O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acatou por maioria de votos dos ministros a alegação de interferência do empresário Luciano Hang nas eleições municipais de Brusque e cassou o mandato do prefeito eleito em 2022, Ari Vequi (MDB), e do seu vice, Gilmar Doerner (Republicanos).

Os dois políticos e também o empresário Luciano Hang estão inelegíveis por oito anos. A decisão de cassação dos mandatos foi tomada na manhã de quinta-feira. O julgamento atendeu pedido do diretório municipal dos partidos PT, PV e PSB.

Na representação à justiça eleitoral, os partidos alegaram influência do empresário Luciano Hang no resultado do pleito. PV e PSB desistiram da ação, mas o PT levou a representação adiante.

Segundo o ministro Alexandre de Moraes, Hang usou a marca das lojas Havan para fazer campanha negativa contra candidatos opositores à chapa de Ari Vequi. “Houve utilização de toda a estrutura das lojas Havan na campanha eleitoral. Houve também uma flagrante e ostensiva quebra da igualdade das chances entre os candidatos. Dou provimento ao agravo”, decidiu Alexandre de Moraes. O voto de Moraes foi seguido pela maioria dos ministros.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Santa Catarina deve ser informado da decisão do julgamento para cumprir de forma imediata a decisão. Até o fechamento desta edição, o prefeito de Brusque informou que não tinha sido intimado pelo TSE. 

Hang diz que “só expressou sua opinião”

Em nota, o empresário Luciano Hang informou que somente manifestou sua opinião nas últimas eleições. “Como cidadão, que nasceu e mora em Brusque, manifestei a minha liberdade de expressão, expondo aquilo que achava mais apropriado para que nossa cidade continuasse seguindo nesse caminho.  Por fim, foi o povo que escolheu pela continuidade da geração de empregos e da qualidade de vida em Brusque”, disse o empresário. 

Hang diz que respeita o TSE, mas mantém sua convicção de que não fez nada de errado. “Sei que apenas manifestei a minha opinião como qualquer cidadão”, alegou.