Obra de demolição derruba parede e atinge telhado e piscina de vizinho
Obra está colocando abaixo casa que foi de ex-governador, onde morou Marieta Konder Bornhausen até a morte
João Batista [editores@diarinho.com.br]
Vizinhos esperavam que demolição não fosse feita com máquinas pesadas
(fotos João Batista)
Vídeo mostra momento da queda da parede, que destruiu estrutura de contenção de materiais (Foto: Reprodução)
Trabalho de demolição segue nesta semana (Foto: João Batista)
A demolição do prédiozinho de três andares que pertencia aos filhos do ex-governador Irineu Bornhausen, em Cabeçudas, em Itajaí, causou estragos na casa vizinha, do advogado João de Borba Neto, de 44 anos. Ele denuncia que a demolição, iniciada há cerca de um mês, não está sendo feita de forma manual, como foi convencionado, mas com uso de máquinas, trazendo muitos riscos à vizinhança.
As obras são em terreno na rua Juvêncio Tavares do Amaral, a beira-mar, onde será construído um prédio da construtora Absoluta. O antigo imóvel de veraneio da família Bornhausen tem as ...
As obras são em terreno na rua Juvêncio Tavares do Amaral, a beira-mar, onde será construído um prédio da construtora Absoluta. O antigo imóvel de veraneio da família Bornhausen tem as paredes rente à casa de João. Na segunda-feira passada, uma parede caiu durante a demolição. A estrutura de proteção contra queda de materiais se rompeu, com partes da parede e madeira caindo no telhado e na piscina do vizinho.
Uma câmera registrou o momento da queda. A piscina já estava coberta com uma lona e não havia ninguém na área onde os materiais caíram. “A demolição era para ter sido feita manualmente, conforme a construtora havia me informado. No entanto, como se percebe, a parede foi puxada por uma retroescavadeira, motivo pelo qual quebrou e parte veio a cair no meu telhado e piscina”, relata o advogado.
Segundo o dono da casa, a construtora estaria com o cronograma de demolição atrasado e, por isso, estaria apressando o serviço, que deveria ter acabado em 10 dias. “Por estarem atrasados no seu cronograma, querem acelerar, pouco importando se causarão danos à imóveis vizinhos ou pessoas”, reclama. João disse a reportagem que já conversou com a construtora. A empresa limpou a sujeira mas precisaria ressarcir os danos causados ao imóvel.
“Apesar de ter perguntado, ainda não me falaram quando e como consertariam. Não me foi apresentado um plano de como a demolição seria feita e quais seriam especificamente os riscos, apenas que seria manual”, disse. O morador ainda não tem noção do prejuízo com os estragos. “Por sorte as paredes que caíram foram amortecidas pela água. Mas os danos poderiam ter sido maiores”, analisou.
Queixas à associação do bairro
A secretaria de Urbanismo informou que, neste caso, não cabe à fiscalização do município porque a empresa tem as licenças e foi apresentado um responsável técnico pela demolição. “No entanto, o fiscal irá contatar o responsável para repassar as orientações”, esclareceu. A orientação da pasta também foi pro morador falar com a construtora, o que já ocorreu.
O dono da casa também levou a queixa para a associação de moradores, considerando que a construtora tem outros cinco projetos em pré-lançamento no bairro. A preocupação é com a segurança dos moradores e dos imóveis vizinhos com as obras para os novos empreendimentos.
Construtora diz que todas as providências foram tomadas
A construtora Absoluta esclareceu que a demolição está sendo feito de forma criteriosa e manual, por empresa uma terceirizada e especializada, que é assistida pela equipe técnica de engenharia. “Todas as providências em relação ao incidente, no mesmo dia, com limpeza e reparos foram e estão sendo prontamente atendidos”, informa em nota.
A empresa ainda ressaltou que todas as obras do grupo possuem seguro contra sinistros e que a incorporadora está assegurada com laudo cautelar de vizinhança e oferece todo o respaldo ao imóvel vizinho e ao proprietário. No caso da denúncia, tudo que caiu foi retirado no mesmo dia e o dono teve “todo o respaldado necessário”, diz a empresa.
Segundo do dono da construtora, Michel Benedetti, na terça-feira tudo já tava 90% concluído, faltando o reparo de algumas telhas. Ele rebateu a alegação do vizinho de que a demolição não está sendo feita de forma manual. “A máquina está lá para auxiliar, justamente para não cair mais coisas ali na casa dele”, explicou.
O empresário observou que a demolição é “bem delicada” porque o vizinho construiu a casa “grudada” no muro do prédio que está sendo demolido. “Mas a gente tem laudo cautelar, tem seguro sobre a obra, então a gente está fazendo tudo aquilo que é da nossa responsabilidade”, concluiu.
Plano Diretor veta novos prédios na orla de Cabeçudas
Pelas regras do novo Plano Diretor, o tipo de prédio que será erguido na orla de Cabeçudas já não será mais permitido. A nova lei reduz os gabaritos atuais, prevendo altura máxima de 7,4 metros + ático na primeira quadra e na rua de acesso ao iate clube.
O novo Plano Diretor já foi aprovado na Câmara e aguarda pela sanção do prefeito, que recebeu o texto final do Legislativo na segunda-feira. A sanção está sendo discutida com a parte técnica, procuradoria, secretarias da Fazenda e de Urbanismo e no gabinete do prefeito.
A previsão é que a nova lei seja publicada ainda nesta semana. Mesmo após a lei passar a valer, consultas de viabilidade já emitidas pelo município ainda terão validade por 180 dias para o protocolo de projetos, usando os parâmetros construtivos antes da mudança da lei.
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