LUTO NA CULTURA
Morre o diretor de teatro Max Reinert
Ele estava internado no hospital Marieta Konder Bornhausen tratando uma pneumonia
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]





A cultura de Itajaí perdeu parte de sua referência nesta segunda-feira. Aos 50 anos, o ator, produtor e diretor teatral Max Reinert faleceu na UTI do hospital Marieta Konder Bornhausen. Ele estava internado desde a última sexta-feira para tratamento de uma pneumonia.
Familiares e amigos contaram que ele teve um quadro pareceido tempos atrás, não teria feito o tratamento completo e a doença retornou mais forte. No domingo, Sandra Zeferino divulgou nas redes sociais a grave situação de saúde de Max e pediu muitas energias positivas e orações para a sua recuperação.
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No entanto, o diretor não resistiu a doença e faleceu na tarde de segunda-feira. O velório de Max será no Teatro Municipal de Itajaí, com cerimônia de despedida às 13h30 de terça. O corpo de Max será cremado.
A Fundação Cultural não atenderá ao público e as atividades de artes cênicas do programa Arte nos Bairros estão canceladas nesta terça-feira em luto pela morte de Max que deixa dois irmãos e sua parceira de trajetória pessoal e profissional, a atriz Denise da Luz.
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Viveu para a arte
Max era dramaturgo, diretor e integrante da Téspis Cia. de Teatro desde sua fundação, em 1993, em Itajaí. Com a Téspis, produziu espetáculos com os quais visitou diversos estados do país, além de Portugal, Venezuela, Chile, Paraguai e Argentina. Ele também era titular da Câmara Setorial de Teatro e Circo e do Conselho de Políticas Culturais de Itajaí
Max participou do Núcleo de Dramaturgia do Sesi no Paraná, onde iniciou sua capacitação. Desde a década de 1990, ministrava cursos e oficinas para crianças, adolescentes, adultos e professores nas áreas de interpretação e manipulação de bonecos. Ele foi professor do programa Arte nos Bairros até 2021.
O artista também lançou o livro “Primeiras Obras”, pela Editora MultiFoco (RJ), dentro do selo Dramaturgias, em 2013. O seu texto "Índice22" foi selecionado para o Encontro Internacional de la Dramaturgia Emergente, produzido pelo Corredor Latinoamericano de Teatro.
Realizou direção de arte para alguns curtas metragens produzidos em Itajaí. Foi parceiro do curta Nego Dean, com direção de Lallo Bocchino.
Em 2021 dirigiu o seu primeiro curta de ficção "Matador de Cachorro", que foi selecionado para o Festival de Cinema de Jaraguá do Sul (SC); para o Global Indie Film Festival, em Glasgow (Reino Unido), e para o First-time Filmmaker Sessions, Lift-Off Festival 2021, Buckinghamshire (Reino Unido).
Seu texto "Blow Me Up ou Um ensaio sobre a natureza dos Homens Bomba" foi selecionado para edição pela Editora Urutau. O espetáculo Vida Seca, dirigido por ele, foi indicado para o 15° Prêmio Associação dos Produtores de Teatro.
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Legado eterno pra Itajaí
O amigo, poeta e escritor Antonio Carlos Floriano, muito emocionado, conversou com o o DIARINHO sobre a morte prematura de Max. “O Max é uma figura relevante da cultura de Itajaí. Ele está cumprindo uma sina de um monte de pessoas quase icônicas da cidade que morreram muito jovens, como Bento Nascimento, Toni Cunha, Darcizinho, Agê Pinheiro e o Mauro Caelum...”, analisa Floriano.
O escritor ressalta a dedicação de décadas à arte. “O Max, além de diretor de teatro, de cinema, era um grande ator, e um grande dramaturgo. Uma pessoa que fará uma falta incrível para a cultura de Itajaí que está tão cambaleante, principalmente para arte”, fala.
Floriano lembrou da participação ativa de Max na cultura catarinense. “Era uma pessoa muito representativa da classe cultural para as demandas coletivas”, completa.
Floriano reforça que os artistas de Itajaí, como Max e Agê Pinheiro, ajudaram a construir uma cidade melhor para todos. “Pessoas como Max Reinert engrandecem uma cidade. O Max, junto com a Tespsis, com a Denise da Luz, levaram o nome de Itajaí para todo o Brasil e o mundo," concluiu.
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