A operação cumpre ordens judiciais em cinco estados e no Distrito Federal. Em Santa Catarina, foram dois mandados – um de prisão e outro de busca e apreensão – contra Fátima. A idosa vai responder pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
A bolsonarista ganhou repercussão nacional após aparecer em vídeo invadindo o Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro. Nas imagens que viralizaram, ela diz que estava “quebrando tudo e cagando nesta bosta”.
Na gravação, ela ainda fala “vamos pra guerra”. “É guerra. Vou pegar o Xandão, agora”, em referência ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
O narrador do vídeo dá a entender que a mulher teria defecado na sede do STF, mas a invasão teria ocorrido mesmo no prédio no Palácio do Planalto, conforme indicam as imagens do local. No dia 8, as sedes dos três poderes foram atacadas pelos criminosos.
Após os ataques, veio à tona que a idoso tem antecedentes criminais em Santa Catarina, respondendo a processos judiciais, inclusive com condenação por tráfico de drogas em 2014. A pena de três anos, dez meses e 20 dias de prisão foi convertida em medidas restritivas de direito. Em outro caso, Fátima responde por falsificação de documento e estelionato.
Além da prisão em Santa Catarina, a operação da PF teve dois detidos em Minas Gerais, um no Paraná e outro no Espírito Santo. Outros mandados foram cumpridos no Rio de Janeiro e no Distrito Federal. No total, foram 11 ordens de prisão preventiva e 27 mandados de busca autorizados pelo STF.
Investigação
A operação faz parte do inquérito que investiga bolsonaristas envolvidos na organização e participação nos atos terroristas que “promoveram violência e dano generalizado contra os imóveis, móveis e objetos” no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e no STF”, segundo o despacho.
De acordo com a Polícia Federal, todos os presos vão responder pelos mesmos crimes. “Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido”, informa.
Segundo a PF, a Operação Lesa Pátria passou a ser “permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas”.
O canal de denúncias para identificar pessoas que participaram, financiaram ou estimularam os atos golpistas segue aberto pelo e-mail denuncia8janeiro@pf.gov.br.
Operação Lesa Pátria
Ordens judiciais
11 mandados de prisão preventiva
27 mandados de busca e apreensão
Estados
Rio de Janeiro: nove mandados de busca e apreensão e um de prisão
Minas Gerais: quatro de busca e apreensão e dois de prisão
Paraná: um de busca e apreensão e um de prisão
Santa Catarina: um de busca e apreensão e um de prisão
Espírito Santo: oito de busca e apreensão e quatro de prisão
Distrito Federal: quatro de busca e apreensão e dois de prisão