A 2ª edição do Estação Inverno será lançada nesta sexta-feira durante a abertura da 34ª Festa Nacional do Pinhão, em Lages, com a presença do governador Jorginho Mello (PL) e do secretário estadual de Turismo, Evandro Neiva. O programa do governo do estado une setores estratégicos para dar ao inverno a mesma importância que a temporada de verão já ocupa em Santa Catarina.

A ideia é aumentar o fluxo econômico ligado ao turismo nos meses mais frios do ano, oferecer suporte às atrações de inverno e, assim, influenciar para que outras esferas turísticas também ...

A ideia é aumentar o fluxo econômico ligado ao turismo nos meses mais frios do ano, oferecer suporte às atrações de inverno e, assim, influenciar para que outras esferas turísticas também busquem reconhecer e investir no potencial durante a estação, abrangendo do litoral ao oeste catarinense. O Estação Inverno vai até 21 de setembro.

O secretário de Turismo Evandro Neiva destaca que o movimento pra estimular os destinos de inverno nasceu a partir da observação do “óbvio”, mas que ninguém se atentava para o potencial. “Todo ano tem frio em Santa Catarina, mas ele nunca foi olhado como um produto turístico, e sempre como uma defasagem, uma sazonalidade de calendário, porque o governo sempre promoveu muito o verão”, lembra.

Evandro analisa que o verão no estado é curto e não tem os atrativos de sol e mar para oferecer o ano inteiro como no  Norte e Nordeste. “Nós sempre tivemos dificuldades com a sazonalidade. Nós tínhamos uma alta temporada e depois amargávamos meses e meses de baixa temporada”, comenta. 

A reformulação começou no ano passado, com mudanças de identidade e na apresentação de SC como produto turístico. As conversas iniciadas seguem com as companhias áreas, agentes de viagens, representantes do setor e nas feiras de turismo para destacar as opções turísticas em todas as regiões e em qualquer época do ano.

Segundo o secretário, Santa Catarina tem uma diversidade que permite explorar os potenciais de cada região. “Pensando nisso, a gente começou no ano passado a fazer todo um trabalho de reposicionamento. O primeiro deles, que parece ser simples e que reverbera agora, é que o frio é um produto turístico. O mesmo carinho que o governo e a sua governança sempre deu pro verão, nós vamos colocar no frio”, comenta.

O secretário destaca que o estado continua divulgando o verão, já consolidado, mas levando junto produtos diferentes neste reposicionamento de Santa Catarina, entre eles o Estação Inverno. O trabalho destaca as condições de segurança, infraestrutura, rodovias, saúde e serviços, entre outras áreas, pra receber bem os turistas, e a diversificação das opções pra competir com os outros estados.

No lançamento do projeto deste ano, o governo vai apresentar os principais indutores do turismo de inverno no estado, com os municípios já consolidados na Serra e cidades de polos regionais com vocação para os destinos da estação. A campanha ainda prevê ações nas redes sociais e participação de influencers e jornalistas.

A reformulação já tem dado resultado, segundo Neiva, com a redução da sazonalidade do turismo. “O verão cresce mas, aos poucos, aqueles meses que eram tidos como baixa temporada também estão crescendo. Isso se dá devido às novas hospedagens, novos equipamentos turísticos, novos atrativos”, observa Evandro.

Atrações em todas as regiões

SC já tem cidades consolidadas que estão entre as preferidas dos turistas entre os destinos de inverno. Em São Joaquim e Urupema, a chegada da neve é uma das atrações e aquece o setor. Em São Joaquim, ainda é possível apreciar o clima ao ar livre, visitando pomares de maçãs e passeando pelas diversas vinícolas da região.

A cidade também integra a Rota dos Vinhos Finos de Altitude, roteiro que reúne 22 vinícolas e passar por oito municípios: São Joaquim, Água Doce, Videira, Campo Belo do Sul, Urubici, Bom Retiro, Rancho Queimado e Treze Tílias. Já Urupema é conhecida como a Capital Nacional do Frio, tendo entre os atrativos a “cascata que congela”, no Morro das Torres.

Na Serra Catarinense, Urubici, Lages, Bom Jardim da Serra, Urupema, São Joaquim e Bom Retiro são consideradas indutores estaduais do turismo e formam o primeiro grupo estratégico como destino de inverno. Num segundo eixo estão cidades das regiões Sul, Grande Florianópolis, Oeste, Norte e Vale do Itajaí.

O secretário Evandro Neiva frisa que as opções são diversas, com cada região tendo vocações específicas. Os atrativos passam pelo turismo de aventura e de natureza, estâncias de águas termais, cânions, vinícolas premiadas, gastronomia típicas e festividades. Ao longo da estação são mais de 140 eventos no estado, incluindo a Festa do Pinhão, Festival de Dança de Joinville, Festa de Santa Paulina, Fenaostra e Festa da Maçã.

Na região de Itajaí, são destaques os parques como o Beto Carrero, em Penha, e o Unipraias, Aventura Jurássica e Space Adventure – o “parque da Nasa” recém-inaugurado – em BC. “Nós temos equipamentos novos em Balneário Camboriú e o parque Beto Carrero sempre como um dos maiores indutores do turismo catarinense. Isso faz com que o turista possa vir em um lugar já consolidado e esticar sua viagem”, fala Evandro.

Turismo do Brasil fica entre os 30 principais destinos do mundo

O Brasil ficou entre os 30 principais países do mundo no ranking do Índice de Desenvolvimento de Viagens e Turismo, do Fórum Econômico Mundial, subindo oito posições em relação a 2019. Ainda de acordo com o estudo, divulgado na terça-feira, o país ficou na melhor posição na América Latina.

O relatório coloca o Brasil na 26ª posição mundial, à frente de países como o Chile, México e Argentina. Segundo o estudo, em 2024 o turismo deve retomar o volume de turistas internacionais e a contribuição para o PIB global registrado antes da pandemia. A pesquisa avaliou 119 países que estão entre as maiores economias do mundo.

A movimentação turística no Brasil já demonstra a retomada do setor. Apenas no primeiro quadrimestre de 2024, conforme dados do ministério do Turismo, o Brasil já recebeu 2,92 milhões de viajantes estrangeiros, superando o mesmo período antes da pandemia, em 2019, quando 2,8 milhões de turistas internacionais desembarcaram no país.

Segundo os critérios analisados pelo estudo, a riqueza de recursos naturais é um dos pontos fortes do Brasil para ampliação dos negócios no setor, além dos recursos culturais e a competitividade em bons preços. Na comparação com o último relatório, feito em 2019, o Brasil teve melhora na estrutura de portos e transporte terrestre.

O índice do turismo do Fórum Econômico Mundial é divulgado a cada dois anos, mas houve um intervalo maior das edições por causa da pandemia de covid-19, que parou o setor de turismo. A última edição do estudo foi em 2021, com mudanças na metodologia de avaliação que atribui notas a cada país pra definir o ranking.

Para o Ministério do Turismo, o desempenho do país tem a ver com medidas adotadas pelo governo federal pra que os olhares do mundo se voltem para o Brasil. “Isso fortalece a nossa imagem e ajuda a divulgar os destinos nacionais, atraindo ainda mais os estrangeiros”, comentou o ministro do Turismo, Celso Sabino.

Top 30 no ranking dos países