"O prefeito foi sete vezes a Dubai, em um ano, mas não se tem notícia de ter se reunido em um bairro de Balneário Camboriú”
Pré-candidato a prefeito pelo PSB
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Quatro vezes vereador em Balneário Camboriú, suplente de deputado estadual e secretário municipal e estadual. Com essa trajetória, Claudir Maciel retorna à política em 2024, após ficar oito anos afastado da corrida eleitoral. Natural do oeste catarinense, mas morador de BC desde os oito anos de idade, o pré-candidato a prefeito diz que não precisa de GPS para andar na cidade, não precisa do pai ou de qualquer outra pessoa para ajudá-lo a resolver os problemas do município. À jornalista Franciele Marcon, Claudir falou sobre o motivo do seu retorno à política este ano, abordou a necessidade urgente de BC redistribuir riquezas, de fazer mudanças no Plano Diretor e investimentos em moradia social para devolver a cidade aos moradores. Destacou as “rasteiras” que levou do União Brasil e do PSD que o fizeram retornar para o seu antigo partido, o PSB. Também critica que Balneário Camboriú é governada há 30 anos pelo mesmo grupo político e que a cidade necessita de uma mudança porque, afinal, “não tem dono”. As imagens são de Fabrício Pitella. O conteúdo completo, em áudio e vídeo, você confere no portal diarinho.net
DIARINHO: O senhor tem mais de 20 anos de vida política, com quatro mandatos na Câmara e um de suplente de deputado estadual. Qual o seu projeto mais importante no legislativo?
Claudir Maciel: Eu apresentei quase 500 projetos de lei, 86 se transformaram em leis. Entre eles, um dos pioneiros, no meu primeiro mandato, foi o que criou o Serviço de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência. Teve o projeto que acabou com a Lei dos Marajás. Tinham pessoas que deveriam ganhar R$ 2500 e estavam ganhando R$ 30, 40 mil, baseados nessa lei. Eles eram alçados a um cargo de diretor ou de secretário e incorporavam 20% do salário ao ano. Saíam de R$ 2 mil para R$ 20 mil. Tinha outra lei que dava os triênios. Ao invés de ganhar a cada três anos 10% em cima dos R$ 2 mil de salário base, eles passavam a ganhar em cima dos R$ 20 mil. Estava virando uma bola de neve. Sou autor da lei que criou o Centro de Zoonoses, dando à prefeitura a responsabilidade de cuidar dos animais de rua como uma política pública. Ajudei a fundar a Viva Bicho, também através dessa lei se estabeleceu um convênio que permite auxiliar, ainda que timidamente, a política dos animais de rua. Nós temos que ampliá-la. Sou autor da lei que criou o Conselho Municipal de Segurança, que futuramente deu origem à secretaria de Segurança e depois criou-se a Guarda Municipal. Também sou autor da instituição da TV Câmara, quando fui presidente, e da construção da Câmara. Há 40 anos estávamos pagando aluguel e em um ano definimos o projeto, licitamos e iniciamos a construção.
"Balneário Camboriú não pode ter dono”
DIARINHO: Na eleição de 2016, o senhor se anunciou como pré-candidato a prefeito, mas acabou apoiando o atual prefeito. Se arrependeu de ter aberto mão da disputa eleitoral?
Claudir: Eu era do PSD, fui fundador em 2011, a convite do João Rodrigues, que é meu amigo. Fui vereador, fui secretário de estado no governo do Raimundo Colombo, em duas pastas. Nós tínhamos um compromisso de que eu fosse candidato a prefeito em 2016. Estávamos todos alinhados com isso. O partido tinha três vereadores. No segundo mandato do governador Raimundo Colombo, eu fui convidado a estar à frente do Deter. Eu disse que não gostaria, eu ia retornar para Balneário para ser candidato a prefeito. Chegou em 2016 o Gelson Merísio, o eterno presidente da Assembleia, me chamou, junto com os vereadores, e falou: “agora mudou, o candidato a prefeito não é mais você, é o Fabrício”. “Vai ter que ser, vocês se acertam”. Foi dessa maneira que me tiraram a possibilidade de ser candidato. Eu acabei mudando de partido, fui para o PTB, mas como o prazo era de seis meses não conseguimos estabelecer um processo de aliança para poder manter a candidatura. Acabamos mantendo a aliança na orientação do partido. [O senhor segue apoiando o governo até agora?] Eu não participei do governo. Eu decidi não sair candidato naquela eleição, decidi não ocupar cargos na administração municipal. E, obviamente, se o povo escolheu o Fabrício para ser o prefeito, ele tem que ter o direito de administrar a cidade e apresentar os resultados. O que nós temos visto nos últimos anos é que houve um descaso com a qualidade dos serviços públicos.
"O prefeito não precisa ser corretor dos construtores. Ele tem que cuidar das pessoas”
DIARINHO: A escolha de Peter Lee pelo prefeito Fabrício Oliveira, e por outro lado, de Juliana Pavan, representam de certa forma grupos políticos que já administraram a cidade. O senhor foi muito ligado ao prefeito Piriquito. Também se considera ligado a esses líderes políticos?
Claudir: Desde a redemocratização, a primeira eleição foi em 1988, o Pavan foi eleito prefeito. Nesses 36 anos, apenas oito anos não teve a participação do Pavan. Todos os prefeitos e os mandatos, durante 28 anos, foram ligados ao grupo do PSDB. Pavan é tucano, Fabrício é tucano, Peter Lee é tucano, a Juliana é tucana. São todos do mesmo ninho. Eu nunca participei, em nenhum momento, de nenhum dos governos. Fui eleito, todos os mandatos, na Câmara de Vereadores e sempre na oposição. Participei como secretário de Planejamento do governo do Piriquito. Nós fizemos algumas mudanças importantes. Mas foi o único momento em que os tucanos não tiveram uma ingerência. Em 2016, eles abriram o grupo para poder se manter no poder. Agora, parece que querem fazer a mesma coisa. A nossa responsabilidade é de mostrar que a cidade é maior do que um grupo político. Balneário Camboriú não pode ter dono. Balneário Camboriú é uma cidade progressista. Uma cidade que, em 60 anos, evoluiu consideravelmente e serviu de exemplo para outras. Balneário é uma cidade eminentemente democrática. Uma cidade que está voltada para o futuro e não pode pertencer a um único grupo – a uma única pessoa.
“Um país com 30 milhões de pessoas que têm dificuldade de se alimentar, não pode colocar a política à frente. Nós temos que discutir o básico”
DIARINHO: Ano passado o senhor se filiou ao União Brasil e logo se desfiliou. Por que essa passagem meteórica pelo UB? O senhor tem oscilado entre partidos de esquerda e de direita. Por qual ideologia se sente representado?
Claudir: Eu sou, por natureza, um democrata. Não acredito em nenhum extremismo. Nunca apoiei extremismo. Até porque os extremos são águas que nunca chegaram ao mar. Nós temos que acreditar nas pessoas. Não é possível que nós venhamos a idolatrar aquela loucura do nazismo, que era justamente isso, criar uma raça ariana, uma raça superior. Dizer que um partido é único e exclusivo para governar uma cidade é uma loucura. Nós temos pessoas boas e pessoas ruins em todos os partidos. Até porque o Brasil não é um país que está apto a discutir ideologias políticas. Um país com 30 milhões de pessoas que têm dificuldade de se alimentar, não pode colocar a política à frente disso. Um país com mais de 70 milhões de pessoas que têm dificuldade de pagar as suas contas no final do mês, não é um país que tem que discutir ideologia. Nós temos que discutir o básico. Nós temos que melhorar a saúde das pessoas, nós temos que entregar uma educação de qualidade e, no mínimo, nós temos que estabelecer uma convivência pacífica. [Por que o senhor passou tão rápido pelo União Brasil?] Eu, como disse, era do PSD. O PSD me comunicou que estava fazendo um acordo político com a família Pavan, e que estaria entregando o partido em Camboriú e em Balneário para que o Pavan fosse candidato a prefeito em Camboriú e a filha em Balneário. Me convidaram para ficar e eu disse que não. Havia o convite do União Brasil, eu me filiei. Partido também que dava liberdade, pelo menos nas conversas, nós lançamos uma campanha, trabalhamos quase um ano. Em março deste ano, faltando 10, 12 dias para o fim das filiações, o deputado federal Fábio Schiochet e o ex-prefeito Gean [Loureiro] me chamaram e anunciaram que estavam fazendo um acordo com Fabrício. Me convidaram para continuar, eu disse que também não ficaria. Sobrou o convite de alguns partidos e optamos por nos filiar novamente ao PSB. O PSB que já foi o meu partido, fui fundador e presidente em 1996.
“O Fabrício tá desprezando todo e qualquer político, tá desprezando a política como ciência e a política como representação da população”
DIARINHO: UB e MDB, que eram base do governo Fabrício Oliveira, lançaram candidatos próprios. Como o senhor vê esse movimento?
Claudir: Eu vejo que Balneário Camboriú está repleta de falsos profetas e de neoliberais. Pessoas que estão prometendo uma vida melhor após a morte, esquecendo de cuidar das pessoas aqui na terra. Esse movimento dos partidos, eu converso, sou amigo de todos. Eu acho que tá muito ligado à pressão popular. As pessoas não estão satisfeitas. A proposta do Fabrício é criar uma chapa com um candidato que transferiu o título, agora, em 25 de fevereiro e que não tem a participação de nenhum político. Eles querem pregar uma raça política exclusiva. O Fabrício tá desprezando todo e qualquer político, tá desprezando a política como ciência e a política como representação da população. Os partidos estão percebendo que o povo não está satisfeito com isso. As avaliações internas, que a gente tem, é de questionamento do governo, pedindo mudança. Eu creio que os partidos estão querendo se alinhar mais num processo de mudança.
“Ora, mas se nós temos o metro quadrado mais caro do Brasil, porque não temos a melhor educação do Brasil?”
DIARINHO: O senhor voltou ao PSB. O partido é base do governo Lula. O senhor terá apoio do PT na cidade? Pode surgir uma chapa Claudir Maciel e Marisa Zanoni para essas eleições?
Claudir: A Marisa é uma grande vereadora, sempre pautada nas discussões de projetos ligados às bases da cidade. É alguém que tem uma história que merece respeito. E eu sempre respeitei o PT. Sou um político por natureza. Eu entendo que a política não é pra quem quer, é pra quem é. Existe nesse movimento de “nova política”. Muitas pessoas que entraram na política por vaidade, mas que foram expulsas, saíram, não se adaptaram, porque não é a vida delas. Ser político é, acima de tudo, ter ligações profundas com o povo. Eu tenho. Eu cresci nas ruas de Balneário Camboriú, vendi picolé na praia, trabalhei em supermercado, trabalhei de mensageiro em hotel, fui servidor público, concursado, alcei os cargos de vereador, secretário, pedi demissão quando era funcionário efetivo, fui atuar na iniciativa privada. Eu não preciso de GPS para andar em Balneário. Eu conheço a minha cidade, conheço cada rua, cada palmo de Balneário Camboriú. Eu acredito profundamente que para fazer política tem que ter ligação com o povo. Eu creio que os partidos estão entendendo esse recado e estão procurando se alinhar justamente com o povo que é quem tem que ser soberano.
“Eu vejo que Balneário Camboriú está repleta de falsos profetas e de neoliberais. Pessoas que estão prometendo uma vida melhor após a morte, esquecendo de cuidar das pessoas aqui na terra”
DIARINHO: Balneário está num paradoxo de riqueza extrema, atraindo personalidades como Neymar e Cristiano Ronaldo, mas a maioria dos moradores só assiste à riqueza, sem ter condições de comprar uma casa ou mesmo pagar o aluguel de uma moradia digna. Como resolver esse paradoxo?
Claudir: Uma cidade onde a pobreza esteja muito acima, muito à frente da riqueza, é um problema. Mas uma cidade em que a riqueza esteja muito à frente da inclusão social também é um problema. Há uma concentração muito grande de riqueza apenas na quadra mar. As demais regiões de Balneário Camboriú servem, basicamente, como reserva de mercado. Na quadra mar você pode construir prédios de 80, de 100, de 150 andares. Nos bairros, Municípios, Vila Real, Barra, que deu origem a isso tudo, só se permite dois andares. Aliás, eram dois, numa revisão foi para dois e meio – é quase um controle social das pessoas. Não há uma liberdade plena em Balneário Camboriú. Os imóveis vivem uma expectativa da especulação imobiliária, que venha chegar aos bairros e os preços dos terrenos estão muito caros. O potencial construtivo é muito baixo. Os preços dos imóveis ficam muito caros e as pessoas têm que sair. Imagine uma família que há muito tempo comprou um terreno, fez uma casa em um desses bairros. Teve filho e o filho agora casou, precisa morar. Ele não consegue mais comprar um imóvel. Ele não consegue fazer uma ampliação para acomodar o filho. Nós temos que mudar isso. Para mudar isso é através do Plano Diretor. O Plano Diretor precisa deixar de ser exclusivamente de interesse do potencial construtivo central para ser um plano liberal e também para os nossos bairros. Permitir que o desenvolvimento e que moradias sociais possam ser incluídas no plano. Sem medo da construção civil de concorrer com mais moradias para a nossa gente. Você vê esse glamour todo no centro, que eu tenho destacado, e vamos lá: Santa Catarina tem o melhor IDEB do Brasil, dos 295 municípios catarinenses, a posição de Balneário é de 177. Ora, mas se nós temos o metro quadrado mais caro do Brasil, porque não temos a melhor educação do Brasil? Toda vez que chove, professores e alunos interrompem as atividades para conter as goteiras com baldes, vassouras e rodo. Isso não tá certo. A nossa saúde é extremamente precária e ocupa os noticiários quase diariamente. Pessoas desmaiam esperando serem atendidas no hospital. Isso também não está certo. O prefeito de Balneário Camboriú foi sete vezes a Dubai, em um ano, mas não se tem notícia de ter se reunido uma única vez em um bairro da nossa cidade. Isso não pode estar certo. Quem tem que cuidar dos negócios privados, são os donos dos negócios. Os donos dos negócios, basicamente, as construtoras, são empresários de sucesso, de excelência. O prefeito não precisa ser corretor dos construtores. Ele tem que cuidar das pessoas, tem que melhorar a educação, tem que melhorar a saúde, tem que aproximar as pessoas dessa pseudo-riqueza. Nós temos que distribuir riqueza em Balneário Camboriú.
“Eu não preciso de GPS para andar em Balneário”
DIARINHO: Saúde, educação e segurança, qual destas áreas está melhor e qual está pior na gestão de BC?
Claudir: A saúde tem sido a mais cobrada. A saúde precisa ser reorganizada. Balneário Camboriú arrecada muito, gasta muito, gasta mal, gasta sem controle. Não se tem notícia de se abrir um mapa da saúde, fazer um diagnóstico da saúde, identificar quais são os gargalos e constituir uma força-tarefa para elevar o padrão da saúde. Também não vemos isso na educação. Nós vamos completar oito anos do governo sem construir uma única escola. Aliás, é histórico, porque nós tínhamos ainda uma escola de ensino integral, o CIEP, que foi demolida e não foi construída outra no lugar. Se não tivesse feito nada estava bom. Mas na educação nós andamos pra trás. Há uma política de privatização de vagas. Isso é muito problemático. Porque a questão dos vouchers pode existir, desde que seja emergencialmente. Falta escola, enquanto nós vamos construir uma escola, você pode ter voucher, não vamos deixar nenhuma criança fora da escola. Agora ela não pode se perpetuar como uma política de governo. Porque isso será o sucateamento da educação pública e de qualidade. A educação tem que ser pública para dar acesso a todos. Quando você cria um sistema de voucher, você começa a dividir os alunos entre quem é bolsista e quem paga mensalidade. A partir dali você cria quase que um apartheid, uma divisão de classe, porque o aluno bolsista não participa da cantina do colégio, o aluno bolsista não participa dos passeios do colégio, também não participa da formatura, porque tem que pagar. Essa política do governo é desastrosa.
“O prefeito não precisa ser corretor dos construtores. Ele tem que cuidar das pessoas, tem que melhorar a educação, tem que melhorar a saúde, tem que aproximar as pessoas dessa pseudo-riqueza”
DIARINHO - O senhor é do oeste. O que lhe atraiu aqui? O senhor tem investido na construção civil em Camboriú. Como o senhor avalia as oportunidades para os migrantes que cada vez mais deixam o lugar onde nasceram atraídos pelas belezas e riquezas de BC?
Claudir: Sim, eu sou de Chapecó. Sou de uma família de 10 irmãos. Uma irmã veio para o litoral trabalhar, trazida por alguém na época, minha irmã, a Maria. Depois veio a Zenaide, minha outra irmã e depois buscaram a família toda. Nós viemos morar em Balneário Camboriú, na Vila Real, na rua Dom Jaime. Com oito anos nós nos estabelecemos na cidade, atraídos pela oportunidade. Muitas pessoas vêm para o litoral atraídos pelas oportunidades. Entre Florianópolis e Joinville, incluindo Blumenau, nós temos dois terços da população catarinense. Aqui os negócios se desenvolvem melhor, aqui se tem mais oportunidades do que no oeste catarinense. Não só a construção civil em Balneário Camboriú gera oportunidade, mas o comércio tá muito fortalecido, o turismo aqui na nossa região também é uma grande opção de geração de postos de trabalho.
“Nós vamos completar oito anos do atual governo sem construir uma única escola”
DIARINHO: Balneário Camboriú é tida como uma cidade que se voltou, recentemente, ao bolsonarismo, onde o ex-presidente teve uma votação incrível e onde, naturalmente, o conflito ideológico se acirra. A cidade nem sempre foi assim. Por que o senhor acredita que BC deu essa guinada à extrema direita?
Claudir: É inegável que havia um desgaste do PT. O PT estava cumprindo quatro mandatos, ia para 16 anos, e qualquer grupo que fique muito tempo no poder acaba por sofrer questionamentos. Aqui em Santa Catarina nós tínhamos também um grupo, PSD e PMDB que governaram por 16 anos. Em 2018, os catarinenses acabaram escolhendo o Moisés governador. É o desgaste. Em Balneário nós temos o mesmo grupo há mais de 30 anos comandando a prefeitura. O que eles fizeram foi uma mudança de sigla. Eram tudo PSDB, agora são PL e PSD. Eu creio que as pessoas estavam cansadas da mesmice nacional e também vão estar cansadas da mesmice local. A discussão em 2022 foi sobre temas nacionais, sobre a figura do Lula e do Bolsonaro – que são dois fenômenos. A eleição municipal é baseada nas pessoas da cidade, nos problemas reais. Por exemplo, Balneário vive esse glamour que eu falo, mas está fedendo a esgoto. Todas as águas de Balneário Camboriú estão podres. Nós precisamos resolver isso. Quando chove, chove dentro das escolas. As pessoas estão se acumulando para um atendimento na saúde. O programa de estratégia saúde da família foi largado de lado. Ao invés de atender as pessoas na base, está se atendendo no pronto-socorro. Isso não dá certo. O hospital que nós construímos, eu participei, eu presidi a audiência pública em 2006 para construção do hospital, vai completar 20 anos e não foi ampliado. A população cresceu. Nós não vamos discutir ideologia. Não vai se discutir, na minha concepção, nem Lula e nem Bolsonaro, porque nenhum dos dois será candidato a prefeito em Balneário Camboriú. Fica a pergunta: o prefeito que for eleito, se tiver que enfrentar uma crise na cidade, ele vai resolver ou vai chamar o Lula ou o Bolsonaro? Ele tem que ter a capacidade. Eu tenho. Conheço cada palmo de Balneário. Eu me julgo suficientemente capaz para compreender e para resolver os problemas da minha cidade.
“A proposta do Fabrício é criar uma chapa com um candidato que transferiu o título agora, e que não tem a participação de político. Eles querem pregar uma raça política exclusiva”
DIARINHO: Por que o senhor quer ser prefeito de BC?
Claudir: Eu achei que já tinha dado a minha contribuição, mas sabe aquele jogador de futebol que se aposenta e quando chega o pessoal: “faz uma embaixadinha?” Ou aquele músico, onde chega o pessoal: “dá uma palhinha?” Aconteceu comigo. Cada lugar que eu visitava, uma padaria, um bar, uma festa com os amigos, um jogo de futebol, as pessoas vinham conversar de política. Vinham trazer as suas necessidades e pedir que voltasse para a política. Foi baseado nisso, baseado no apelo das pessoas que eu decidi então encarar. A partir do momento que nós assumimos a pré-candidatura, pode pesquisar, nós pautamos a cidade. Há um ano e meio não se discutia habitação em Balneário, não se discutia a questão do saneamento, não se discutia a precariedade das escolas, não se discutia a precariedade do atendimento de saúde, não se discutia transporte. Nós começamos a pautar isso.
“Há uma concentração muito grande de riqueza apenas na quadra do mar”
“Nós temos que distribuir riqueza em Balneário Camboriú”
Raio X
NOME: Claudir Maciel
NATURAL: Chapecó
IDADE: 52 anos
ESTADOCIVIL: casado
FILHOS: quatro
FORMAÇÃO: graduação em Administração com habilitação em Marketing, pós-graduação e mestrado na área da Educação
TRAJETÓRIAPROFISSIONAL: aos 11 anos foi vendedor de picolé na praia Central e trabalhava como empacotador em um supermercado; foi vereador em Balneário Camboriú de 2001 até 2016; foi secretário de Planejamento Urbano no governo de Edson Piriquito; presidente do Conselho da Cidade; primeiro suplente de deputado estadual nas eleições de 2010; secretário de Estado de Desenvolvimento Regional (2013/2014), e secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico (2014). Atualmente, exerce atividades empresariais na Dubai Administradora de Bens e é pré-candidato a prefeito pelo PSB de Balneário Camboriú.
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