DESINFORMAÇÃO

PF vai investigar “indústria” de fake news sobre as chuvas no RS

Multa a caminhão com donativos foi caso isolado, segundo ANTT; após repercussão agência afrouxou fiscalização

Uma equipe está destacada pra combater as fake news
(foto: divulgação)
Uma equipe está destacada pra combater as fake news (foto: divulgação)
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O governo federal decidiu acionar a Polícia Federal (PF) e a Advocacia-Geral da União (AGU) para investigar, identificar e responsabilizar pessoas que espalham fake news sobre a operação de salvamento e atendimento à população do Rio Grande do Sul atingida pelas chuvas. O pedido foi feito pelo ministro da secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

“Tem gente trabalhando 24 horas por dia, quatro dias sem dormir. As pessoas colocando a vida em risco para salvar outras  pessoas. Enquanto isso, há uma indústria de fake news alimentada por parlamentares, por influencers, por pessoas que se dedicam a atrapalhar o esforço que está sendo feito para salvar vidas”, criticou Pimenta.

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O pedido de investigação foi um desdobramento da reunião de terça-feira da sala de situação montada pelo governo federal, juntando ministros, secretários e autoridades federais para as ações de socorro à população gaúcha.

O comandante militar do Sul, general Hertz Pires do Nascimento, relatou o impacto das notícias falsas nas operações de salvamento.

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Foram apontadas mentiras sobre retenção de donativos, bloqueio de veículos, transporte de oxigênio, multas contra voluntários e situações de mortes em hospitais. Diante do relato, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, determinou que a AGU e o ministério da Justiça, que integram a força-tarefa, adotem as medidas para impedir que a disseminação de informação falsa comprometa o trabalho de salvar vidas.

“Estamos falando de vidas humanas, de uma sociedade exposta a uma calamidade dramática. Não permitiremos que um absurdo como esse comprometa toda a organização e a comunicação”, comentou o ministro.

O ministro da AGU, Jorge Messias, adiantou que, desde o fim de semana, uma equipe está destacada pra combater as fake news e ainda na terça-feira as plataformas digitais seriam notificadas.

Ele informou que serão apresentadas ações judiciais com um pedido de retirada de conteúdo, direito de resposta e indenização por dano moral e coletivo. Em paralelo, o ministério da Justiça também entrará com ações criminais contra quem está promovendo as fake news.

Multa a caminhão com donativos foi “caso isolado”

Chegou a ser divulgado como fake news a retenção de um caminhão que levava doações para os atingidos pelas chuvas no Rio Grande do Sul. O veículo foi abordado pela ANTT na balança de pesagem na BR 101, em Araranguá. Mais denúncias de caminhões parados em fiscalizações surgiram.

Num primeiro momento, a agência rebateu as acusações e disse que não brecou a passagem de nenhum veículo de carga e que os vídeos que circulavam na internet não condiziam com os fatos.

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No caso de Araranguá, o que mais repercutiu, o caminhão chegou a ser multado por excesso de peso.

A multa ao caminhão foi denunciada pelo governador Jorginho Mello (PL) nas redes sociais nesta quarta-feira. Ele cobrou da ANTT a liberação das cargas.

O diretor-geral da agência, Rafael Vitale, reconheceu que a abordagem em Araranguá de fato aconteceu, mas disse que se tratava de um caso isolado e que os operadores de balança e fiscais seriam orientados.

Liberou geral

A ANTT informou que os veículos com donativos não estão sendo retidos e anunciou afrouxamento das fiscalizações. Segundo a agência, veículos oficiais em operação não vão pagar pedágio. Já os caminhões com doações serão dispensados de fiscalização.

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A agência também pediu que as concessionárias adotem medidas pra facilitar a passagem dos donativos.

Outra medida da agência é afrouxar a fiscalização de ônibus interestadual e internacional de passageiros com destino ou origem no RS.

 

SC transporta medula óssea ao Rio Grande do Sul

Aeronave Arcanjo fez o transporte até Canoas (foto: Secom SC)
Aeronave Arcanjo fez o transporte até Canoas (foto: Secom SC)

 

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As inundações que atingiram o Rio Grande do Sul na última semana deixaram o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, inoperante. Com isso, Santa Catarina auxiliou no transporte de medula óssea para um transplante ser realizado num hospital gaúcho.

A doação veio do Canadá em voo comercial e foi acompanhada por um médico brasileiro. O material  chegou ao aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis, por volta das 13h40 desta terça-feira e foi encaminhado à Base Aérea de Canoas com a aeronave da Secretaria de Estado da Saúde, o Arcanjo 04. A doação chegou em solo gaúcho às 17h15.

O governador Jorginho Mello (PL) acompanhou o decolar da medula para o estado gaúcho. “É um transporte delicado e por isso estamos dando todo o suporte e atenção que essa transferência necessita”, pontuou. O governador ainda destacou que Santa Catarina não está medindo esforços para ajudar o estado vizinho.

Segundo o coordenador estadual da SC Transplantes, Joel Andrade, o doador compatível com o paciente gaúcho foi encontrado a partir de uma busca internacional, após nenhum doador compatível ter sido encontrado no Brasil. Joel ainda contou que o transplante feito nesta terça-feira foi do tipo alogênico, ou seja, quando as células-tronco são coletadas do doador.

Além da doação, outros envios relacionados à saúde foram feitos ao Rio Grande do Sul nesta terça-feira. Segundo a secretaria estadual de Saúde, mais 49 bolsas de plaquetas do centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina foram mandadas aos gaúchos. O transporte foi feito por rodovias da unidade regional de Chapecó até o Hemocentro Regional de Passo Fundo.

 

Balanço da tragédia

No boletim divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul por volta do meio-dia desta quarta-feira, o número de mortes devido às chuvas era de 100 pessoas.

O estado ainda tem 128 desaparecidos e 372 feridos. O total de cidades impactadas chegou a 417, com 66,7 mil pessoas em abrigos, 163 mil desalojados e 1,4 milhão de pessoas afetadas de alguma forma pelas cheias. A estimativa das Forças Armadas é de mais de 52 mil resgates feitos até esta quarta. O efetivo mobilizado conta com 9100 integrantes do Exército, 1300 da Marinha e 1390 da Aeronáutica.

Os militares atuam diretamente nos municípios mais afetados, entre Encantado, Bento Gonçalves, Eldorado do Sul, Roca Sales, Estrela, São Leopoldo, Pelotas, Canoas, Guaíba, Muçum e Porto Alegre.

Os atendimentos em saúde serão reforçados com a instalação de três novos hospitais de campanha, além de três já montados.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) atua na liberação de 58 pontos de bloqueios em 75 rodovias. As principais frentes são nas BRs 116 e 290.

A situação das cheias ainda é crítica no RS. O nível do rio Guaíba chegou a diminuir, mas continua acima da cota de inundação.




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Comentários:

João P. Paulo

08/05/2024 16:17

Não foram não foram barrados, apenas seis caminhões foram parados e atuados por estarem acima do peso exigido.

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