Mestre
“Vou parar quando meu coração parar”, diz Gilberto Gil em Itajaí
Ícone da cultura brasileira, Gil falou sobre a importância do Festival de Música de Itajaí
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
Aos 82 anos, Gilberto Gil, um dos maiores nomes da cultura brasileira, se apresenta no 25º Festival de Música de Itajaí na véspera do feriado de 7 de setembro. Durante a passagem de som, no início da tarde de quarta, Gil conversou com a imprensa e avisou: “eu vou parar quando meu coração parar”. Feliz por fazer parte do festival de Itajaí, Gil falou da importância de fomentar esse tipo de evento. “Essa especialidade, que é o festival mais inserido na comunidade, aproveitando elementos de interesses amplos da comunidade em relação à música e à arte em geral, esses são mais raros. São festivais de resistência, de certa forma, e é o caso do Festival de Itajaí. São 25 anos fazendo interação um pouco mais profunda entre o público e os artistas, promovendo os seminários, promovendo o trabalho, esse intercâmbio mais intenso entre a comunidade e os artistas que visitam Itajaí para fazer o festival”, explica.
Pela segunda vez em Santa Catarina em 2023, Gil se disse “acolhido pelos catarinenses”. O primeiro show deste ano foi em março, no aniversário de Florianópolis.
Ex-ministro da Cultura do Brasil, Gilberto Gil comentou que atualmente acompanha a evolução do papel do estado com a nova eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “A cultura é uma coisa muito ampla, vasta, tem muitas linguagens de expressão. Há muitas condições diferentes, do ponto de vista da sustentação destas manifestações, muitas delas se sustentam automaticamente pelo empreendimento da comunidade, da concepção da sociedade, e outras são atividades que precisam de fomento, de atenção do governo, de programas específicos…”, disse.
“O caso do patrimônio, de manifestações de periferias, comunidades menos assistidas e tal, o papel do estado é importante e relevante. Esperamos que o governo atual, que de uma certa forma substitui um governo desinteressado pela vida cultural, como era o governo anterior, espero que esse interesse se traduza em uma atenção a todos esses aspectos e muitos outros que eu manifestei aqui... O ministério conta, pela primeira vez, com um orçamento mais robusto e Margareth Menezes [artista e ministra da Cultura] é uma pessoa muito interessada...”, finalizou.