ITAJAÍ

Trabalhadores denunciam demissões de grevistas na GDC

Greve foi iniciada na segunda-feira, contra o fim do adicional de insalubridade, mas pode ser considera ilegal por falta de comunicação prévia 

Empresa e sindicato ainda não se manifestaram oficialmente sobre a situação (Foto: Franciele Marcon)
Empresa e sindicato ainda não se manifestaram oficialmente sobre a situação (Foto: Franciele Marcon)

A greve de trabalhadores da Nauterra, na fábrica da Gomes da Costa em Itajaí, teria se agravado com demissões de funcionários grevistas na manhã desta terça-feira. A empresa ainda não se manifestou sobre o assunto. Segundo funcionários, as demissões seriam uma intimidação contra os trabalhadores, pra que encerrem a paralisação imediatamente. 

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O movimento começou na segunda-feira, quando mais de 200 empregados cruzaram os braços. Nesta terça-feira, alguns dos funcionários já tinham voltado ao trabalho diante do risco de mais demissões. ...

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O movimento começou na segunda-feira, quando mais de 200 empregados cruzaram os braços. Nesta terça-feira, alguns dos funcionários já tinham voltado ao trabalho diante do risco de mais demissões. Eles defendem a retomada do adicional de insalubridade que, segundo os trabalhadores, deixou de ser pago em maio, sem aviso prévio ou discussão com a categoria.

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Pra minimizar os impactos no salário, a empresa teria discutido um aumento do vale-alimentação, mas os trabalhadores não concordaram com a proposta porque o benefício não incorpora a remuneração para efeitos de direitos trabalhistas e previdenciários. Com o adicional de insalubridade, por exemplo, eles podem pedir a aposentadoria especial pra se aposentar mais cedo.

Ainda na tarde de segunda-feira, a empresa avisou os trabalhadores que a greve seria ilegal, por ter sido iniciada sem prévia comunicação e sem aprovação em assembleia geral pelo sindicato da categoria, conforme as regras previstas na lei de greve. A legislação também traz a necessidade de uma comissão de negociação. 

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O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sitipi) é quem representa os empregados da GDC. O presidente da entidade, Leandro Ronchi, ainda não respondeu se o sindicato tenta mediar uma solução para o caso e se houve demissões de grevistas. 

Adicional de insalubridade não é direito adquirido, diz especialista

O advogado Maikon Rafael Matoso, especialista em Direito do Trabalho, explica que o adicional de insalubridade não é um direito adquirido do funcionário. “Ele é um adicional pago mediante a condição de se existir algum agente insalubre. Se não existe mais agente insalubre, não tem mais porque pagar o adicional de insalubridade. Essa regra vale também para o adicional de periculosidade”, comenta. 

Maikon destaca que a empresa não tem obrigação de avisar previamente a retirada do valor, sendo mais uma questão de gestão administrativa informar as alterações aos funcionários. Segundo afirma, a empresa é apenas obrigada a manter atualizados os laudos técnicos sobre as condições insalubres ou salubres do local de trabalho.

Sobre a legitimidade ou não da greve, ele explica que as regras do estado de greve têm que ser seguidas, com comunicação à empresa e intervenção do sindicato em algumas situações. “Se de fato a empresa tem todos os laudos técnicos, embasando que não tem mais insalubridade, ou que o agente insalubre cessou, a princípio a empresa estaria certa e não teria porque a existência da greve”, avalia.  

Nesse caso, a empresa pode pedir na justiça a declaração de greve ilegal. As consequências para os grevistas seriam o desconto dos dias parados ou até demissão por justa causa, se o movimento for considerado irregular. Já eventuais demissões por causa da greve, sem o pagamento de direitos, também podem ser contestadas judicialmente pelos trabalhadores.

Uma alternativa pra resolver o conflito, segundo o advogado, seria os trabalhadores ou o sindicato pedir uma nova avaliação, inclusive por meio de ação na justiça, pra se fazer uma perícia técnica na empresa. Essa avaliação poderia confirmar ou não o agente insalubre. 

A Nauterra diz que implantou uma série de melhorias, eliminando ou neutralizando condições anteriormente consideradas insalubres em determinadas áreas e atividades. Funcionários disseram não acreditar nos laudos negativos. Em contrapartida à retirada do adicional, a empresa informou ter feito melhorias na remuneração dos trabalhadores através do vale-alimentação pra não haver redução de poder aquisitivo.

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Comentários:

alex jaime nunes

10/06/2024 11:32

apenas para deixar bem claro , a salubridade, apenas será pago para os funcionários exposto a condição salubre, não e um beneficio , e um direito adquirido para todos os funcionários, lembrando que um documento necessário para para comprovar tal precisamos fazer um documento chamado LTCAT: LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇOES AMBIENTAIS DO TRABALHO documento necessários elaborado por engenheiro do trabalho ou medico do trabalho, nesse documento baseia se todos riscos , químico, físico , ergonômico , e de acidentes de trabalho, esse documento e um estudo interno dentro de uma empresa onde se descrimina , dentro de uma empresa , onde cada setor da empresa e salubre ou não .

alex jaime nunes

10/06/2024 11:17

com relação a greve dos funcionários de qualquer empresa buscando restabelecer seus direitos ,a retirada da salubridade dos funcionários , esse valor e um direito que todos os trabalhadores que trabalham dentro de um ambiente salubre , para a empresa tirar esse direito , tem que fazer um LTCAT laudo técnico das condições ambientais do trabalho, feito por medico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. onde será analisado se os funcionários estão exposto em trabalho salubre ou não, nota se que os sindicatos que deveriam de esta ao lado os trabalhadores , preferem o silencio , do que proteger os direitos dos trabalhadores.

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