A ocorrência na subestação foi por volta das 4h, quando houve fortes rajadas de vento na região. Após a explosão, cerca de 36 mil imóveis ficaram às escuras.

Segundo o gerente regional da Celesc, Pedro Molleri, a possível causa do incidente foi o vento que provocou o curto-circuito e um incêndio na fiação elétrica. "Tinha muita telha, sujeira e telas de prédios agarrados à fiação. Isso acabou gerando um curto-circuito”, explica.

Segundo Pedro, o prejuízo ainda não calculado, mas para reestabelecer o serviço foi necessário trazer um transformador móvel de Florianópolis. O equipamento ficará disponível na subestação  da Praia Brava, em Itajaí, até que todos os reparos sejam feitos.

Durante todo o dia, a Celesc fez manobras na rede de distribuição pra garantir o restabelecimento da energia às cidades da região. Equipes vindas de Florianópolis, Joinville e Blumenau ajudaram na operação.

O trabalho chegou a deixar um trecho da avenida Osvaldo Reis, em frente à subestação, em meia-pista, o que gerou filas no sentido Balneário Camboriú pra Itajaí.

Por volta das 20h15 de terça, somente 120 consumidores estavam sem luz em Itajaí.  A maior parte na Praia Brava. Essa falta de luz não teria ligação com o problema na subestação, segundo Pedro, mas com o vento forte que dificultou o abastecimento de energia na região.

Azarada

Nos últimos cinco anos, a subestação da Celesc da Praia Brava já sofreu com três ocorrências graves que provocaram apagões na região. Em 2019, um gato invadiu a unidade e houve uma explosão em meio às fiações.

Em 2021, a causa foi um ato de vandalismo, com um objeto lançado na rede. Após os episódios, o local passou por melhorias na infraestrutura e na segurança.

Sinaleiras sofreram apagão

A falta de energia por causa do incêndio na subestação da Celesc deixou as sinaleiras de diversos bairros sem operação na manhã de terça.

Nos bairros Fazenda, São João e centro, em Itajaí, as sinaleiras amanheceram apagadas. No trecho da avenida Sete de Setembro em frente à loja Havan, as sinaleiras  voltaram a funcionar por volta das 11h.

O serviço foi sendo reestabelecido durante o dia. Durante a manhã, agentes da Codetran controlaram o tráfego em alguns pontos.

Ciclone no oceano causa ventania

De acordo com o laboratório de Climatologia da Univali, a rajada mais forte de vento registrada na madrugada na região foi de 85 km/h às 5h5 na estação do Porto de Itajaí/Univali.

Os ventos fortes estão relacionados à formação de um ciclone no oceano, que favorece a condição de rajadas mais fortes no litoral e mar agitado com ressaca. Já a maré alta é causada pela lua cheia, com chance de alagamentos costeiros e ribeirinhos nos horários de pico.

O núcleo do ciclone extratropical se formou no sul de Santa Catarina sobre o oceano. O fenômeno que trouxe chuva na segunda-feira provoca os ventos mais intensos que persistem nessa terça-feira, com rajadas acima de 55 km/h na região de Itajaí e de até 90 km/h no litoral sul. Os ventos levaram a frente fria em direção ao sudeste, limpando o tempo.

Na terça-feira, uma nova massa de ar frio entrou em Santa Catarina, derrubando as temperaturas e trazendo chance de geada e neve nas regiõe serranas. Nesta terça-feira, a mínima foi de 12,7°C em Camboriú. Em Itajaí, foi de 14,4°C, e, em Navegantes, 15,4°C, segundo o dados do laboratório de Climatologia da Univali.

O frio e o sol devem predominar até sábado, com previsão de nevoeiros pela manhã. O tempo volta a ficar encoberto no domingo, com chuva a partir da tarde por causa de uma nova frente fria.

Entre quinta-feira e sábado, as temperaturas ficarão próximas de 0°C ou até podem ser negativas ao amanhecer, com condição de geada, nas áreas altas do Planalto Sul. Na região de Itajaí, as temperaturas mínimas ficarão entre 9/13°C ao longo da semana, com máximas entre 19/23°C. O domingo será um pouco mais quente, com temperaturas entre 15/26°C.

Apagão em mercado do centro 

Um apagão por volta das 21h de segunda-feira já tinha deixado quase 350 imóveis de Itajaí às escuras. A falta de energia atingiu a região central da cidade e o supermercado Angeloni foi um dos estabelecimentos prejudicados.

Pessoas que estavam na rua Brusque contaram que o apagão parecia estar localizado entre as imediações Mas a avenida Contorno Sul, do centro em direção ao bairro Fazenda, também ficou parte às escuras.

O motivo da falta de luz, segundo Pedro Molleri, também estava ligado ao ventão.