ITAJAÍ
Thiago Morastoni diz que “birra política” é a culpada pelo cancelamento da Marejada
Câmara teria travado projeto que libera recursos "antecipando, mais uma vez, as eleições" de 2024
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O secretário de Turismo de Itajaí, Thiago Morastoni, responsabilizou a Câmara de Vereadores por travar a votação do projeto que liberaria recursos para o evento, o que levou ao cancelamento da Marejada, anunciado nesta segunda-feira pela pasta. Ele lembrou que será a primeira vez que a festa vai deixar de acontecer por uma decisão política do legislativo, onde a maioria dos vereadores é de oposição e se mostra descontente desde que partidos da base romperam com o prefeito e cerca de 160 aliados do grupo do legislativo acabaram demitidos do executivo.
Para ele, há uma “birra política” em antecipação às próximas eleições. “O poder legislativo de Itajaí está antecipando a eleição do ano que vem e está colocando a política partidária à frente dos interesses da sociedade de Itajaí”, afirma. “E não é só com Marejada, qualquer coisa que vier da Câmara de Vereadores infelizmente, ao que tudo indica, vai ser travado porque o objetivo é político”, lamentou.
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Com a mudança no percentual do orçamento que precisa de autorização da câmara, o secretário observa que o legislativo compromete o equilíbrio entre os poderes. “Quando a câmara avoca pra si a responsabilidade do que é ou não é prioridade no governo municipal, infelizmente eles estão dificultando, invadindo uma área do poder executivo, prejudicando não apenas o governo, mas especialmente a cidade”, analisa.
A falta de prestação de contas da Marejada seria o motivo alegado pra travar o projeto. Embora o município tenha apresentado as informações na câmara e os dados estejam no Portal da Transparência, o secretário Thiago Morastoni explica que não existe uma prestação de contas específica da festa, mas anualmente as contas da Secretaria de Turismo são apresentadas sem que nunca houvesse questionamentos do legislativo.
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Ex-secretário de Turismo de Itajaí, Evandro Neiva, hoje secretário de estado de Turismo, tem acompanhado a situação de longe. Ele ressaltou que a secretaria sempre foi muito transparente com a Marejada e que os servidores da pasta em Itajaí sempre estiveram disponíveis pra responder quaisquer questionamentos.
Evandro também apontou motivação política nas críticas dos vereadores com vistas às eleições. “A Marejada é apenas mais um assunto tratado na Câmara de Vereadores de maneira politiqueira e isso é muito ruim pra nossa cidade. Eu como ex-secretário tive o cuidado e profissionalismo de pegar um produto falido nos últimos anos e ter feito um incrível trabalho de profissionalizar a Marejada”, comentou.
Votação em sessão extraordinária seria última alternativa
A liberação dos recursos é voltada pra duas licitações principais, a de cenografia, que abrange a produção e montagem dos materiais de cenário da festa, e a de operação financeira, do sistema de cartão do evento. Para este ano, a Marejada teria o cartão da festa pra pagamento com dinheiro vivo e permitiria o uso de cartões de crédito e débito.
Segundo o secretário, a votação do projeto em sessão extraordinária seria a última alternativa pra garantir a realização do evento. “Eu ainda tenho fé e esperança que eles consigam analisar, mas eu não consigo esperar por essa decisão. Até sexta-feira, é nosso limite máximo, absoluto, daí então não tem outra alternativa”, destacou.
O procurador-geral da câmara, Cícero Zucco, explica que a convocação de sessão extraordinária depende de maioria da Mesa Diretora ou de dois terços dos vereadores (mínimo 11 votos), conforme prevê o regimento interno. Sem a urgência aprovada, o projeto da Marejada seguirá o trâmite normal.
“Como a câmara entra em recesso a partir de amanhã [terça-feira], os prazos das comissões são suspensos e voltam a correr apenas após o fim do recesso, salvo se houver a convocação da extraordinária com o quórum regimental”, ressalta. O presidente da Câmara, Marcelo Werner (PSC), ainda não se manifestou sobre o cancelamento da festa.
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