A operação Mãos Leves, que investiga fraudes nas máquinas de bichinhos de pelúcia, teve ordens judiciais de busca e apreensão em Itapema e em Tijucas na quarta-feira, pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Em Itapema foram dois mandados cumpridos e, em Tijucas, mais um, com apoio da Polícia Civil de Santa Catarina.
A polícia acredita na participação de organizações criminosas nas fraudes, inclusive com relação da milícia e do jogo do bicho. As suspeitas recaíram também contra o jogador Neymar, que ...
A polícia acredita na participação de organizações criminosas nas fraudes, inclusive com relação da milícia e do jogo do bicho. As suspeitas recaíram também contra o jogador Neymar, que aparece na página oficial do grupo investigado segurando um urso de pelúcia, que seria parte de uma campanha publicitária.
A assessoria do jogador divulgou não ter conhecimento da empresa e negou qualquer ação comercial com o grupo.
No total, foram 19 ordens judiciais, a maioria na cidade do Rio de Janeiro e na região da Baixada Fluminense, contra pessoas e empresas suspeitas de adulteração das máquinas.
Nos endereços das batidas, a polícia apreendeu máquinas de bichos de pelúcias piratas, celulares, computadores, notebooks, tablets, documentos e uma arma em um galpão na Penha, zona norte do Rio de Janeiro.
O material apreendido estava em um galpão na capital fluminense, que funcionaria como sede da Black Entertainment.
Não foi divulgado que tipos de materiais foram recolhidos em Santa Catarina. As buscas seriam pra reunir provas adicionais contra os investigados no esquema. Essa foi a 2ª fase da operação, com uma 1ª fase ainda em maio.
Na investigação, as Black Entertainment e a London Adventure são acusadas de usar bonecos fakes de personagens de marcas conhecidas nas máquinas de bichinhos.
“Golpe da garra fraca”
A partir do depósito no Rio de Janeiro, o grupo distribuía as pelúcias para máquinas espalhadas em shoppings da região metropolitana do Rio. Os investigados também teriam criado um esquema de adulteração das máquinas, praticando o “golpe da garra fraca”. A perícia nos equipamentos constatou a fraude.
Segundo a polícia, os bonecos têm um sistema eletrônico de contador de jogadas e, conforme programação feita pelo operador das máquinas, é liberada uma corrente elétrica que permite gerar potência suficiente pra que a pessoa capture o bichinho de pelúcia somente após um determinado número de tentativas.
Caso esse número de jogadas não seja atingido, a corrente elétrica gera uma potência insuficiente para pegar o bicho de pelúcia, que “escapa” das garras do equipamento. Conforme a polícia, “o esquema é um processo fraudulento para enganar os consumidores, que acreditam que a obtenção do prêmio depende da sua habilidade ao operar a máquina para pegar os bichinhos de pelúcia”.