Cosméticos e perfumes
Brasil proíbe o uso de animais em testes
Norma federal obriga empresas a usar métodos alternativos de pesquisa
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]



O governo federal proibiu o uso de animais em pesquisas de cosméticos e perfumes. A medida está em resolução do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Pela norma, animais vertebrados, como cachorros e ratos, não poderão mais ser usados em pesquisas para desenvolvimento e controle de qualidade de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes.
A proibição vale para testes de produtos que já têm na fórmula componentes com segurança e eficácia comprovadas. Para produtos com fórmulas novas sem comprovação de segurança ou eficácia, a resolução obriga o uso de métodos alternativos de pesquisa. Segundo a lei aprovada no Congresso, as empresas terão prazo de dois anos para atualizar suas políticas e adotar os métodos alternativos.
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De acordo com a coordenadora do Concea, Kátia de Angelis, existem 40 métodos reconhecidos pelo conselho. “Isso faz com que nós, utilizando esses métodos alternativos, possamos manter a nossa autonomia de estudar novos ingredientes, produtos da nossa biodiversidade da Amazônia, por exemplo, com a possibilidade de não usar animais ou, eventualmente, usar um número muito pequeno de animais”, explica.
A coordenadora destaca que a resolução é um avanço que coloca o Brasil alinhado com a legislação internacional sobre o tema. Na União Europeia, por exemplo, os testes em animais já são proibidos em 27 países. Coreia do Sul, Israel, Nova Zelândia, Índia, entre outros países, também proibiram testes com animais.
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No Brasil, o tema ganhou força em 2013 após o Instituto Royal, em São Roque (SP), ser denunciado por maus-tratos a animais. Na ocasião, mais de 170 cães e sete coelhos utilizados nos testes foram resgatados, em caso que ganhou repercussão nacional. O instituto acabou encerrando as atividades depois do episódio.
Para a presidente da Confederação Brasileira de Proteção Animal, Carolina Mourão, a proibição terá impacto positivo na defesa dos animais. “Essa medida, embora não seja o fim do uso de animais para todos os tipos de testes que o Brasil abarca, poupa um enorme número de vidas de todos os tipos de animais que conhecemos, desde cães, cavalos, bois e aves”, comentou.