O público-alvo serão crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, que é a faixa etária com maior número de internações pela doença (foto: João Batista)
A primeira remessa da vacina contra a dengue que será oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) chegou ao Brasil no sábado. A previsão é de que as primeiras doses sejam aplicadas em fevereiro. O público-alvo serão crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Em Santa Catarina, a secretaria de Saúde diz que aguarda as informações do Ministério da Saúde para esclarecer as dúvidas sobre a distribuição das doses.
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O governo federal recebeu 720 mil doses do imunizante Qdenga, do laboratório japonês Takeda Pharma, sem cobrança. O órgão ainda receberá cerca de 600 mil doses gratuitas numa segunda remessa ...
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O governo federal recebeu 720 mil doses do imunizante Qdenga, do laboratório japonês Takeda Pharma, sem cobrança. O órgão ainda receberá cerca de 600 mil doses gratuitas numa segunda remessa, totalizando 1,32 milhão de doses da fabricante. Além disso, o governo comprou outras 5,2 milhões de doses, que serão entregues gradualmente até novembro.
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O total de 6,52 milhões de doses representa a capacidade disponível no laboratório para este ano. Devido à limitação de produção da vacina, pouco mais de 3,2 milhões de pessoas serão vacinadas, considerando que o esquema vacinal requer a aplicação de duas doses. O intervalo mínimo entre as aplicações é de 90 dias.
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Criançada é prioridade
As crianças e adolescentes terão prioridade em 2024. Segundo o governo federal, a faixa entre 10 e 14 anos concentra o maior número de hospitalizações por dengue, depois das pessoas idosas, grupo para o qual a vacina ainda não foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O Ministério da Saúde definiu em conjunto com os conselhos das secretarias de Saúde de estados e municípios os critérios para a distribuição das doses. As vacinas serão destinadas a municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos 10 anos e população residente igual ou maior que 100 mil habitantes. Ainda não há previsão sobre a chegada das doses pra região. Em Itajaí, a secretaria também espera informações oficiais.
Nos próximos dias, o Ministério da Saúde deve detalhar a lista dos municípios e a estratégia de vacinação. Segundo o ministério, as doses recebidas no sábado ainda passariam pelo processo de liberação da alfândega e da Anvisa para serem enviadas para o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde. O governo pediu prioridade nesses processos, prevendo a conclusão da liberação ao longo da semana.
Primeiro país do mundo a ter a vacina
O Brasil é o primeiro país a oferecer a vacina contra a dengue no sistema público de saúde. O Ministério da Saúde incluiu o imunizante no SUS em dezembro de 2023, após aprovação pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec).
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A vacina japonesa foi aprovada pela Anvisa em março do ano passado e está disponível em clínicas privadas desde julho. Em Itajaí, a dose pode ser encontrada por R$ 480. O imunizante pode ser aplicado em pessoas de 4 a 60 anos para prevenir a dengue, independentemente da exposição anterior à doença e sem necessidade de teste pré-vacinação.
A vacina utiliza a tecnologia de vírus atenuado, quanto o imunizante traz o vírus da dengue modificado de forma a infectar, mas não causar a doença. No esquema de duas doses com intervalo de 90 dias, a vacina teve eficácia de 80,2% contra a dengue, com período de proteção de 12 meses após o recebimento da segunda aplicação.
Por ser feita com vírus enfraquecido, a vacina é contraindicada para gestantes, lactantes, pessoas com algum tipo de imunodeficiência ou que faz algum tratamento imunossupressor. Por esse motivo, a Anvisa ainda não aprovou a aplicação em idosos, grupo que poderia desenvolver a doença por ter imunidade mais baixa que outras pessoas.
Recorde de mortes no Brasil
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Mais de 3,2 milhões de pessoas serão vacinadas este ano (foto: reprodução)
O Brasil bateu recorde de mortes por dengue em 2023, com 1079 óbitos pela doença até o dia 27 de dezembro. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o país tem o maior número de casos de dengue no mundo, respondendo por metade do total global. Autoridades de saúde já alertaram para uma epidemia da doença no Brasil em 2024.
Em Santa Catarina, conforme dados da Dive, foram mais de 119 mil casos confirmados de dengue e 98 mortes registradas até 30 de dezembro de 2023. O primeiro relatório de 2024 mostra que ações de prevenção precisam ser reforçadas. O estado já tem 2052 casos prováveis, entre suspeitos e confirmados, em 79 cidades, com a primeira morte do ano registrada em Joinville e outros dois óbitos em investigação.
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