A investigação é conduzida pela Delegacia de Delitos de Trânsito. Ao menos duas testemunhas já foram ouvidas no caso. A concessionária Arteris Litoral Sul divulgou em nota que “irá prestar todos os esclarecimentos necessários à Polícia Civil para contribuir com a elucidação do caso”.
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O Ministério Público Federal (MPF) também está com a investigação em andamento. Um procedimento foi aberto na quinta-feira pra apurar “eventual responsabilidade” da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A concessionária também seria acionada a prestar informações.
Na quarta-feira passada, a PRF tinha informado em coletiva que caberia à empresa liberar ou não o tráfego no local após o primeiro deslizamento ocorrido ainda na tarde de segunda-feira.
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Na ocasião, o trânsito no sentido sul foi mantido em pista única. À noite, o segundo deslizamento ocorreu, arrastando os veículos que formavam fila no trecho e atingindo os dois sentidos da rodovia.
Em nota pública, a PRF esclareceu que não responsabilizou a concessionária por não ter bloqueado a rodovia antes. “A única afirmação realizada é no sentido dos protocolos referentes às questões técnicas de engenharia, que estão fora da esfera de atuação do órgão, nas ações relacionadas a ocorrências envolvendo estrutura da rodovia, como pontes, obras e encostas”, disse.
Segundo a PRF, “o monitoramento, fechamento, desobstrução e liberação da via ocorre após análise que é de competência técnica dos órgãos responsáveis pela infraestrutura viária”. No caso de rodovias sem concessão, a responsabilidade é do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Em estradas pedagiadas, a responsabilidade é das concessionárias.
Também em nota na semana passada, a Arteris se manifestou dizendo que “qualquer afirmação sobre as causas do deslizamento seria prematura, pois não contaria com o embasamento técnico necessário”. No comunicado, a empresa destacou que possui um programa permanente de monitoramento de encostas e que o trecho da tragédia é acompanhado periodicamente.
Buscas encerradas
As buscas por vítimas no local do deslizamento foram encerradas na sexta-feira. Seguem os trabalhos pra recuperação e liberação da rodovia. Uma equipe de prevenção se mantém na área.
No total, 14 pessoas foram atingidas pelo deslizamento. Os caminhoneiros João Pires, 60 anos, e Márcio Rogério de Souza, 51, morreram. Seis vítimas foram resgatadas e outras seis conseguiram escapar sem precisar de atendimento.
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Trecho da BR 376 seguirá interditado por pelo menos mais 48 horas
O trecho da BR-376, no km 668, na Serra de Guaratuba (PR), segue com interdição total devido ao deslizamento ocorrido na segunda-feira passada. A concessionária Arteris Litoral Sul informa que o trecho seguirá interditado por pelo menos mais 48 horas. Uma previsão mais concreta sobre a liberação da via dependerá da redução do volume de chuvas, da melhora do clima ao longo dos próximos dias e da secagem do solo. Na terça-feira, um novo boletim sobre o trecho será divulgado.
As equipes da empresa mantêm trabalhos de retirada de materiais, obras de recuperação e recapeamento da rodovia. Depois da conclusão dos serviços, ainda serão avaliadas as condições de liberação do trecho.
A rota alternativa pra cruzar os estados do Paraná e Santa Catarina é pela BRs 116 e 470. Essas rodovias, no entanto, enfrentam lentidão devido ao tráfego de veículos acima do normal.
Outra opção de acesso é pela BR-277, que liga o litoral paranaense ao norte de Santa Catarina pelo ferry-boat de Guaratuba (PR). A balsa tem restrições para caminhões, ônibus e outros veículos pesados, que só podem atravessar das 19h às 12h.
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