Leonardo Alexander Ribeiro Herbas Camacho, de 35 anos, sobrinho do traficante Marcola, fundador e líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), já tinha se estranhado com a Polícia Militar da região antes de ser preso nesta quarta-feira em seu apartamento no bairro São João, em Itajaí.
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Na última semana de 2023, Leonardo deu um carteiraço no estilo: “sabem com quem estão falando?” em policiais militares que atendiam uma ocorrência na rua Brás Cubas, no loteamento Jardim ...
Na última semana de 2023, Leonardo deu um carteiraço no estilo: “sabem com quem estão falando?” em policiais militares que atendiam uma ocorrência na rua Brás Cubas, no loteamento Jardim Bandeirantes, em Balneário Camboriú. O registro foi na madrugada do dia 28 de dezembro.
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Na ocasião, por volta das 5h30 da madrugada, a Polícia Militar foi acionada porque dois homens estavam no Maandhoo Club, no bairro Nova Esperança, não querendo pagar a conta. Com a chegada da PM, o pagamento foi feito rapidinho.
A PM também pediu que a dupla deixasse o local, já que os caras estavam num bate-boca com os funcionários e fazendo o maior aglomero. Leandro, não gostou da bronca, e com dedo em riste soltou: “sabem com quem estão falando? Eu sou filho do Marcola! Se não sabem, vocês vão descobrir...”.
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Leonardo ainda ameaçou os PMs. “Vocês vão ver o que vai acontecer com vocês. Vocês nem servem pra ser policiais”, desafiou. Diante do desacato, ele foi algemado e colocado no camburão para ser levado para a delegacia. No deslocamento, ele fez novas ameaças: “todos têm CPF, vocês vão descobrir com quem se meteram!”.
Ao ser entregue na delegacia, Leonardo alegou ter sido agredido com socos no rosto pelos PMs. Um termo circunstanciado pelos crimes de desobediência e desacato foi registrado. Como não havia ordem judicial contra ele, Leonardo foi liberado após o TC ter sido feito.
Os PMs descobriram que ele não era filho de Marcola, mas filho de Juvenal Herbas Camacho Junior, irmão do traficante famoso, e portanto sobrinho de Marcola.
Preso no bairro São João
Menos de quatro meses após a confusão com a PM, Leonardo, que seria um dos novos chefes do crime organizado do grupo que iniciou em São Paulo, foi preso no seu apartamento no bairro São João, em Itajaí. Ele estava morando há cerca de um ano no local.
A ordem de prisão preventiva veio da justiça do Ceará, onde ele é investigado pela Polícia Federal por envolvimento com tráfico de drogas e armas, jogo do bicho e lavagem de dinheiro. A PF não informou o que foi apreendido no apartamento do investigado. Após a prisão e passagem pela audiência de custódia no fórum, Leonardo foi levado pro Complexo Prisional da Canhanduba, onde segue à disposição da justiça em uma cela separada e com reforço na segurança.
A prisão foi resultado de uma força tarefa das polícias Civil e Federal do Ceará. A investigação aponta que a cúpula do PCC migrou sua estrutura de São Paulo para o nordeste.
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Além da prisão de Leonardo, foram cumpridas outras 22 ordens de prisão preventiva, 36 mandados de busca e apreensão e feita a apreensão de 42 carros dos investigados no Ceará, São Paulo e Mato Grosso. Marcola está preso e foi condenado a mais de 300 anos de prisão.