Corações divididos, mas nem tanto...

Família de marcilistas e vascaínos reforça a torcida pelo time de Itajaí

Ex-presidente do Marinheiro, Gilmar Egídio, e o filho, Gil Bernardo, são exemplos de por que o Vasco tem tanta torcida na região

Anderson Davi [editores@diarinho.com.br]

Gilmar Egídio e o filho Gil Bernardo Foto: Anderson Davi
Gilmar Egídio e o filho Gil Bernardo Foto: Anderson Davi

Torcer pelo Marcílio Dias e pelo Vasco da Gama, ou outro time grande do Rio de Janeiro, é algo comum em Itajaí e em todo o litoral catarinense. Desde que o sorteio da Copa do Brasil definiu que os dois iriam se enfrentar em confronto inédito no Gigantão das Avenidas, muitos torcedores ficaram com o coração dividido, outros nem tanto.

É o caso do ex-presidente do Marinheiro, Gilmar Egídio de Souza, e o seu filho, Gil Bernardo Sandri de Souza, que já definiram: a torcida pelo time da própria cidade tem que prevalecer. “Eu não vejo como uma competição (entre os dois times). Considero um presente que o presidente Tarcísio Guedim deu ao torcedor e à cidade, em rejeitar propostas que, administrativamente, não poderia recusar (de vender o local do jogo para outra cidade). Mostrou respeito com o evento e com o torcedor. Vai ser um grande espetáculo, então vou sair feliz de qualquer maneira com o resultado, mas minha torcida é pelo Marcílio”, afirma Gilmar.

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Já o filho, Gil Bernardo, admite que preferia que os dois não se enfrentassem na primeira fase da Copa do Brasil. “No sorteio eu queria que o Marcílio enfrentasse um time como Coritiba ou América-MG, que tivesse mais chance de passar para a segunda fase. Como o sorteio definiu o Vasco, obviamente a minha torcida será pelo Marcílio. Pensando nos próximos anos, não imaginaríamos ter esse confronto aqui, mas acho que é importante a nossa torcida pelo clube da cidade, para que jogos grandes como este se tornem comuns no futuro, com o Marcílio chegando nas principais divisões do Brasileiro”, completa.

Influência do rádio

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O professor Gilmar, como é conhecido, e o filho são o exemplo de muitas famílias que se tornaram torcedoras do Vasco há muitas décadas. Além da grande influência que as rádios cariocas exerciam na região, Gilmar era filho de carioca e o pai trabalhava embarcado no Rio, outra situação comum em famílias do litoral catarinense.

Foi uma flâmula do Vasco, trazida pelo pai e fixada na casa em que a família morava, em Navegantes, que fez Gilmar ainda criança escolher o cruzmaltino para torcer nos anos 60.

Além disso, a época de ouro do Maracanã, quando o Carioca era a grande atração futebolística do país, transmitida pelas rádios, também fez a escolha pelo Vasco se tornar mais fácil.

Nos anos 70, já com as imagens de TV, craques como Roberto Dinamite e Zico se consolidaram, e era difícil quem gostasse de futebol na região e não tivesse um time carioca como preferido. 

Nada que o impedisse de frequentar o estádio Dr. Hercílio Luz desde criança, em especial nos clássicos Marcílio x Barroso, mesmo que o seu pai não fosse um grande fã de futebol. “Nós crianças precisávamos de um acompanhante adulto, então ficávamos na porta do estádio e grudávamos na garupa da bicicleta de um desconhecido para entrar no estádio como se fosse nosso pai. Dia de clássico a cidade fervia, eram dois grandes times”, relembra.

Paixão da juventude

A paixão pelo Marinheiro veio na juventude. Com o intuito de apoiar o time da cidade, Gilmar assumiu cargos diretivos do Marcílio e chegou à presidência no início dos anos 90. Na sua gestão surgiu, por exemplo, o concurso que definiu a música criada por Arildo Simão como hino do clube, considerado oficial até hoje. O professor também presidiu o Conselho Deliberativo, e segue como conselheiro nato do clube.

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Como presidente executivo rubro-anil, Gilmar chegou a ter um almoço com o ídolo Roberto Dinamite, quando o craque, já aposentado, aceitou o convite de participar do jogo de despedida de Carlinhos do Parque, ídolo marcilista, em Itajaí. Coube a Egídio buscar Dinamite no aeroporto, o que lhe rendeu até uma camisa autografada.

Tradição mantida

Gil Bernardo nasceu em 1988 e “desde que se conhece por gente”, como diz, esteve dentro do Marcílio Dias. Neto de Cídio Sandri, que também foi dirigente do clube, Gil frequentava o estádio Dr. Hercílio Luz e os seus bastidores desde os anos 90. Com isso, o torcedor não tem dúvidas de que o Marcílio Dias é a sua primeira paixão, mesmo no jogo contra o Cruzmaltino.

A escolha pelo Vasco veio na infância, por influência da família, mas também da mídia nacional, desta vez a televisão, que dominava a época em que a internet ainda começava a surgir.

Com grandes times, o Vasco da segunda metade dos anos 90 conquistou títulos como Campeonato Brasileiro e Libertadores, e chegou a fazer um enfrentamento histórico com o Real Madrid no Mundial de Clubes em 1998. Craques como Edmundo, Evair, Juninho Pernambucano, Pedrinho (hoje presidente do Vasco), entre outros, fizeram com que muitas crianças optassem pelo Vasco como time do coração na época.

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