O assassinato de Hariel Paliano, de 26 anos, líder indígena da comunidade Bonsucesso, no território Xokleng, em SC, pode estar ligado a uma briga que aconteceu durante uma festa. Para tentar desvendar os motivos do crime, a Polícia Federal de Itajaí cumpriu ordens de busca e apreensão na casa da tia de Hariel e também onde a vítima morava com um amigo.
Hariel foi achado sem vida em 26 de abril, às margens da SC 477, entre Itaiópolis e José Boiteux. A vítima tinha ferimentos na cabeça e o corpo parcialmente queimado. As investigações ...
Hariel foi achado sem vida em 26 de abril, às margens da SC 477, entre Itaiópolis e José Boiteux. A vítima tinha ferimentos na cabeça e o corpo parcialmente queimado. As investigações mostram que, a princípio, a morte não teria ligação com o fato de Hariel ser líder indígena.
Na última sexta-feira, a PF, com o apoio das polícias Civil e Científica, cumpriu duas ordens de busca e apreensão na casa da tia de Hariel e também na casa onde ele morava com um colega. A PF apreendeu telefones celulares e roupas que podem ter sido usadas pelos assassinos. Nas buscas foram utilizadas Luminol, reagente químico que mostra vestígios de sangue em superfícies.
Segundo relatos de populares, ainda não confirmados pela PF, no dia do assassinato houve um churrasco na casa da tia da vítima. Além da tia de 58 anos, estavam na festa Hariel, o namorado da tia, de 25 anos, e o jovem que morava com a vítima.
Populares acreditam que houve um desentendimento e que a vítima foi executada por alguém que estava na festa. A PF ainda não confirma essa versão. A polícia confirmou que solicitou à Vara Criminal de Timbó a prisão de três suspeitos, mas o pedido foi negado pelo juiz da comarca.
Tia de Hariel quase foi assassinada
Na noite de domingo, dois dias após as ordens judiciais terem sido cumpridas na casa da tia e de Hariel, o namorado da mulher tentou matá-la em Doutor Pedrinho.
A Polícia Militar de Indaial foi chamada para atender a ocorrência quando a vítima deu entrada no Hospital São Benedito, em Benedito Novo.
Aos policiais militares, a vítima contou que mantinha um relacionamento há três anos com o agressor e que levou várias pauladas dele. Os golpes foram contra o rosto, cabeça, costas e peito.
O motivo da agressão seria porque ela “sabia demais”, segundo contou à PM. Para não morrer, a mulher se escondeu no mato até conseguir fugir do agressor.
O namorado da vítima não faz parte da comunidade da aldeia indígena e ainda não foi localizado pela PM. A tentativa de feminicídio será investigada pela Polícia Civil.