O menino de dois anos que foi resgatado na semana passada em São Paulo (SP) após desaparecer em São José no dia 30 de abril, brincou com outras crianças na praia de Balneário Camboriú no dia 1º de maio antes de ser levado pra capital paulista. A informação foi divulgada pelo Fantástico, da TV Globo, no domingo.
No feriado do Dia do Trabalhador, a criança estava em BC com Roberta Porfírio, mulher indicada por Marcelo Valverde Valezi pra receber o menino da mãe. Os dois foram presos na segunda- ...
No feriado do Dia do Trabalhador, a criança estava em BC com Roberta Porfírio, mulher indicada por Marcelo Valverde Valezi pra receber o menino da mãe. Os dois foram presos na segunda-feira passada por tráfico de pessoas após serem abordados em um carro com a criança, já em São Paulo (SP).
A vinda da criança pra Balneário ocorreu no dia seguinte que a mãe entregou o menino para Roberta e o marido dela, que estavam com Marcelo num carro usado pra buscar a mulher e o filho. A entrega foi no estacionamento de um supermercado em São José, onde a mãe teria sido convencida a deixar a criança com o casal.
“Eu teria que tomar uma decisão ali mesmo. Então por pressão, por manipulação, que eu já tava ali naquele local dentro do carro deles, eu acabei cedendo e eu tive um surto e resolvi entregar a criança a eles, mas sem pensar que poderia ser uma quadrilha de tráfico ou algo do tipo”, contou a mãe ao Fantástico.
Após o encontro, a mãe passou a noite num hotel e foi pra casa no dia seguinte. No feriado, ela recebeu mensagens de Marcelo dizendo que o menino já tinha feito “amizade” com outras crianças na praia de Balneário. Roberta também mandou mensagem dizendo que o menino estava dormindo após “brincar tanto” e que eles iriam embora no mesmo dia.
Segundo a reportagem, Roberta teria parentes em Balneário Camboriú. O advogado dela contou que a cliente recebeu uma chamada no meio do feriado para “ajudar” a mãe, que estava “desesperada”. O advogado contestou o fato de que o carro usado pra levar o bebê estava com placa adulterada com uma fita. Para a polícia, isso seria pra prejudicar a identificação.
A mãe da criança relatou que se arrependeu logo após o filho ter sido levado. “Começou a cair a minha ficha do que eu realmente tinha feito. Foi aonde, no outro dia, eu atentei contra a minha própria vida”, disse a mulher, que chegou a ficar em coma na UTI até ser liberada na semana passada.
Preso junto com Roberta, Marcelo tinha conhecido a mãe do menino ainda durante a gravidez dela, em 2020, por um grupo numa rede social de apoio a mães. Eles voltaram a ser falar com mais frequência em abril deste ano. Conforme mensagens, Marcelo disse que não queria mais ficar com a criança, mas indicou Roberta, que teria interesse, combinando o encontro entre eles no dia 30 de abril.
Ao Fantástico, a advogada de Marcelo negou o crime. “Não houve rapto de criança, tudo foi feito mediante consentimento da própria genitora do menor, ela quis. O Marcelo, na intenção de ajudar, pensando no bem da criança também, foi que ele passou o contato da Roberta”, alegou.
Avião trouxe a criança
Após autorização da justiça de São Paulo, o menino foi transferido para Santa Catarina nessa segunda-feira. A aeronave da Polícia Militar decolou durante a manhã. Policiais civis, militares e uma psicóloga fizeram parte da equipe. O avião pousou na base aérea de Florianópolis por volta das 16h de segunda-feira com o menino N. A. G. e a equipe multidisciplinar a bordo. O menino foi entregue no abrigo em segurança.
A transferência aconteceu porque a justiça paulista abriu mão do processo, que passará a correr sob sigilo pela Vara da Infância e Juventude de São José, com acompanhamento do Ministério Público. As investigações para esclarecer como o menino foi parar em São Paulo vão continuar. Um dos focos é apurar se houve pagamento para a mãe do menino entregar o filho.