Na nota, a prefeitura de Curitiba ainda diz que vai buscar as medidas necessárias para exigir a retratação. A Fundação de Ação Social (Fas) de Curitiba também enviou e-mail para a Secretaria de Inclusão Social de BC solicitando uma retratação pública e reafirmando o desmentido enviado à imprensa.
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Dias após a repercussão do vídeo, a Fas informou que não emitiu nenhuma passagem para BC em janeiro. “A entidade esclarece que apenas atende pessoas com concessão de passagens que desejam retornar para suas cidades de origem no Brasil ou que comprovem vínculos na cidade em que deseja viajar. A concessão é feita somente para pessoas ou famílias em situação de vulnerabilidade, após atendimento e análise técnica, além do contato com familiares na cidade de origem”, diz a nota.
A polêmica começou com o vídeo do diretor da Abordagem Social de BC, José Henrique Souza. Com uma passagem de ônibus em mãos, ele afirma: “Eles ganharam passagem do município de Curitiba para vir para BC. Aqui a gente tem o nosso trabalho de abordagem e segue fiscalizando firmemente esses casos de cidades que vêm trazendo moradores de rua para Balneário. A gente está de olho e vai tomar as medidas cabíveis”.
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Não vai se retratar
A secretária de Inclusão Social de BC, Christina Barichello, diz que o município não vai se retratar. “O município só pode fazer uma retratação pública do que o município fez. Eu sou a representante da secretaria e não fiz nenhuma alegação, não tem do que me retratar”, argumenta Barrichello, que chegou a postar o vídeo no perfil do Instagram.
No post, a secretária escreveu: “mais uma noite de absurdos que passamos aqui em nossa cidade. As providências já estão sendo tomadas e continuamos firmes na luta”.
Barrichello afirma que mantém a afirmação sobre o envio de moradores de rua para BC, mas aponta que não há provas para medidas judiciais sobre o caso. Sobre o vídeo, a iniciativa teria partido do diretor de Abordagem Social, com base nas informações da fiscalização.
A secretária explica que recebeu a denúncia na noite de sexta de uma passageira do mesmo ônibus em que os moradores de rua estavam se deslocando para BC. Ela acionou a Abordagem, que foi até a rodoviária e encontrou uma pessoa do grupo, enquanto os demais foram embora.
Foi este morador de rua que informou que recebeu a passagem da prefeitura de Curitiba. “De concreto nós temos a filmagem da abordagem, em que ele afirma ter recebido a passagem. Ele entregou a passagem, foi levado até a casa de passagem, onde tomou banho e foi entrado em contato com a família do morador”, explica.
Ela conta que, entre sexta e sábado, a equipe da secretaria tentou contato com a prefeitura de Curitiba, mas sem sucesso. Também foi solicitado à empresa mais dados sobre a emissão da passagem, mas a empresa teria se negado a dar mais informações, apenas informando que a passagem tinha sido retirada em um totem. “Mais de 20 órgãos de imprensa me perguntaram sobre este assunto e o que temos de concreto é a denúncia. Se tivéssemos uma comprovação exata, iríamos entrar judicialmente, porque cada município tem que atender a sua demanda”, diz a secretária, que afirma ainda admirar as políticas sociais de Curitiba, as quais considera “referência”.
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