Coordenador do Censo explica que recusa parte de condomínio e não dos moradores
(fotos joão batista)
Funcionário do Censo explica que recusa partiu do condomínio e não dos moradores (Foto: João Batista)
Funcionário do Censo explica que recusa partiu do condomínio e não dos moradores (Foto: João Batista)
O IBGE encerrou na semana passada a coleta de dados do Censo 2022, mas o trabalho de campo continua, com o retorno dos recenseadores a locais onde na primeira visita ninguém foi encontrado. Um dos principais desafios é o alto número de recusas e dificuldades no acesso, principalmente em condomínios e imóveis de bairros mais ricos.
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A taxa de recusa durante a pesquisa no Brasil foi de 2,43%, segundo dados do IBGE. O estado com maior taxa foi São Paulo: 4,49%. Em Santa Catarina, o índice de recusa ficou em 1,7%, média ...
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A taxa de recusa durante a pesquisa no Brasil foi de 2,43%, segundo dados do IBGE. O estado com maior taxa foi São Paulo: 4,49%. Em Santa Catarina, o índice de recusa ficou em 1,7%, média que chegou a 3,4% em Florianópolis, a 7ª capital com a taxa mais alta no país.
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O índice de recusa é maior em regiões com maior concentração populacional. Além disso, conforme o IBGE, a recusa é mais alta, também, em bairros de maior renda, onde os recenseadores têm dificuldades pra acessar os moradores de condomínios. Nesses casos, o coordenador técnico do Censo, Luciano Duarte, explica que a recusa parte geralmente do condomínio e não do morador.
“Para o recenseador conseguir abordar um apartamento, é preciso passar por uma portaria ou ter autorização do síndico, do porteiro ou da administradora do prédio. Uma situação que ocorre em áreas mais nobres é o impedimento da entrada dos recenseadores”, relata.
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Diante do problema, o supervisor do Censo vai até o local. Se ele não conseguir fazer a entrevista, o condomínio recebe uma carta explicativa sobre a importância da pesquisa, com o contato do recenseador para o responsável pra que seja confirmada a identificação e agendada uma visita. A lei 5.534/1968 obriga os moradores a responderem ao IBGE.
Recenseador foi barrado em condomínio na praia Brava
Em Itajaí, o recenseador Artur José Gomes Maia Lopes relatou que um condomínio na Praia Brava impediu a coleta de dados com os moradores do residencial. Ele conta que esteve cobrindo um setor do bairro, no trabalho de recoleta, para localizar moradores que estavam ausentes no período inicial do Censo.
Conforme o recenseador, no dia 14 de fevereiro ele esteve no condomínio Reserva dos Corais, na avenida José Medeiros Vieira, na beira-mar, para fazer a pesquisa nos quatro blocos residenciais. “Ao chegar, interfonei para a recepção, me identifiquei como de praxe, mas fui informado que eu teria que retornar no dia seguinte, pois seria necessário o consentimento da administradora para eu realizar meu trabalho”, disse.
No dia seguinte o recenseador voltou ao local, mas mais uma vez teria sido orientado a retornar no outro dia. “Quando voltei na quarta-feira, o recepcionista entrou em contato com o síndico do condomínio residencial, que pediu para me informar que há dias ele havia conversado com o coordenador do IBGE e que não iria me permitir realizar o trabalho do Censo”, relatou.
Mesmo sem ter entrado no condomínio, apenas falando no interfone com o atendente, o recenseador disse que foi alertado que não poderia ficar lá. “Fui impossibilitado de cumprir minha meta por uma pessoa que não tem o poder de definir se o morador quer ou não responder a pesquisa”, criticou.
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Síndico disse que recenseador “não pode simplesmente entrar”
Recenseador Artur denunciou que condomínio impediu a coleta de dados com os moradores do residencial
O síndico do residencial, Silvano de Souza, explicou que não houve recusa e ninguém foi impedido de trabalhar. “Não houve impedimento, mas ele não pode simplesmente entrar”, justificou.
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Segundo Silvano, o recenseador teria sido “extremamente grosseiro” com o atendente e provocou confusão na portaria.
Após o episódio, o síndico conta que o supervisor do Censo entrou em contato e uma nova recenseadora ficou de ir até o local fazer o questionário aos moradores.
O condomínio colocou à disposição um espaço onde a funcionária pode entrar em contato com cada um deles. O residencial tem pouco mais de 100 imóveis, mas a maioria é de não residentes.
Os recenseadores ganham por produtividade, sendo bonificados quando conseguem atingir as metas de questionários preenchidos. Cada 50 pesquisas respondidas na semana, o prêmio é de R$ 100. Pra 70 questionários, a bonificação passa pra R$ 400. Se atingir 100, a bonificação é de R$ 700.
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Pesquisa já chegou a 189 milhões de pessoas
Desde o dia 1º de março, o Censo 2022 está em fase de apuração dos dados coletados. A pesquisa alcançou 189 milhões de pessoas até 28 de fevereiro. Santa Catarina está entre os estados com cobertura acima de 96% dos moradores.
A etapa de apuração segue até o final de abril, quando saem os resultados finais da contagem. Até lá, os supervisores técnicos podem determinar retornos ao trabalho nas ruas, para conferência de dados e às casas que foram encontradas vazias na primeira visita.
Em Itajaí, o Censo tem registros de recusa na região central. O recenseador Artur Maia Lopes pegou um setor pra fazer recoleta na rua Brusque. Em uma das casas, ele conseguiu pegar a família em casa e aplicar o questionário. O promotor de vendas Délcio da Silva, de 50 anos, respondeu à pesquisa, destacando que o processo é rápido. Na primeira visita, Délcio acredita que o agente tenha ido de manhã, quando não há ninguém em casa. “Hoje, se demorasse mais um pouco, também já teria saído”, explicou.
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