Discussão judicial

Promotoria quer a suspensão do projeto do Plano Diretor de Itajaí

Ação civil pública acusa irregularidades no processo de revisão. Câmara diz que vai tocar votação até decisão da justiça

Uma das maiores polêmicas do projeto é com relação a Beira Rio
(foto: João Batista)
Uma das maiores polêmicas do projeto é com relação a Beira Rio (foto: João Batista)
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A 10ª Promotoria de Justiça de Itajaí, da curadoria regional do Meio Ambiente, ajuizou uma ação civil pública com pedido de urgência pedindo a suspensão imediata da tramitação do projeto de lei do novo Plano Diretor. A petição acusa irregularidades no processo de revisão que teriam sido apuradas pelo MP ao longo de um procedimento aberto ainda em 2018, quando a prefeitura criou a equipe técnica pra tocar a atualização da legislação.

A investigação entende que houve faltas de paridade no colégio de delegados, de efetiva participação popular e de estudos técnicos no processo de revisão. Conforme o MP, a formação do ...

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A investigação entende que houve faltas de paridade no colégio de delegados, de efetiva participação popular e de estudos técnicos no processo de revisão. Conforme o MP, a formação do colegiado restringiu a participação social e a equipe técnica nomeada pelo município teria deixado de dar suporte na elaboração de estudos técnicos que embasariam as propostas de revisão do Plano Diretor.

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A ação é contra o município e busca que a justiça reconheça a ocorrência de ilegalidades na revisão do Plano Diretor, com a declaração de nulidade do processo e determinação de medidas que garantam a ampla e efetiva participação popular.   A ação foi protocolada na sexta-feira e ainda aguarda decisão da juíza Sônia Maria Mazzetto Moroso Terres, da Vara da Fazenda Pública de Itajaí.

Nesta quinta-feira, ela determinou a intimação do município para que se manifeste em 72 horas sobre o pedido de liminar. No cumprimento da determinação, o município também deveria ser citado pra apresentar defesa.

O município informou que teve conhecimento da ação pela imprensa, mas que ainda não foi citado oficialmente. “No entanto, a Administração Municipal está à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos que forem solicitados”, afirmou em nota.

 

Falta de transparência

Para promotoria, o trabalho que deveria se estruturar com a empresa de consultoria contratada, a equipe técnica e o colégio de delegado eleitos acabou se concentrando em um único profissional, nomeado para a coordenação do processo. No início da pandemia, após a suspensão da revisão, o MP disse que o contrato da consultoria venceu e não foi renovado e a prefeitura decidiu assumir a coordenação.

Na ocasião, foi nomeado o arquiteto Dalmo Vieira Filho pra coordenar os trabalhos. Com a mudança, o MP aponta que a equipe técnica deixou de atuar na elaboração de propostas e no apoio aos delegados e a revisão foi retomada descartando os estudos iniciais e partindo de documentos e estudos da própria coordenação.

O MP ainda alega que há falta de transparência nos trabalhos do colégio de delegados, como ausência de divulgação das pautas e dos devidos registros em ata de discussões e votações, prejudicando o acompanhamento do processo pela população. Outra irregularidade seria a composição do colegiado, que não teria respeitado a paridade entre os diversos segmentos da sociedade, sem garantir a representatividade da população.

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“Determinados segmentos da sociedade itajaiense, notadamente o setor da construção civil, foi beneficiado em detrimento de outros, tais como as associações de moradores dos bairros”, acusa a promotora Giselli Dutra na ação. Ela ainda alegou que o Conselho Municipal de Gestão Territorial, que reúne representantes do governo e de entidades civis, também nunca foi chamado a participar.

 

Para promotora, discussão tem que recomeçar

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Novas conferências são um dos pedidos do MP  (foto: divulgação)
Novas conferências são um dos pedidos do MP  (foto: divulgação)

 

A promotora frisou que, apesar de todos os problemas apurados, o município chegou a mandar o projeto pra câmara sem fazer audiências públicas. Após a recomendação do MP, a prefeitura fez as reuniões, mas a promotora afirma que o objetivo das discussões também foi “deturpado”, deixando de ouvir sugestões da comunidade.

“A proposta para o novo Plano Diretor atualmente em discussão pelo Poder Legislativo Municipal, possui vícios insanáveis”, afirma a promotora.

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Na ação, ela faz uma série de pedidos, além da imediata suspensão do trâmite do projeto no Legislativo. A promotoria requer a intimação do prefeito pra apresentar em 24 horas os estudos técnicos que embasaram as propostas avaliadas pelo colégio de delegados. Ainda pede, se reconhecidas as ilegalidades e anulado o processo, que o município tome medidas para sanar as irregularidades.

O pedido é que a prefeitura elabore, com equipe multidisciplinar, uma proposta com estudos que considerem os diagnósticos comunitários e técnicos descartados inicialmente, e que a revisão seja retomada com a efetiva participação popular, com igualdade de representação do colegiado e a realização de conferência municipal pra aprovar o projeto a ser enviado à Câmara.

A ação do MP ocorre na reta final do andamento do Plano Diretor na Câmara de Vereadores. O projeto já passou pelas audiências públicas organizadas pelo Legislativo e está no prazo pra análise das 40 emendas apresentadas pelos vereadores com propostas de mudanças no texto original. No momento, as ementas tramitam na comissão de Legislação, Justiça e Redação.

O cronograma da Câmara prevê que as comissões entreguem os pareceres técnicos até a próxima quarta-feira, dia 21. Depois, é prevista a leitura do projeto na sessão de quinta-feira. A primeira votação do projeto e das emendas em plenário está marcada para o dia 27 de fevereiro. A votação será em dois turnos, com a segunda e última votação prevista para o dia 29.

 

Câmara aguarda a decisão da justiça

Em nota oficial, a Câmara de Vereadores de Itajaí confirmou que recebeu nesta quinta-feira uma recomendação do MP pra suspender a tramitação do projeto do Plano Diretor até a decisão final na ação civil pública. O Legislativo, porém, vai manter o trâmite normal enquanto espera a manifestação da justiça.

O esclarecimento destaca que os fatos apontados na ação são anteriores ao envio do projeto de lei à Câmara. “Desta maneira, não há questionamentos ao tratamento que a Câmara de Vereadores tem dado ao tema desde o recebimento oficial da proposição”, alega.

“Também é importante esclarecer que o projeto é de autoria do Executivo Municipal e, por isso, não cabe ao Poder Legislativo, numa análise inicial, retirar ou suspender a tramitação. Neste caso, caberia ao proponente fazer esta solicitação, se entender pertinente”, finaliza a nota.



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