Bombeiros resgatam família com recém-nascido em rua de Cordeiros
Prefeito acompanhou situação no local e avalia tendência de queda das águas. Desde o início das inundações já foram feitos 298 resgates
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Prefeito acompanhou situação no local e avalia tendência de queda das águas (Foto: João Batista)
O Corpo de Bombeiros resgatou uma família na tarde de sexta-feira na rua Américo Meinicke, na parte baixa de Cordeiros. Essa foi uma das cerca de 200 ocorrências atendidas pelas forças de segurança entre o feriado de quinta e a sexta-feira. Desde o início da semana, as forças de segurança já fizeram o resgate de 298 pessoas em áreas de risco.
A família da Keila Aroeira, de 34 anos, estava ilhada no trecho da segunda quadra da rua. Ela foi retirada com o bote dos bombeiros, junto com o bebê Paulo Eduardo Filho, de apenas um ...
A família da Keila Aroeira, de 34 anos, estava ilhada no trecho da segunda quadra da rua. Ela foi retirada com o bote dos bombeiros, junto com o bebê Paulo Eduardo Filho, de apenas um mês e três dias, a filha Maria Flor, de dois anos, o marido Paulo Eduardo Santos, 36, e a sogra, Florisbete dos Santos Arruda, 60.
Keila conta que já tinha sido vítima de alagamentos no domingo. A família voltou pra casa, após as águas baixarem. Mas teve que levantar os pertences outra vez. As águas avançaram mais e demoraram pra baixar. A família conseguiu ajuda de um amigo de Penha, onde se abrigará até a situação melhorar.
Prefeito circulou pela cidade
Na sexta-feira, o prefeito Volnei Morastoni (MDB) esteve em Cordeiros. Todas as ruas laterais entre a avenida da avenida Reinaldo Schmithausen e o ribeirão da Murta tiveram trechos alagados.
“A nossa expectativa é que a partir desse 3º pico, a tendência é ir diminuindo a gravidade. O que está nos preocupando ainda é que [em] Blumenau está baixando muito devagar, 19 centímetros por hora. Está muito lento a baixa das águas em Blumenau e isso reflete aqui também numa lentidão maior”, comentou Volnei.
O prefeito ainda lembrou que Itajaí é prejudicada pelas cotas mais elevadas das marés nessa época, com picos mais altos que o previsto, e o transbordamento do rio Itajaí-mirim, que chegou ao pico de 2,78 metros na tarde de sexta-feira. “Mas a tendência é ir normalizando”, completou Volnei.
Itajaí tem mais de 500 desalojados e sofreu com 150 ruas alagadas
Itajaí registrou 148 ruas alagadas só entre quinta e sexta-feira. Foram atendidas mais de 200 ocorrências e são mais de 500 pessoas alojadas em abrigos públicos. Os principais locais afetados são a Murta, partede Cordeiros, Santa Regina, Barra do Rio, Imaruí e Nova Brasília. A Defesa Civil segue em alerta para riscos de inundações e deslizamentos porque o solo continua encharcado.
Apesar da previsão de tempo mais firme ao longo do sábado, Itajaí continuará recebendo as águas que descem pelos rios Itajaí- Açu e Itajaí-Mirim das cidades de Blumenau e Brusque.
A travessia entre as regiões centrais de Itajaí e Navegantes pelo ferry-boat segue operando normalmente. Já a balsa que faz a ligação da Barra do Rio com o bairro Machados está com a operação suspensa. A NGI Sul monitora a situação do rio e a balsa pode voltar a operar se melhorem as condições.
O canal de acesso ao complexo portuário continua fechado, com nove navios esperando ao largo e outros 15 cargueiros navegando rumo à região.
Na sexta, eram 562 pessoas alojadas em seis abrigos de Itajaí. Quatro deles estavam lotados, o de Cordeiros, o do São Vicente e os da igreja do bairro São João e Clube Tiradentes.
Animais
O Instituto Itajaí Sustentável deve manter o funcionamento do abrigo temporário de animais até este sábado. O local, que fica no Parcão da praça da Beira Rio, atingiu a capacidade máxima de 200 animais. As pessoas que retornarem para casa em segurança devem buscar os seus animais nas próximas horas.
A estrutura, que tinha capacidade inicial para 40 animais, atendeu até 200 no último domingo. O Inis disponibiliza assistência veterinária e alimentação. O local conta com apoio de voluntários que trabalham em escalas de quatro horas.
Picos da maré alagaram centro e bairros
As águas do rio Itajaí-Açu voltaram a invadir o centro de Itajaí e regiões ribeirinhas no começo da tarde desta sexta-feira. O fenômeno já tinha ocorrido na madrugada e é reflexo da subida da maré e da elevação do nível do rio Itajaí-açu.
Segundo a medição do “Marégrafo”, da estação da Univali/Porto de Itajaí, a maré alcançou 1,77 metro às 14h35 de sexta. Com isso, toda a extensão da avenida Beira Rio, voltou a ser tomada pelas águas, desde a praça Genésio Miranda Lins até as imediações do ferry-boat, já na avenida prefeito Paulo Bauer.
As ruas Pedro Ferreira e Silva também tiveram trechos tomados pela água.
Os alagamentos também retornaram nos bairros. A maré alta e o nível do Itajaí-mirim voltaram a alagar as transversais da rua David Adão Schmitt, no bairro Nova Brasília, entre elas a travessa João Bento, Paulo Fuck e Bubi Kobarg. A frente da empresa Vitalmar, ao lado da ponte Bispo Samuel Francelino, também foi prejudicada.
A rua Jacob Ardigo, a famosa rua da Vala, entre o Dom Bosco e o Cidade Nova, e as imediações do clube Itamirim também foram prejudicados. A rua Carlos Mafra, no Cidade Nova, ao lado do Atacadão, também.
A Murta, parte de Cordeiros e Salseiros, além da zona rural da Itaipava, KM 12 e Campeche também registram alagamentos nesta sexta.
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