Cerca de 70 visitantes do Rio Grande do Sul pagaram uma pousada para passar a virada de ano em Itapema, mas ao chegar à cidade nesta quinta-feira, deram com a cara na porta. A Pousada Heda Volz na rua 248, no bairro Meia Praia, está em obras de ampliação e não tem quartos para receber o grupo.

Os turistas são das cidades de Bom Princípio, Vale Real, Harmonia e Teutônia – pequenos municípios do Rio Grande do Sul –, a maioria agricultores ou trabalhadores da construção civil, que economizaram dinheiro e pagaram a hospedagem durante o ano com o sonho de passar o Réveillon na praia.

O grupo viajou cerca de 600 quilômetros, mais de oito horas, para chegar no litoral catarinense. “São pessoas que trabalham muito, trabalham em fábrica, são pedreiros, são donas de casa, são da colônia, trabalham na roça, lidam com plantação, com gado... Pessoas humildes que trabalharam e pagaram para passar a virada aqui”, desabafa a filha de um casal que está na excursão.

A jovem explica que eles vieram em dois ônibus de excursão. “A gente tem uns cinco adolescentes, com menos de 20 anos. Mas a maioria é família, casais com os filhos, ou os casais sozinhos, aposentados.... Eu tô aqui com meu pai, com minha mãe, com meu irmão”, explica.

Para passar a virada no litoral, eles contrataram a pousada, pois no ano passado parte do grupo já havia se hospedado. Pagaram R$ 30 mil pela hospedagem, que seria desta quinta até segunda-feira, dia 1º de janeiro, para as sonhadas férias no litoral.

Só que ao encontrar a pousada em obras, o sonho da virada na beira-mar virou pesadelo. “Havíamos locado outra unidade deles ano passado, esse ano construiriam uma nova, mas não terminaram. Ela [a proprietária] nos disse que estava tudo pronto, que faltava apenas dois banheiros embaixo, mas não tem nada pronto”, lamenta.

Com os bagageiros dos ônibus cheios de comida e sem ter onde ficar, o grupo acionou a Polícia Militar para registrar o caso. Logo após o boletim de ocorrência, os turistas tentavam alugar uma pousada na praia da Ferrugem, no sul do estado, para passar a virada. “Se não conseguirmos, já estamos na direção ao Rio Grande do Sul”, explica.

As vítimas pretendem entrar com um processo contra a dona da pousada para reaver o valor pago, já que ela não quis reembolsá-los e nem honrou com a hospedagem reservada. O DIARINHO ainda não conseguiu contato com a proprietária.