Cinco dias após o naufrágio do pesqueiro Safadi Seif com oito tripulantes a bordo, muitas perguntas sobre o acidente continuam sem resposta. Os advogados e o armador de pesca Maurício Manoel da Silva Filhoconvocaram uma entrevista coletiva na noite de quarta-feira, mas as principais perguntas dos jornalistas não foram respondidas. Foi alegada pelo grupo a suposta necessidade de sigilo durante a investigação da Marinha do Brasil.
O armador Maurício não explicou quem autorizou que o barco zarpasse para alto-mar com oito tripulantes a bordo, mesmo sob o alerta de ciclone na costa catarinense feito pela Defesa Civil e da nota ...
O armador Maurício não explicou quem autorizou que o barco zarpasse para alto-mar com oito tripulantes a bordo, mesmo sob o alerta de ciclone na costa catarinense feito pela Defesa Civil e da nota pública da Marinha do Brasil informando restrições para a navegação no final da semana passada.
Seis tripulantes foram resgatados com vida depois do naufrágio que aconteceu na sexta-feira, mas outros dois pescadores continuam desaparecidos.
O advogado Wagner Camilo dos Santos, contratado por Maurício, afirma que as investigações da Marinha iniciarão dia 3 de julho e que até o fim do inquérito nem a empresa e nem os advogados estão autorizados a comentar o assunto. “Não estamos aqui para achar culpados. As responsabilidades serão apuradas”, justificou.
Incêndio a bordo
Outro ponto polêmico são as denúncias de familiares das vítimas de que o barco teria apresentado problemas mecânicos antes da viagem e que teria ocorrido um incêndio a bordo logo depois do início da viagem. O advogado contestou as denúncias e disse se tratarem de “factóides divulgados pela imprensa marrom”.
O proprietário do barco, Maurício, afirmou aos jornalistas que tem certeza de que a embarcação estava em plenas condições de navegação.
Também estiveram no local da entrevista, num hotel de Itajaí, o médico Élcio Antunes dos Santos e três dos seis pescadores resgatados com vida. “Eu não tenho palavras para descrever o que aconteceu [...]. Mas está na mão de Deus um possível resgate deles com vida”, disse o mestre do barco, Mário Gomes dos Santos.
As buscas aos desaparecidos devem continuar e serão custeadas a partir do prazo estipulado pela Marinha pelo Maurício. O armador ainda terá que rebocar o barco, que foi localizado emborcado, até Itajaí.
Maurício diz que vai prestar apoio clínico e psicológico aos sobreviventes que devem voltar ao trabalho em breve. “Eles vão voltar ao trabalho, porque a empresa está com as portas abertas e não vai dispensar ninguém”, disse o advogado Camilo. O advogado afirmou que a situação contratual dos pescadores é regular e que o registro e a carteira profissional de todos os tripulantes está em dia.