidades têm uma defasagem de 600 vagas. Um dos motivos é porque não se consegue mais trazer o pessoal que antes vinha do Norte e Nordeste. O presidente também admite que falta moradia para os trabalhadores vindos de fora, o que faz que eles migrem para outras cidades.
Camboriú chega a 3,6 mil trabalhadores na construção
Cidade com o maior crescimento de população em Santa Catarina, conforme o Censo 2022, Camboriú também registra alta expressiva na geração de empregos, com destaque para a construção civil. O setor já emprega 3672 pessoas, com 539 novas vagas geradas neste ano.
Em 2023, a cidade fechou o ano como a terceira do estado no saldo de geração total de empregos, entre os 20 maiores municípios catarinenses. Além disso, em um ano, foram 2680 novas empresas abertas em Camboriú.
“A criação de empregos não só beneficia os moradores locais, mas também atrai trabalhadores de outras regiões, contribuindo para o crescimento demográfico e econômico do município”, destacou a prefeitura.
Empregos na construção civil na Amfri:
- Itapema: 9962
- BC: 7743
- Itajaí: 6411
- Camboriú: 3672
- Navegantes: 3517
- Porto Belo: 2088
- Balneário Piçarras: 1101
- Bombinhas: 1023
- Penha: 893
- Ilhota: 326
- Luiz Alves: 95
Fonte: Caged até setembro/2024