Após registros nas praias de Laranjeiras, em Balneário Camboriú, e em praias de Florianópolis, o fenômeno da bioluminescência de algas também foi visto em praias de Itajaí, Penha, Balneário Piçarras e Barra Velha. As imagens têm sido compartilhadas por moradores nas redes sociais, mostrando o rastro de luz azul percebido, principalmente, na zona de arrebentação das ondas.
A capacidade de bioluminescência é mais comum em seres vivos marinhos, como plânctons e espécies de algas. Eles produzem uma luz fria e visível graças à atuação de uma enzima que reage ...
A capacidade de bioluminescência é mais comum em seres vivos marinhos, como plânctons e espécies de algas. Eles produzem uma luz fria e visível graças à atuação de uma enzima que reage no organismo e libera energia.
A luz emitida pode ter cores variadas, mas a azul é a mais comum. A bioluminescência pode ter função de defesa contra predadores ou de atração de parceiros.
Em Itajaí, o fenômeno foi registrado na Praia Brava, em vídeo compartilhado pela protetora de animais, maquiadora e professora Melissa Menezes. Ela enfrentou o frio pra “caçar” as ondas luminosas no início da madrugada desta sexta-feira.
“A bioluminescência é um fenômeno que pode ser causado por plânctons, que seria um sinal de água limpa, mas pode ser também por bactérias, por fungos, algumas algas e até alguns peixes e crustáceos”, comentou.
Na quarta-feira, o espetáculo foi registrado na praia de Itajuba, em Barra Velha, pela servidora pública Cara Damas. Em Balneário Piçarras, o mar ficou neon em trecho da orla no bairro Itacolomi e na praia Central, com registros na noite de quinta-feira. Já em Penha, foi vista na praia de Armação. Os casos de bioluminescências no litoral catarinense estão ligados à ocorrência da chamada “maré vermelha”, provocada pela floração de microalgas.
Durante o dia, locais com a concentração dos microrganismos aparecem com manchas alaranjadas. À noite, o brilho azul ocorre com o estímulo pelo movimento das ondas ou mesmo se alguém jogar uma rede ou algum objeto na água, como registro feito na praia de Laranjeiras.
No local foram identificadas algas da espécie noctiluca scintillans, um dos tipos com capacidade de bioluminescência, também observadas em Floripa.
Segundo técnicos do Instituto do Meio Ambiente de SC (Ima) e da Cidasc, que monitoram as florações de “marés vermelhas” no estado, a multiplicação das algas no litoral catarinense tem a ver com uma combinação de fatores meteorológicos e oceanográficos, com o excesso de chuva e a direção das correntes marítimas, que estão “empurrando” a “maré vermelha” para SC.
As espécies de microalgas em amostras de água coletadas pelos órgãos não são de tipos que causam problemas à saúde humana. Há preocupação, porém, com as áreas de cultivo de mexilhões e ostras. Isso porque o acúmulo de algas pode produzir toxinas nos moluscos, comprometendo o consumo. Até o momento, não há áreas de cultivo interditadas devido à “maré vermelha”.