cultura

Maracatu do Baque Virado trouxe prática ancestral e empoderamento às mulheres

Cultura afro-brasileira pode ser praticada em Balneário Camboriú

Baque Mulher hoje reúne mais de 60 mulheres da região (Foto: Divulgação)
Baque Mulher hoje reúne mais de 60 mulheres da região (Foto: Divulgação)
miniatura galeria
miniatura galeria
miniatura galeria

O maracatu é uma tradição afro-brasileira e um movimento da cultura popular que envolve música, dança e história. O ritmo chegou ao Brasil com os negros escravizados e por séculos os homens dominaram os instrumentos. Até que em 2008, a mestra Joana Cavalcante, de Recife (PE), decidiu criar o Baque Mulher, um movimento de mulheres batuqueiras que buscava o empoderamento feminino, o combate às opressões, a solidariedade em comunidade e o acolhimento a crianças e adolescentes.

O Baque Mulher chegou a Santa Catarina por Balneário Camboriú, mais precisamente pelo bairro da Barra, em 2018, trazido por batuqueiras que conheceram o coletivo em Recife. Hoje, reúne mais de 60 ...

Já tem cadastro? Clique aqui

Quer ler notícias de graça no DIARINHO?
Faça seu cadastro e tenha
10 acessos mensais

Ou assine o DIARINHO agora
e tenha acesso ilimitado!

O Baque Mulher chegou a Santa Catarina por Balneário Camboriú, mais precisamente pelo bairro da Barra, em 2018, trazido por batuqueiras que conheceram o coletivo em Recife. Hoje, reúne mais de 60 mulheres e o grupo também tem um braço em Itajaí, além de ações em cidades de toda a região.

Continua depois da publicidade

A jornalista gaúcha Vanuza Azevedo explica que o Baque Mulher usa o maracatu como uma ferramenta para aproximar as mulheres e promover o empoderamento. “Também é uma forma de dizermos não a todo e qualquer tipo de violência que a mulher venha a sofrer, seja física ou psicológica, assim como uma forma de dizer não ao preconceito e discriminação de gênero, e às intolerâncias raciais e religiosas”, explica. Ela mora há dois anos em Balneário Camboriú e conta que foi no Baque Mulher que encontrou o acolhimento que precisou ao se mudar para uma cidade desconhecida. “E homem no grupo é só pra carregar caixas pesadas e fazer a segurança das batuqueiras”, conta.

 

Juntas sempre

Aqui vale o velho jargão de que ‘a união faz a força’. “Ser Baque Mulher é se dedicar à coletividade, à construção, à quebra do paradigma dessa competitividade que existe entre as mulheres. É mostrar que a gente consegue viver em coletivo e que a união nos fortalece a enfrentar nossos desafios, cada uma com a sua realidade”, explica a oceanógrafa Mariana Paul de Souza Mattos. Ela iniciou no Baque Mulher Balneário Camboriú em 2018 e garante que o coletivo possibilita que a mulher aprenda com suas ancestrais a força de viver em comunidade.

Já a servidora pública Ligia Deboni Piazza conheceu o Baque Mulher em 2015, no carnaval de Recife. Ela então começou a ler e acompanhar o surgimento do coletivo em outras regiões do Brasil. No entanto, embora participasse de algumas oficinas e ações em Balneário Camboriú, ela só ingressou no movimento com a expansão do grupo para Itajaí, em 2022. Ligia mora em Navegantes e a distância a impedia, na época, de participar de todas as ações do Baque.

 

Rosa e laranja presentes em 35 filiais

Continua depois da publicidade

Mariana explica que o movimento de empoderamento feminino Baque Mulher - Feministas do Baque Virado teve suas raízes plantadas por uma mulher negra, mãe de santo do terreiro de candomblé Ylê Ashé Oxum Deym, na periferia de Recife, em Pernambuco. Atualmente, são 35 filiais ativas no Brasil, Portugal e Bélgica. O coletivo, conduzido exclusivamente por mulheres, traduz a cultura ancestral e negra pelos quatro cantos. As cores que identificam o Baque Mulher são rosa e laranja, simbolizando as orixás de guerra, Yansã e Obá, guardiãs do movimento.

Há seis anos atuando em Balneário Camboriú e na região, o maracatu do Baque Mulher reúne centenas de mulheres, batuqueiras ou não, em oficinas de maracatu em espaços públicos. São vivências em escolas, centros comunitários, entidades de apoio a mulheres em vulnerabilidade social. Além de difundir o maracatu, fomenta debates sobre o protagonismo das mulheres na cultura popular, direitos das mulheres, combate à violência de gênero e intolerância religiosa.

Continua depois da publicidade

“O Baque Mulher me mostrou a possibilidade de construir com mulheres a força para ajudar outras mulheres, para empoderar, para que a gente saiba que pode tocar, cantar, mas que também pode se livrar dos relacionamentos difíceis, abusivos”
Mariana Paul de Souza Mattos






Conteúdo Patrocinado



Comentários:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Clique aqui para fazer o seu cadastro.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

WhatsAPP DIARINHO

Envie seu recado

Através deste formuário, você pode entrar em contato com a redação do DIARINHO.

×






216.73.216.51


TV DIARINHO


🕵️‍♂️🌊 MISTÉRIO NO RIO PARATI! | O corpo do pescador Antônio Carlos, de 45 anos, foi encontrado neste ...



Especiais

Afinal, quanto dinheiro o Brasil recebeu de financiamento climático?

CLIMA

Afinal, quanto dinheiro o Brasil recebeu de financiamento climático?

Boulos substitui Macêdo com desafio de levar temas sociais para Secretaria da Presidência

ESCALA 6X1

Boulos substitui Macêdo com desafio de levar temas sociais para Secretaria da Presidência

O plano do governo para manter territórios indígenas seguros

E depois da desintrusão?

O plano do governo para manter territórios indígenas seguros

Do palco de Mariah Carey às mudanças climáticas

Ilha do Combu

Do palco de Mariah Carey às mudanças climáticas

Por que a Espanha avança e o Brasil caminha para mais restrições?

Debate do aborto

Por que a Espanha avança e o Brasil caminha para mais restrições?



Blogs

Padre Fábio de Melo no Natal de Itajaí

Blog do JC

Padre Fábio de Melo no Natal de Itajaí

Orgulho para a Univali e Santa Catarina

Blog do Magru

Orgulho para a Univali e Santa Catarina



Diz aí

"O Metropol era o melhor time do estado. O Marcílio era o segundo"

Diz aí, Anacleto!

"O Metropol era o melhor time do estado. O Marcílio era o segundo"

"Tem que entregar. Ninguém está garantido nesse governo. Nem nós."

Diz aí, Rubens!

"Tem que entregar. Ninguém está garantido nesse governo. Nem nós."

“Acho que a atividade-fim tem que se manter 100% pública, que é a educação”

Diz aí, Níkolas!

“Acho que a atividade-fim tem que se manter 100% pública, que é a educação”

"Nosso projeto é de clube formador, de dar oportunidades aos jovens talentos"

Diz aí, Bene!

"Nosso projeto é de clube formador, de dar oportunidades aos jovens talentos"

“O gargalo que a gente enfrenta é a mão de obra e a qualificação da mão de obra”

Diz aí, Thaisa!

“O gargalo que a gente enfrenta é a mão de obra e a qualificação da mão de obra”



Hoje nas bancas

Capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.