Você sabia?
Algumas curiosidades históricas sobre Itajaí
Confira algumas listadas pelo historiador Edson d’Ávila
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
No encontro do rio Itajaí-açu com o mar, nasceu Itajaí que já teve variações em seu nome, que vão de “Táahy”, “Tajay”, “Tajahug”, “Jatahy” até “Itajaí”, herança indígena tupi-guarani. O historiador Edson d’Ávila listou algumas curiosidades sobre a nossa terrinha. Bora conferir?
Bico do Papagaio
Há quem diga que a pedra foi adotada como “totem” pelos indígenas que a reverenciavam. Outros falam que o ponto turístico foi esculpido à mão.
De acordo com os registros históricos, porém, o Bico do Papagaio surgiu na primeira década do século 20, quando se abria a estrada para a praia de Cabeçudas. Uma explosão de dinamites teria deixado o que restou da rocha neste formato.
“Sua resistência à demolição e seus formatos inusitados chamaram a atenção dos operários e do engenheiro encarregado da obra. Tinha a forma de cabeça de pássaro e seu bico se assemelhava ao de um papagaio. Dali surgiu seu nome: Bico do Papagaio, que ao longo dos anos veio a se transformar num ponto turístico e ícone de Itajaí”, completa o historiador Edson d’Ávila.
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Fundação do Clube Náutico Almirante Barroso
Você sabia que um dos mais tradicionais clubes esportivos da cidade, o Náutico Almirante Barroso, surgiu após uma briga no Marcílio Dias?
Os fundadores do Marcílio deram início ao clube náutico para desenvolver o remo. O futebol só chegou alguns anos depois. Quando a primeira embarcação foi comprada, a escolha de uma madrinha para inauguração resultou em uma polêmica interna.
“A jovem Virgínia Fontes decidiu pela dissidência, saindo do Marcílio e fundando um novo clube náutico, em maio de 1919. Ao novo clube deram o nome de Clube Náutico Almirante Barroso, já fazendo pirraça com os integrantes do Marcílio, cujo patrono era um marinheiro e o do Barroso um almirante”.
Painel de Dide Brandão
O pintor itajaiense José Bonifácio Brandão, ou Dide Brandão, foi responsável pelas peças de arte sacra da Igreja da Imaculada Conceição, na praça Vidal Ramos - a primeira matriz da cidade até 1955. É a construção mais antiga ainda de pé em Itajaí. A obra da paróquia começou a ser erguida entre os anos de 1837 e 1889.
“Na década de 1960, Dide quis agraciar a Igrejinha da Imaculada como uma obra de arte. O painel em alto-relevo guarda, curiosamente, um registro familiar de Dide. Ali estão representadas as sete irmãs do pintor. No painel, a mais instigante das irmãs se debruça sobre a arcada para olhar o que se passa abaixo. Já a irmã que era surda, leva a mão ao ouvido esquerdo, como querendo ouvir os cânticos e orações dos fiéis”, explica Edson.
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Agostinho Alves Ramos, roubado e sepultado como pobre
O português Agostinho Alves Ramos era dono de navio, do porto, casa de comércio, exportador e importador, proprietário de fazendas, e foi quem incentivou a criação do Curato do Santíssimo Sacramento e da capelinha quando Itajaí ainda era uma pequena vila. Logo após a esposa falecer, ficou doente e morreu antes de deixar herdeiros ou fazer um testamento.
“Ele acabou sepultado como desvalido, em uma cova rasa, sem túmulo condigno no lugar de sepultamento, no antigo cemitério de Itajaí. Tudo para que sua memória desaparecesse e os furtos e fraudes aos seus bens não fossem registrados”.
Avenida Caninana
A história do nome da avenida Irineu Bornhausen, conhecida como Caninana, começou em 1971 quando a prefeitura de Itajaí decidiu construir uma nova via e criar um binário entre a rua Alfredo Eicke até a Praça do Gonzaga para tentar desafogar o trânsito.
“Em 1976, ano em que a nova avenida seria inaugurada, recebendo a denominação de Governador Irineu Bornhausen, houve também eleições para prefeito. A disputa política entre os partidos levara os partidários da oposição ao prefeito a desqualificar a obra, dando-lhe o apelido de ‘Cobra Caninana’, por causa das curvas do seu traçado. Com toda chacota criada pela oposição, o apelido ‘Caninana’ pegou entre o povo,” conta o professor Edson d’Ávila.
Escola mais antiga
A Escola Básica Judith Duarte de Oliveira, no bairro Itaipava, é a mais antiga de Itajaí.
“Essa escola foi criada em 1910 com o nome de Escola Isolada de Itaipava. Nela, como todas as escolas de primeiras letras da época, havia uma só professora para todos os níveis de ensino primário e os alunos aprendiam escrita, leitura, as quatro operações de aritmética, noções de gramática portuguesa e doutrina cristã. O povo as chamava de ‘escolas de desemburrar’”, narra o professor.