PENHA
Despedida de Cláudio Bersi é marcada por homenagens
Escritor e historiador publicaria mais três livros em 2024, aos 88 anos
Laura Testoni [lauratestoni16@gmail.com]



Após velório na Câmara de Vereadores de Penha, o corpo do escritor e historiador Cláudio Bersi de Souza, de 88 anos, foi levado em cortejo para a capela de São João Batista na localidade de Armação do Itapocoroy. A missa de despedida começou às 7h30 de domingo. Após a cerimônia religiosa, amigos, familiares e parceiros de caminhada prestaram homenagens a Cláudio. Em seguida, aconteceu o sepultamento no cemitério ao lado da capela.
Romancista
Continua depois da publicidade
Desde os anos 1980, Cláudio marcou a literatura local com romances, como “Um beijo na Tempestade” (1984), registros históricos, como “Penha: A História Para Todos” (1995), crônicas, poesias e biografias. Mais obras estavam por vir em 2024.
A presidente da Academia de Letras de Santa Catarina Seccional Penha Anísio dos Santos e vice-prefeita da cidade, Maria Juraci Alexandrino, contou ao DIARINHO que seu Cláudio, que tinha a cadeira número 3 na academia, estava com mais três livros para serem publicados este ano. “Em dezembro estive com ele, batendo um papo e nós tínhamos decidido que, este ano, dia 16 de abril, no aniversário da Academia de Letras, a gente lançaria um livro dele”, relembra Juraci. “Seu Cláudio Bersi, sem dúvida alguma, foi um homem diante do seu tempo, vivia intensamente a literatura e dava vida para todos que o procuravam. É uma referência; deixa muitas saudades”, completa.
Continua depois da publicidade
Ícone da cultura

Cláudio foi colunista do DIARINHO durante quase cinco anos e marcou a literatura local como escritor que registrou a história do litoral. O professor Eduardo Bajara Souza, atual superintendente da Fundação Cultural Picucho Santos, de Penha, relembrou ao DIARINHO que Bersi “traduzia a seus escritos - tanto romances como biografias, as qualidades empáticas do seu povo originário. Nas obras históricas, era fidedigno aos fatos e de uma memória impecável, na beira dos seus 90 anos de existência”.
Bersi também deixou seu legado permanente como autor da letra de “Canto de Amor a Penha”, hino da cidade. Ele foi vereador, comerciante, patrão de Pesca, marinheiro da Marinha Mercante e premiado com o troféu Açorianidade concedido pelo Núcleo de Estudos Açorianos, da Universidade Federal de Santa Catarina, de Florianópolis.
A esposa de Bersi morreu em 2020. Ele deixa os filhos Pedro Cláudio de Souza e João Cláudio de Souza, os netos Clara Lúcia, Clarissa e Renato, e a nora Daiane Mary dos Santos.