Bora conferir as pechinchas da semana pra garantir o churrasco do jogo do Brasil
Pesquisa se tornou ferramenta para driblar preços das carnes, que estão 78% mais caras desde a última Copa do Mundo em 2018
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Açougues dos mercados apresentam fila em dia de jogo do Brasil
Por Renata Rosa
Especial para o DIARINHO
Com a chegada das férias, festas de fim de ano e em plena Copa do Mundo, todos os carrinhos rumam para o setor de carnes e bebidas nos mercados, que reforçaram estoques e deram um tapa ...
Com a chegada das férias, festas de fim de ano e em plena Copa do Mundo, todos os carrinhos rumam para o setor de carnes e bebidas nos mercados, que reforçaram estoques e deram um tapa no visual para atrair a torcida. Mas a euforia do esquenta pode pesar no bolso se o folião não der uma pesquisada.
Para dar uma força à galera, o DIARINHO coletou preços de 20 itens que não podem faltar, entre carnes, temperos, utensílios e petiscos, em cinco mercados.
De acordo com o instituto de pesquisa Meta Foresight, com foco nos usuários do Facebook, Instagram e WhatsApp, 84% dos brasileiros estão acompanhando a Copa e 78% deste público está se reunindo com amigos ou familiares para assistir aos jogos.
E entre as categorias de produtos mais consumidos durante os jogos, a carne de churrasco foi o item mais lembrado (56%), seguido das bebidas alcóolicas (55%) e petiscos e salgadinhos (51%).
Mas apesar da carne ter subido abaixo da inflação em 2022 (7%), a proteína está longe dos preços praticados na última Copa, em 2018. Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, a carne bovina teve um aumento de 78% no período, enquanto a inflação ficou em 28%.
O engenheiro agrônomo da Epagri, Alexandre Giehl, explica que a principal razão deste aumento é a falta do produto no mercado interno por causa do aumento das exportações para a China. Daí a necessidade de buscar o melhor preço, já que o poder de compra do trabalhador está em queda livre.
Segundo o IBGE, quase metade dos brasileiros sobrevive com R$ 415 mensais.
Sal grosso apresentou a maior variação de preço em Itajaí: 287,82%
No mercado peixeiro, a maior variação da pesquisa foi no preço do sal grosso (287,82%), que é vendido a R$ 1,38 no Giassi e R$ 5,49 no Bistek.
O segundo item foi o gelo mineral, essencial para fazer aquela caipira para abrir os trabalhos. O saco de 3kg estava custando R$ 7,29 no Koch e R$ 16,99 no Angeloni (138,40%). O terceiro lugar foi a linguiça de frango (85,76%), que estava em promoção no Giassi por R$ 13,98, seguido de perto pelo Schmit (R$ 14,98), em contraste com os demais mercados que não baixaram o preço, como o Bistek (R$ 25,97).
Entre as carnes, a que apresentou a maior diferença de preço foi a maminha (67,84%), com preços que vão de R$ 33,90 (Koch) a R$ 56,90 (Angeloni). Depois vem a picanha, a estrela da varanda gourmet, que estava em promoção no Koch (R$ 49,90), em contraste com o Angeloni (R$ 79,90), variação de 60,12%. Em seguida, vem a popular chuleta ou filé simples (também conhecido como churrasco de igreja), que estava mais barato no Koch (R$ 26,90) e mais caro no Giassi (R$ 46,90), diferença de 55,76%.
O DIARINHO coletou os preços nos dias promocionais de cada mercado: Giassi (quarta-feira), Bistek (quinta) e Angeloni, Koch e Schmit (sexta). O mercado com maior número de itens em oferta foi o Giassi (9), seguido pelo Koch (6), Bistek (3) e Angeloni e Schmit (1).
Dicas para fazer o churrasco perfeito vão além da escolha das carnes
O chef de cozinha Hercules Santiago, 34, que comanda a grelha do Zebuino, se especializou em churrasco do tipo parrilla depois de passar uma temporada no Chile. Ao contrário do churrasco brasuca, na parrilla a carne é temperada depois de assada. “Isso garante que o assado fique mais suculento, afinal, o sal desidrata a carne”, explica. Para temperar, ele usa sal de parrilla, diferente do sal grosso. “É um sal de grão médio, que não salga tanto quanto o fino, nem deixa áreas sem salgar como o grosso, se espalha de forma mais homogênea”, diferencia.
Entre as dicas para acertar o ponto estão o corte, temperatura e tempo adequados. No Zebuino, uma das estrelas é o assado de tira, chamado de filé de costela no Brasil. Assim como o bife ancho (entrecôte) e o chorizo (contrafilé). “São carnes de cozimento rápido. Para ficar no ponto certo, malpassado, a carne é cortada com 2cm de espessura e assada 8 minutos de cada lado a 40cm da brasa”, ensina.
A outra especialidade do Zebuino são as carnes de cozimento lento, e bota lento nisso! A costela e o granito são defumados durante 14 horas no estilo norte-americano. Neste caso, a carne é temperada antes com um mix de temperos, que leva pimenta do reino moída na hora, louro em pó e semente de coentro. Para o sabor impregnar na carne, o tempero é esfregado e lambuzado com gordura. “Besuntar a carne antes de ir para a grelha também garante que ela desgrude na hora em que fica pronta”, revela.
Entre os cortes mais acessíveis, Hercules sugere a paleta e o miolo do acém. “O importante é que a carne seja marmorizada, ou seja, tenha gordura para garantir a maciez, e que esteja em temperatura ambiente antes de ir para a grelha”, ensina. Para aquele galeto esperto, a dica é deixar 24 horas numa marinada que leva alho, suco de limão, sal, raspa de limão e lemon pepper.
Assadão surgiu pra tirar mercado do vermelho e se tornou carro-chefe
Quando a concorrência com os supermercados ficou insustentável, a saída para a Mercearia Fazione, localizada no bairro Dom Bosco, foi diversificar os serviços, que conta hoje com açougue, padaria e um assadão concorrido nos finais de semana. Principalmente quando o sol dá o ar da graça e lota as praias, a casa chega a vender 600kg de carne e 150 frangos no sábado. “As pessoas chegam famintas e querem comer algo rápido, daí não sobra nada”, conta Guilherme, a terceira geração dos Fazione a frente dos negócios.
Ele conta que o maior diferencial da mercearia, em relação às carnes, é dar a chance ao consumidor de provar a carne assada antes de levar a carne fresca para casa. “Muitas vezes eles não sabem que sabor tem depois de prontas, então podem provar aqui e, se quiserem, fazemos na hora para não terem trabalho, demora uns 15 minutos”, garante. Entre as carnes preferidas dos clientes no dia a dia estão a chuleta, o filé duplo e a alcatra.
Outra vantagem é que a carne vendida crua ou assada no Fazione vem de fornecedores da região, de São João de Itaperiú, a 30 km de Itajaí. A entrega é feita às terças, quintas e sextas-feiras, garantindo o frescor do produto. No assadão de fim de semana, as carnes mais pedidas são a maminha, o fraldão e a costela. Esta última chega na grelha com fogo baixinho às 6h para estar tinindo na hora em que a fome chegar.
Guilherme conta que a saga da família em Itajaí (eles são de Água Doce) começou na virada dos anos 2000, quando o avô João Constantino chamou o filho José Valmir para ajudar a tocar a mercearia porque precisava operar o coração. Depois, eles compraram o terreno ao lado, na rua Jose Gall, para construir um mercado maior, endereço que se consolidou no bairro Dom Bosco há 24 anos. José, hoje com 53 anos, se orgulha do serviço prestado à comunidade.
“Eu acordo às 6h e vou até às 21h todo dia porque amo o que faço. Os clientes se tornaram amigos, vai muito além de ganhar dinheiro”, afirma. Ele também destaca a parceria com o jornal mais lido do sul do mundo, desde os primórdios do mercadinho. “Numa época com tanta informação falsa, tanto boato, ter um jornal que traz notícia certa é muito importante”, defende. E conta que mesmo quem não leva o jornal não deixa de dar uma folheada. “Eu sempre digo – se não gostar da notícia não paga, até hoje ninguém devolveu”, garante.
Comentários:
Somente usuários cadastrados podem postar comentários.
Dando seu ok, você está de acordo com a nossa Política de Privacidade e com o uso dos cookies que nos permitem melhorar nossos serviços e recomendar conteúdos do seu interesse.