As condições dos terminais de ônibus em Itajaí chegaram numa situação insustentável, reclamam os usuários do serviço. Nas unidades dos bairros Ressacada e Fazenda, os espaços sofrem com a falta de manutenção e ação de vândalos. Os passageiros pedem mais atenção da prefeitura para os serviços, que são feitos por uma empresa terceirizada. Os usuários têm dúvidas sobre de quem cobrar a manutenção.

Um dos problemas recentes envolve as mudanças nos bebedouros. No terminal da Ressacada, o equipamento, que ficava no corredor da plataforma no acesso para os banheiros, foi colocado no recuo entre os sanitários masculino e feminino. Com isso, o bebedouro fica de frente para as duas portas e os usuários sentem mau cheiro ao tomar água.

“Aquilo ali é uma total falta de higiene. É uma vergonha para uma cidade como Itajaí, que recebe visitantes de tudo que é lugar”, comentou o deficiente visual aposentado Bruno Carlos de Oliveira, de 61 anos, que já levou a queixa para vereadores e secretários. Já no terminal da Fazenda, houve denúncia de que o bebedouro estava sem água, mas o equipamento foi arrancado e nenhum outro foi colocado no lugar.

Bruno lembrou que já teve época que o terminal ficou sem bebedouro em pleno verão e espera que a situação não se repita. “Já estamos chegando em setembro. O tempo logo começa a esquentar e não tem bebedouro”, alertou. Na questão da acessibilidade, Bruno garante que os motoristas e fiscais sempre dão atenção, mas sugere a colocação de piso tátil ao longo da plataforma para dar mais segurança na caminhada dos cegos.

Banheiros destruídos

As condições dos banheiros também causam reclamações. No terminal da Fazenda, o carpinteiro Nelson Pereira, de 58 anos, morador da Praia Brava, relata que a situação também está relacionada aos andarilhos, com furtos de materiais, como fios e rolos de papel higiênico.

“Antes era pior, não dava nem para andar. As mulheres da limpeza limpam direto, mas não vencem cuidar”, disse. A falta de manutenção, porém, também existe. No momento, o banheiro masculino está com o mictório e um dos sanitários interditados.

No terminal da Ressacada, os usuários também se queixaram dos banheiros, que costumam estar com forte cheiro de xixi. “Tem dias que a gente é obrigado a usar, não tem jeito”, denuncia o repositor Alexandre Gabriel Carvalho, de 18 anos, morador da Itaipava.

Pichações, vandalismo e furto de fiação são outros problemas. Devido à retirada de fios, os passageiros ficam sem opções de tomadas para carregar celulares. “Falta ter uma manutenção básica”, completou Alexandre.

Nos terminais da Fazenda e da Ressacada, as catracas de acesso estão com o controlador de bilhetagem interditado. Em cada terminal, um aparelho estava quebrado nesta semana.

Manutenção é terceirizada, alega prefeitura

A secretaria de Urbanismo informou em nota da Diretoria de Mobilidade Urbana que os serviços de conservação, limpeza e higienização dos terminais são terceirizados, mas estão sob a fiscalização do município.

A pasta esclareceu que não tinha conhecimento da falta de água no terminal da Fazenda e disse que iria verificar a situação. Sobre a posição dos bebedouros, a secretaria explicou que eles tiveram de ser realocados para uma área cercada do terminal, porque os  furtos são frequentes.

O órgão orientou que, diante de qualquer irregularidade, os usuários podem formalizar uma reclamação pelos canais da Ouvidoria da prefeitura. O atendimento pode ser pelo 0800 646 4040, WhatsApp (47) 98819-0955 e e-mail ouvidoria@itajai.sc.gov.br. O serviço também está disponível pelo aplicativo Conecta.í.

Na nova concessão do transporte público, com contrato assinado em abril, os terminais seguirão com a manutenção, conservação e exploração comercial dos pontos de paradas e terminais a cargo do município. As operações serão tocadas pelo consórcio Atalaia, formado pelas empresas Transpiedade e Nossa Senhora da Piedade, num novo sistema de linhas e serviços, previstos para iniciar a partir de 25 de outubro.