Anac suspende venda de passagens aéreas para Porto Alegre
Anac liberou o uso da base aérea de Canoas para voos comerciais
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Seis terminais gaúchos e a Base Aérea de Canoas estão sendo usados enquanto o aeroporto de Porto Alegre não for liberado
(Foto: Ricardo Stuckert)
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mantém suspensa a venda de passagens aéreas para viagens com origem ou destino ao Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (RS). O governo federal também anunciou uma malha aérea emergencial que vai usar 10 aeroportos alternativos: sete gaúchos e três catarinenses.
O aeroporto de Porto Alegre, atingido por alagamentos, segue fechado para operações até 30 de maio. A Aeronáutica, porém, deve pedir mais 90 dias de interdição do terminal. Com isso, ele ...
O aeroporto de Porto Alegre, atingido por alagamentos, segue fechado para operações até 30 de maio. A Aeronáutica, porém, deve pedir mais 90 dias de interdição do terminal. Com isso, ele reabriria em setembro. A Fraport, concessionária do aeroporto, disse em nota que as operações estão suspensas por tempo indeterminado, sem estimativa de reabertura.
A proibição da comercialização de bilhetes de voos para o aeroporto está valendo, abrangendo vendas diretas, por agências de viagens e outros intermediários. Segundo a Anac, a medida foi tomada pra “resguardar os interesses dos usuários do transporte aéreo”. A suspensão ficará valendo até que uma nova avaliação seja feita pelo órgão.
Enquanto perdurar a interdição do aeroporto de Porto Alegre, a concessionária vai trabalhar com voos comerciais, de passageiros e de cargas, a partir base aérea de Canoas. A liberação para uso da base aérea aconteceu no sábado, pela Anac. No momento, a empresa já conseguiu autorização pra operar cinco voos diários, somando 35 voos por semana.
As operações vão começar assim que a Fraport estruturar a logística pra atender os requisitos mínimos operacionais e de segurança. O atendimento aos passageiros é previsto num shopping que fica a cerca de quatro quilômetros da base. As pessoas serão levadas de ônibus para os aviões. A base aérea serve, no momento, pro recebimento de cargas, doações e pessoal para atender os atingidos pelas chuvas.
Esquema emergencial
Além do uso da Base Aérea de Canoas, o Ministério de Portos e Aeroportos anunciou uma malha aérea emergencial com outros nove aeroportos para atender a população do Rio Grande do Sul afetada pelas chuvas. O esquema foi discutido com representantes do governo federal, Infraero, Anac, Fraport, associações e empresas do setor.
Com a medida, a população poderá contar com até 116 voos semanais nesta primeira fase do plano emergencial. Serão usados seis aeroportos gaúchos e a Base Aérea de Canoas, somando oferta de 88 voos semanais, e três terminais catarinenses – de Florianópolis, Chapecó e Jaguaruna –, com outros 28 voos por semana.
Neste primeiro momento, serão 53 voos semanais operando nos aeroportos de Caxias do Sul, Santo Angelo, Passo Fundo, Pelotas, Santa Maria e Uruguaiana. Já a Base Aérea de Canoas tem até 35 voos semanais. A base seguirá funcionando como principal hub da logística de cargas que atende a população atingida pelas inundações.
Tragédia climática
A tragédia no Rio Grande do Sul soma 155 mortes e 89 desaparecidos, conforme boletim da Defesa Civil às 12h deste domingo. São 463 cidades afetadas, com mais de 2,1 milhões de pessoas atingidas. Entre elas, há 540 mil desalojados e 76 mil desabrigados.
O Rio Grande do Sul tem 12 aeroportos. Seis deles não entraram no plano emergencial neste momento, mas seguem operando normalmente: Torres, Capão da Canoa, Canela, Erechim, Carazinho e Rio Grande. Os terminais são administrados pela Secretaria de Logística e Transportes (Selt).
Segundo o órgão, o aeroporto de Rio Grande, que foi reaberto na sexta-feira passada após obras de manutenção, vai servir para operações de resgate aéreo e voos humanitários. Em Passo Fundo, o maior terminal do interior do estado está servindo de base para reabastecimento de aeronaves e virou a principal opção pra viagens com destino a São Paulo.
Na semana passada, o número de voos regionais para os aeroportos de Santo Ângelo e Passo Fundo foi ampliado. São 16 novos voos no terminal Lauro Kurtz (Passo Fundo) e mais dois no Sepé Tiaraju (Santo Ângelo). De Santa Catarina para o estado gaúcho, as opções são os aeroportos de Caxias do Sul e Canela.
Prejuízo de R$ 350 milhões em Gramado
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) fez alerta para o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul para o setor turístico. O segmento envolve mais de 52 atividades e é uma das matrizes econômicas do estado gaúcho, que está com 80% das cidades afetadas pelas chuvas.
Na Serra Gaúcha, prefeituras já debatem medidas pra retomada do turismo entre as ações pra reconstrução das áreas afetadas. Em Gramado, cuja economia depende do turismo, a prefeitura debateu os impactos no setor com entidades, associações e sindicatos na semana passada. A estimativa é que o prejuízo chegue a R$ 350 milhões.
Um dos pontos tratou do combate a notícias falsas que distorcem a real situação na cidade. “Juntos, podemos criar uma rede de apoio para garantir que informações reais e verdadeiras cheguem aos gramadenses e aos turistas, para que continuem vindo a Gramado, que aqui é um lugar seguro e acolhedor para todos”, comentou a procuradora-geral, Mariana Melara Reis.
O prefeito Nestor Tissot pediu ajuda ao Ministério do Turismo pra reconstrução da infraestrutura destruída pelas chuvas e análise pra que o aeroporto de Torres também receba voos comerciais. “Até este momento estamos trabalhando para preservar vidas e atender os necessitados. Mas já precisamos projetar a retomada econômica de forma imediata”, comentou.
Para os turistas que tinham viagens marcadas para Gramado, o prefeito fez apelo pra que as pessoas não cancelem, mas remarquem a visita. A alta temporada na cidade é em julho. O reagendamento das viagens, conforme Nestor, vai ajudar o turismo a minimizar os prejuízos, a se reerguer e a manter os empregos no setor.
Devido às chuvas, a cidade já teve que cancelar eventos importantes, como o Festival Internacional Literário, que seria entre 3 e 9 de junho, e o Festival Caminhos de Outono, que seria em maio.
MALHA AÉREA EMERGENCIAL
Aeroporto de Caxias do Sul | 25 voos semanais Aeroporto de Santo ngelo | 2 voos semanais Aeroporto de Passo Fundo | 16 voos semanais Aeroporto de Pelotas | 5 voos semanais Aeroporto de Santa Maria | 2 voos semanais Aeroporto de Uruguaiana | 3 voos semanais Base Aérea de Canoas | 35 voos semanais Aeroporto de Florianópolis | 21 voos semanais Aeroporto de Jaguaruna | 7 voos semanais Aeroporto de Chapecó | aumento de capacidade da aeronave
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