MERCADO
Maersk e MSC anunciam fim da aliança a partir de 2025
Empresas fizeram comunicado ao mercado avisando do fim do contrato. Anúncio não tem impacto imediato
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
As operadoras MSC e Maersk anunciaram nesta quarta-feira que vão rescindir o contrato de colaboração a partir de 2025. As empresas atuam juntas através da aliança 2M. O comunicado ao mercado foi feito de forma conjunta pelos CEOs Vincent Clerc, da Maersk, e Soren Toft, da MSC.
“A MSC e a Maersk reconhecem que muita coisa mudou desde que as duas empresas assinaram o contrato de 10 anos em 2015. A descontinuação da aliança 2M abre caminho para que ambas as empresas continuem perseguindo suas estratégias individuais. Apreciamos muito a parceria e esperamos uma colaboração forte e contínua durante o restante do período do contrato. Continuamos totalmente comprometidos em fornecer os serviços da aliança 2M aos clientes da MSC e Maersk”, informaram.
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A 2M funcionava como um acordo de compartilhamento de embarcações (VSA) de linha de transporte de contêineres. Ela teve início em 2015 com o objetivo de garantir competitividade e economia nas operações de contêineres da Ásia-Europa, transatlântico e transpacífico. O contrato tem prazo até 2025, com uma possível rescisão tendo que ser comunicada ao mercado dois anos antes do fim da parceria.
O anúncio não tem impacto imediato nos serviços prestados aos clientes que usam as linhas 2M. No entanto, as empresas se comunicarão com os clientes para oferecer suporte durante e depois da extinção da aliança 2M.
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Em Santa Catarina, a Maersk opera no Porto de Itajaí como arrendatária e no terminal de Itapoá como controladora. Já a MSC opera em Navegantes na Portonave. “O mercado deve avaliar os reflexos nas operações portuárias mundiais, visto o fenômeno da verticalização, pois ambos os armadores administram portos e terminais privados pelo mundo e inclusive aqui em Santa Catarina”, explica o advogado James Winter, especialista em Direito Marítimo.
James, que é vice-presidente da Comissão Especial de Direito Marítimo e Portuário do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), comenta que o impacto da ruptura da aliança, na parte de navegação, dependerá de como as empresas vão se portar após 2025. “Por exemplo, eles vão deixar de compartilhar navios ou linhas ou mesmo espaços em navios ou não?!”, provoca James.
Tanto a APM Terminals como a Portonave informaram que não irão se pronunciar sobre a ruptura de contrato.