Prejuízo

Porto de Itajaí vai começar 2023 sem nenhuma linha de contêineres

Diretor diz que “cenário é igual ao da enchente de 2008”; até 80 pessoas serão demitidas pela APM Terminals

APM afirma que já começou trabalho pra recolocar Itajaí na rota dos contêineres
(foto: João Batista)
APM afirma que já começou trabalho pra recolocar Itajaí na rota dos contêineres (foto: João Batista)

A APM Terminals vai começar 2023 sem nenhuma linha de contêineres no porto de Itajaí. A operadora culpou a demora para definição do contrato de arrendamento provisório dos berços 1 e 2, assinado só na sexta-feira passada, pela perda dos quatro últimos armadores.

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Com os atrasos no processo de renovação, três linhas migraram  pra Portonave e uma para o porto Itapoá. A empresa ainda anunciou que haverá corte de até 40% de funcionários, além  de impactos ...

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Com os atrasos no processo de renovação, três linhas migraram  pra Portonave e uma para o porto Itapoá. A empresa ainda anunciou que haverá corte de até 40% de funcionários, além  de impactos para os trabalhadores portuários.

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As perspectivas do terminal para o ano que vem após a assinatura do contrato transitório foram apresentadas pelo diretor-superintendente da APM Terminals, Aristides Russi Júnior, em entrevista coletiva na tarde de terça-feira. Aristides destacou que o trabalho pra retomar as linhas já começou, com cronograma que prevê encontros com as empresas donas de navios pra tentar recolocar Itajaí nas rotas.

Segundo Aristides, a agenda de visitas aos clientes está sendo feita com a Superintendência do Porto e o prefeito Volnei Morastoni também se colocou à disposição. As viagens são previstas a partir da segunda semana de janeiro. A empresa estima um prazo de 45 dias pra se ter os primeiros resultados para a retomada de linhas e armadores.

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As operações no porto seguirão até o Natal com os contratos vigentes com armadores, mas o terminal vai começar o mês de janeiro sem novos contratos. Para este mês Aristides diz que a empresa ainda tentaria reverter alguma negociação, mas a situação de momento é que não terá operações de contêineres a partir de janeiro. A empresa terá apenas os serviços de armazém e de movimentação de carros.

Nas últimas semanas o porto perdeu as linhas dos armadores da Hyundai, Login e CMA CGM, que migraram pra Portonave. Já a linha da Maersk foi pra Itapoá.  De 16 a 18 mil contêineres deixarão de ser movimentados por mês no terminal peixeiro. Aristides observou, no entanto, que 90% do volume segue dentro do complexo portuário de Itajaí, o que traria maior possibilidade de retomada das linhas em breve.

“Cenário é igual à enchente de 2008”, afirma diretor

O diretor da APM comentou que a perda de “dois ou três serviços” teria sido evitada caso o contrato de arrendamento transitório tivesse sido assinado tão logo a decisão foi anunciada pela Superintendência do Porto, no início de novembro. Ele lamentou que a situação tenha se arrastado até a semana passada, ficando pouco tempo pra negociar com os armadores, que também não esperaram o fim do impasse porque precisam de previsibilidade em seus planejamentos.   “Agora, pra gente recuperar isso, vai ter que trabalhar com muito afinco. Porque hoje o nosso cenário de 2023 é igual ao da enchente de 2008”, comparou, quando o porto perdeu o cais devido à violência das cheias.

“A gente vai ter um trabalho de reconstrução. Vamos planejar uma série de viagens e encontros com armadores a partir da segunda semana de janeiro pra tentar recuperar tudo o que a gente acabou perdendo nesses últimos 30 dias”, completou.

Segundo Aristides, a empresa não considerou o aspecto comercial para a assinatura do contrato, mas tem expectativa de que é possível retomar as linhas. “A gente olhou o aspecto social”, explicou, ressaltando “que nem tudo serão flores daqui pra frente”.

 

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Reestruturação pode gerar 40% de demissões de funcionários

Falta de linhas afeta também os portuários, que dependerão só da movimentação de carga geral

Falta de linhas afeta também os portuários, que dependerão só da movimentação de carga geral

 

Sem a movimentação de contêineres, a APM prevê  demissões que podem atingir de 35 a 40% do quadro de pessoal. Os cortes representarão cerca de 80 pessoas, considerando os cerca de 200 empregados diretos da empresa.

O plano é que os primeiros serviços sejam retomados em 60 dias a partir de janeiro, havendo possibilidade de recontratação de profissionais, conforme o diretor da APM. A situação também afeta os trabalhadores portuários avulsos, que dependem da demanda de operações do porto.

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Com a falta de navios de contêineres, os trabalhos vão se restringir à movimentação de cargas gerais. De acordo com o presidente do Sindicato dos Arrumadores e da Intersindical dos portuários, Ernando João Alves Junior, o Correio, o cenário é “assustador”. Ele avalia, porém, que a empresa “está valorizando o passe” e tem expectativa que a retomada de serviços seja anunciada nas próximas semanas.

“A APM não iria assinar e pagar R$ 2,5 milhões [o valor final ficou em R$ 2,3 milhões] por mês se não tiver nada pra vir”, aposta. Se a previsão mais pessimista se concretizar, Ernando diz que a categoria vai entrar no ano novo no vermelho, mas diante disso, já há um movimento pra fomentar o recebimento de carga geral no porto de Itajaí.

O sindicato defende que o município cancele o arrendamento dos berços 3 e 4 pra que o cais público continue movimentando cargas como de celulose e de veículos.  “A gente vai ter o mínimo do mínimo, mas nós temos uma perspectiva de trabalho com carga geral”, considera. O edital dos berços 3 e 4 foi vencido pela CTIL Logística. A assinatura do contrato aguarda só a autorização da Antaq.

 

Empresa ainda vai avaliar entrada no leilão

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O contrato transitório da APM tem validade de dois anos ou até a conclusão da privatização do porto. O acordo prevê que os armadores, que costumam fazer contratos de no mínimo dois anos com os terminais, tenham garantia de atendimento durante o processo.

O diretor da APM não confirmou se a empresa vai participar do edital de concessão. Ele afirmou que é preciso entender qual será o investimento de outorga, mas a empresa não teve acesso ao estudo final. O valor deverá ser, no mínimo, de R$ 603 milhões, e servirá de critério de julgamento do leilão. Ao longo dos 35 anos de contrato (35 anos), cerca de R$ 2,8 bilhões precisarão ser investidos no porto.

“Nós levantamos algumas sugestões de melhorias no modelo econômico e a gente precisa agora aguardar essa definição pra se posicionar”, disse Aristides. Ele ainda considerou que o leilão pode ter mudanças com o novo governo federal e que a participação da empresa também depende de entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU), onde as regras do edital passam por análise.




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