Vacina bivalente está disponível só para grupos prioritários em BC e Itajaí; especialista alerta para importância da vacinação
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Itajaí tem doses disponíveis em 31 postos de saúde
(foto: João Batista)
Após mais de três anos de pandemia, o Brasil alcançou na terça-feira a marca de 700 mil mortes causadas pela covid-19, segundo dados do Ministério da Saúde. Em comunicado, o governo federal destacou que a vacinação é a principal forma de combater a crise sanitária, proteger contra casos graves e evitar mortes causadas pela doença. Em Itajaí e BC, a dose de reforço da vacina bivalente está disponível para os grupos prioritários.
O Ministério da Saúde informou que aumentar as coberturas vacinais contra a covid-19 é prioridade dentro do Movimento Nacional pela Vacinação, lançado no fim de fevereiro. “Até agora, mais de 6 milhões de doses de reforço bivalentes já foram aplicadas. Os grupos prioritários devem procurar uma unidade de saúde”, ensina.
A pandemia completou três anos no último dia 11 de março. Após a fase mais crítica da doença, a mortalidade tem atingido as pessoas mais vulneráveis, como os idosos com mais de 80 anos ...
O Ministério da Saúde informou que aumentar as coberturas vacinais contra a covid-19 é prioridade dentro do Movimento Nacional pela Vacinação, lançado no fim de fevereiro. “Até agora, mais de 6 milhões de doses de reforço bivalentes já foram aplicadas. Os grupos prioritários devem procurar uma unidade de saúde”, ensina.
A pandemia completou três anos no último dia 11 de março. Após a fase mais crítica da doença, a mortalidade tem atingido as pessoas mais vulneráveis, como os idosos com mais de 80 anos e pessoas imunossuprimidas, aquelas que já sofrem de doenças que enfraquecem o sistema imunológico. Conforme pesquisa da Fiocruz, o risco de morte é maior em pessoas não vacinadas.
“A vacina é um direito coletivo. Ninguém tem, individualmente, o direito de não se vacinar”
Rosalie Knoll | Médica especialista em Saúde Pública
22 mil mortes em SC
Só na última semana, 16 pessoas morreram de covid em Santa Catarina
Em Santa Catarina, foram 22.725 mortes causadas pela doença, conforme o monitoramento do governo estadual até a última terça-feira, com 16 vítimas na última semana. Na região da Amfri, a pandemia provocou um total de 2574 mortes, com três mortes nos últimos sete dias. As cidades de Itajaí e Balneário Camboriú lideram as mortes, com 899 e 510 casos, respectivamente.
A dose de reforço com a vacina bivalente, já disponível na região de Itajaí, oferece proteção contra a variante original do coronavírus e contra as cepas que surgiram posteriormente, incluindo a Ômicron, variante de maior preocupação no momento. As pessoas dos grupos prioritários, entre idosos, detentos, funcionários do sistema prisional, gestantes e trabalhadores de saúde, podem receber o reforço.
A vacina também está disponível para adolescentes a partir dos 12 anos e adultos dentro dos grupos prioritários, entre internos e trabalhadores de instituições de longa permanência, imunocomprometidos, indígenas, ribeirinhos e quilombolas, e pessoas com deficiência permanente. Para receber o reforço, é preciso ter completado o esquema vacinal primário.
A orientação do Ministério da Saúde é que quem ainda não completou o ciclo vacinal básico ou está com alguma dose em atraso procure uma unidade de saúde para se vacinar, mesmo que a pessoa não esteja no grupo prioritário.
Vacina bivalente para prioritários
Itajaí faz a aplicação da vacina bivalente em quatro fases. A primeira foi em fevereiro e a segunda e a terceira etapas estão em andamento, para gestantes, puérperas e trabalhadores da saúde. A quarta fase vai começar em 17 de abril, para pessoas com deficiência permanente, detentos e funcionários do sistema prisional.
As doses estão disponíveis em 31 salas de vacinação nos horários dos postos. Até o momento, Itajaí vacinou 208.876 pessoas com pelo menos uma dose, representando cobertura de 93,6% da população. Completaram o esquema com duas doses ou dose única mais de 186 mil moradores, cerca de 83% do público vacinável.
Em Balneário, a vacina bivalente foi ampliada pra todos os grupos prioritários. O atendimento ocorre nas unidades de saúde. Gestantes devem apresentar autorização médica pra receber a dose. O município tem cobertura de 94% da população com pelo menos uma dose da vacina. Mais de 91% completaram o esquema básico com duas doses ou dose única. Até sexta-feira, 4042 pessoas tinham recebido a dose da bivalente.
Rosalie Knoll explica que quem se vacina não tem quadros graves da doença
Especialista avalia que a vacina evitou mais mortes e alerta para o risco do negacionismo
A médica especialista em Saúde Pública Rosalie Knoll, que chegou a comandar o Comitê de Enfrentamento à covid-19 em Balneário Camboriú durante a pandemia, lembrou que a vacina chegou tarde, sofreu com o negacionismo e com a indicação de tratamentos não eficazes contra a doença. Ainda assim, ela avalia que a imunização evitou mais mortes e casos graves.
“Depois que a vacinação chegou, só houve casos com sintomas mais fraquinhos de covid, entre os que já tinham se vacinado”, ressalta. Rosalie comentou que a cobertura vacinal no país ainda é baixa, sendo melhor na região de Itajaí, mas alertou que as doses de reforço carecem de maior procura. “O ideal é que as pessoas já tivessem recebido as quatros doses, as duas iniciais e outras duas de reforço”, disse.
Ela avisa que persiste um movimento muito grande, inclusive de alguns médicos, contra a vacina, prejudicando o avanço da cobertura. “Esse movimento negativo só atrapalha. A vacina é importante porque ela faz uma proteção coletiva e diminui o risco de infecções”, reforça.
Conforme estudo da UFRJ, uma nova onda de notícias falsas sobre a vacina voltou a circular em grupos de WhatsApp e de Telegram neste mês, após o presidente Lula aparecer sendo vacinado com a 5ª dose, no lançamento da Campanha Nacional de Vacinação.
A campanha tem foco na vacinação de crianças e adolescentes contra a covid, aplicar as doses de reforço bivalentes para as pessoas dos grupos prioritários e na proteção contra o vírus Influenza, já em preparação para a chegada do inverno. A partir de maio, também está prevista a multivacinação de poliomielite e sarampo nas escolas.
Rosalie opina que a estratégia do governo é correta e atende orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) pra que a vacina contra covid seja prioridade, visando acabar com a cadeia de transmissão do vírus. “A vacina é um direito coletivo. Ninguém tem, individualmente, o direito de não se vacinar”, completa.