Atual vice-campeão da Liga Nacional de Handebol masculina, o Handebol Itajaí pode não disputar a competição neste ano. O principal motivo é a falta de dinheiro. A justificativa do clube é que cortes nos recursos pela Fundação Municipal de Esporte e Lazer (FMEL) chegam a 60% entre bolsa-atleta e projetos de incentivo, cerca de R$ 130 mil a menos que em 2022.

“Não obtivemos muito sucesso nas tentativas de patrocínio com empresas privadas e diferentes soluções são escassas. Tentamos fazer pedágio, já realizamos rifa, mas todas são ações pequenas e não são capazes de arrecadar a renda para nossa participação nos eventos”, comenta o técnico Drean Dutra.

As equipes de Blumenau, Joinville e São José já confirmaram presença. “Esperamos reverter a situação com uma reunião na prefeitura esta semana. É triste um time com tantos resultados, liderado por um técnico com mais de 31 anos de história em Itajaí, passar por essa situação”, lamenta Drean, eleito o melhor técnico da Liga 2022.

A disputa da Liga começou em 2020. Na primeira participação, o time ficou em quarto, tendo alcançado o terceiro lugar em 2021 e o vice em 2022.

FMEL vai investir R$ 600 mil

A FMEL afirma que em 2023 o Handebol irá receber quase R$ 600 mil de recursos públicos. Segundo dados da FMEL, são R$ 115 mil em projetos aprovados na Lei de Incentivo ao Esporte (captados com empresas), R$ 322 mil para bolsa-atleta e R$ 162 mil para bolsa-técnico.

Segundo a FMEL, os recursos para contratação de atletas reduziram de R$ 5 milhões em 2022 para R$ 1,8 milhão em 2023, sendo que o número de bolsas do handebol masculino diminuiu em 12. Além disso, a FMEL justifica que no último ano o handebol masculino apresentou projetos por duas associações diferentes na Lei de Incentivo, tendo cinco aprovados de seis inscritos. Neste ano, apenas uma entidade apresentou projetos, tendo dois aprovados e um ficou na segunda posição. Com isso, os recursos que chegaram a R$ 300 mil em 2022 diminuíram para R$ 115 mil. 

“O trabalho do handebol masculino de Itajaí é excelente. Porém, chegou em um momento tão importante, de disputar uma Liga Nacional, que não dá pra se sustentar pelo dinheiro público apenas”, reconhece o diretor da FMEL, Paulo Maes.