A família do pescador F.L.K., de 34 anos, apontado como principal suspeito pelo feminicídio de Carin Daiana Salomão, de 37 anos, e Raquel Jaqueline Hostins, de 32 anos, procurou o DIARINHO para contar que está recebendo ameaças de morte de desconhecidos desde que o crime veio a público.
“A nossa família está sendo ameaçada de morte. A ex-esposa dele está recebendo ligações anônimas, ameaçando matar os filhos dele, que são crianças”, conta a irmã do acusado. Ela diz que ...
“A nossa família está sendo ameaçada de morte. A ex-esposa dele está recebendo ligações anônimas, ameaçando matar os filhos dele, que são crianças”, conta a irmã do acusado. Ela diz que a ex-esposa e os filhos de cinco, sete e nove anos, além do pai e da mãe de F., estão com medo das ameaças.
A irmã explica que a família é toda de Navegantes, de pessoas trabalhadoras, que nasceram e se criaram no município. A Polícia Civil orienta que a família registre um boletim de ocorrência na delegacia ou pela delegacia virtual, no site da Polícia Civil de Santa Catarina.
O delegado Roney Péricles, da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Itajaí, assumiu as investigações. Ele contou que logo após a audiência de custódia, F. foi levado para o Complexo Penitenciário da Canhanduba. Ele é apontado como principal suspeito do crime porque foram encontradas roupas sujas de sangue, imagens de câmeras de monitoramento comprometedoras e há depoimentos de testemunhas.
O delegado também descartou, por enquanto, os boatos de que F. teria matado as mulheres com a participação de outras pessoas ou que houvesse um triângulo amoroso entre as vítimas. “Até aqui as diligências apontam para uma ação individual”, destacou.
Em depoimento, F. negou tudo. “Ele negou os fatos, mas apresentou um álibi que foi desconstruído. Também foi apreendida a roupa que ele estava usando, com manchas de sangue. Estamos aguardando o laudo para comprovar de quem era o sangue”, destacou.
O delegado aguarda o laudo da necropsia para confirmar há quanto tempo Raquel e Carin estavam mortas e quantos golpes de faca levaram.
O crime
Os assassinatos aconteceram dentro da casa de Raquel, no bairro Machados, entre sexta e sábado de manhã. Um amigo das vítimas encontrou os corpos por volta das 18h de sábado. As duas estavam nuas e cada uma em um cômodo da casa. O corpo de Carin estava caído nos fundos da residência, enquanto Raquel estava morta no quarto. O carro de Carin, um Jeep Renegade, estava em frente à casa, que tinha o portão de entrada aberto.
O pescador foi preso horas depois na casa da sua família. A roupa suja de sangue foi encontrada com ele, que tinha lesões de faca na altura do peito. Ele foi preso e levado para a delegacia na madrugada de domingo.
Carin era servidora da rede municipal de ensino desde 2002. Ela era professora e atualmente era coordenadora de Projetos da Secretaria de Educação de Navegantes. Já Raquel trabalhava como recepcionista.
Advogada de defesa confirma que pescador esteve na casa de Raquel, mas nega que ele seja o assassino
Vanessa Alves, advogada de defesa de F., confirma que seu cliente esteve na casa de Raquel antes do duplo assassinato. No entanto, ela nega que ele seja o assassino. “Ele diz que esteve com a vítima Raquel, e que beberam juntos na sexta. Saíram para um outro bar e que na metade da tarde foram até a residência dele para pegar o carro para sair. Chegando lá os pais dele não deixaram, porque ele estava bêbado. Assim Raquel chamou um Uber e foi para casa”, conta a defensora, com base nas informações repassadas por seu cliente.
“Combinaram de se encontrar mais tarde. Ele foi até a casa dela, onde teria mais algumas pessoas. Ele disse que ficou pouco tempo com ela, que tiveram relação consensual e em seguida ele saiu”, completou.
Sobre as manchas de sangue na roupa de seu cliente e marcas de cortes na altura do peito do suspeito, a advogada diz que as informações são especulações e que não constam no inquérito. “Ele se defendeu numa briga, que inclusive tem testemunhas, e a Polícia Militar foi acionada no local da briga”, afirma.