A primeira das quatro fragatas da classe Tamandaré que estão sendo fabricadas em Itajaí será lançada ao mar em 5 de agosto e entregue à Marinha do Brasil em dezembro de 2025. O cronograma de lançamento foi anunciado pelo presidente da Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), o vice-almirante Edésio Teixeira Lima Júnior, em reunião na Fiesc na sexta-feira. O projeto das fragatas prevê a transferência de tecnologia para o Brasil e a incorporação de conteúdo nacional nas embarcações.
As fragatas têm construção pelo consórcio Águas Azuis, formado pela Thyssenkrupp, Embraer e Atech e o estaleiro onde os barcos são fabricados fica em Itajaí. A primeira embarcação, batizada ...
As fragatas têm construção pelo consórcio Águas Azuis, formado pela Thyssenkrupp, Embraer e Atech e o estaleiro onde os barcos são fabricados fica em Itajaí. A primeira embarcação, batizada de fragata Tamandaré - F200, está na fase final de produção e instalação de equipamentos para o lançamento ao mar. O navio ainda passará por testes na água antes de ser entregue à Marinha no ano que vem.
A segunda embarcação – fragata Jerônimo de Albuquerque F201 – já teve a produção iniciada em novembro de 2023. O batimento da quilha, que é quando a embarcação começa a tomar forma, começa em 6 de junho. Esse segundo navio deve ser entregue em 2027. As outras duas fragatas têm previsão de entrega em 2028 e 2029.
A produção dos navios em Itajaí integra um projeto estratégico da Emgepron de buscar a autossuficiência e tornar o Brasil exportador de produtos de defesa intensivos em tecnologia e com alto nível de conteúdo local. O vice-almirante entende que as quatro primeiras unidades não serão suficientes para as demandas da Marinha, sendo necessárias 12 embarcações pra renovação da frota.
Cluster naval
Segundo ele, o modelo adotado em Itajaí, baseado na formação de um cluster naval, foi expandido para outros projetos, como o da produção de navios de apoio antártico, no Espírito Santo, Rio de Janeiro e outros estados, e o da produção de navios-patrulha, no Rio de Janeiro. Com o modelo, Santa Catarina pode se tornar um estado exportador de fragatas.
O projeto em Itajaí tem investimento estimado atualmente em R$ 11 bilhões. O aporte inicial foi de R$ 9,5 bilhões, mas o programa deve receber um novo repasse de recursos por meio do Novo PAC pra cobrir o reajuste necessário. No auge da produção, o projeto deve gerar cerca de 2000 empregos diretos no estaleiro, além de 6000 indiretos.
Para o presidente da Fiesc, Mário Cezar de Aguiar, o projeto traz o potencial de alavancar a indústria de defesa no estado, estimulando novos projetos e atraindo empresas e fornecedores da cadeia produtiva. “Felizmente, Santa Catarina foi contemplada com a construção das fragatas e esperamos que a iniciativa tenha continuidade e seja fortalecida”, comentou.
Visita do governador ao estaleiro itajaiense
O governador Jorginho Mello (PL) cumpriu agenda em Itajaí na manhã desta segunda-feira, no Estaleiro Brasil Sul, da Thyssenkrupp. Também participaram da visita deputados e o senador Esperidião Amin (PP).
“A minha visita aqui é para mostrar a parceria do governo do estado com todas as causas de Santa Catarina. É um orgulho para Itajaí, para o nosso estado e para o Brasil por estar conseguindo reforçar nossa marinha brasileira com uma mão de obra qualificada”, comentou o governador.
A visita foi marcada após participação do comandante da Capitania dos Portos de SC, capitão de mar e guerra Rodrigo Santa Rita, na Assembleia Legislativa na semana passada, divulgando o projeto da Marinha em Itajaí. “Poucas pessoas conhecem esse programa e nossa vinda à assembleia é justamente para mostrar para o cidadão catarinense a relevância desse programa”, disse.
As embarcações vão atuar na proteção do tráfego marítimo, podendo realizar missões de defesa. As fragatas também serão empregadas na patrulha das Águas Jurisdicionais Brasileiras, fazendo a fiscalização e atuando pela proteção das atividades econômicas, principalmente a petrolífera e a pesqueira.