As condições do mar mantêm fechado o canal de acesso ao complexo portuário de Itajaí na manhã desta segunda-feira. Há quatro navios atracados e seis ao largo da costa esperando a reabertura do acesso, que está impraticável para navegação desde sábado. A previsão do tempo não indica melhorias nos próximos dias.

Segundo Ricardo Amorim, gerente de Operações do Complexo Portuário de Itajaí, desde sábado nenhum navio entra ou sai do complexo. Há previsão de que três novos navios cheguem na costa de Itajaí nesta terça-feira, se os armadores não fizerem inversão de rota por causa do mau tempo.

A Defesa Civil tem alerta de vento forte e mar agitado no litoral catarinense até o dia 1º de dezembro, na quinta-feira. A previsão da Epagri/Ciram aponta vento persistente de leste e rajadas mais intensas na terça e quarta-feira, podendo chegar a 70 km/h.

Na região de Itajaí, as rajadas mais fortes devem passar dos 40 km/h até quinta-feira. A condição no litoral é de mar agitado. Nas praias da região, por causa do vento mais forte, são previstas séries de até 1,5 metro durante a semana. Para alguns picos, há chance de ondas maiores e possibilidade de ressaca. Fora da costa, a agitação será com ondas entre 1,5 e 3,5 metros durante a semana.

Com a persistência da chuva, a Defesa Civil de Itajaí segue sob alerta para o risco alto de alagamentos e deslizamentos de terra até terça-feira. Em Itajaí, o volume acumulado de chuva em 48 horas é de 153 mm, conforme o monitoramento até às 6h da manhã desta segunda-feira.

Na região da Amfri, Luiz Alves registra a maior precipitação, com volume de 231 mm, seguido de Camboriú, que já chega a 171 mm de chuva em 72 horas, e Piçarras, com 171 mm. A quantidade passa da média esperada para o mês inteiro.

Alguns modelos meteorológicos apontam que os volumes podem superar os 200 mm nas cidades litorâneas na região.

No Estado, o recorde de volume de chuva acumulada em 48 horas é de Schroeder, na região Norte, que registra 355 mm. Em Corupá, no Planalto Norte, já choveu 323 mm desde a manhã de sábado.

A chuvarada comum na primavera e verão de anos influenciados pelo fenômeno La Niña, está associada à circulação marítima, chamada de “lestada”, que favorece elevados índices de umidade do mar para o continente. Esse deslocamento provoca chuva persistente em longo período. 

Conforme a Defesa Civil do Estado, a presença de um vórtice de baixa pressão em médios e altos níveis da atmosfera contribuiu, neste caso, para que os volumes totais de chuva ficassem ainda mais elevados que o esperado.

Semana de mais chuvarada

Santa Catarina segue encoberta por muitas nuvens, com áreas de instabilidade sobre o litoral. A condição, associada à circulação marítima que traz a umidade do mar ao continente, mantém o tempo chuvoso.

De acordo com o laboratório de Climatologia da Univali, a chuva mais abundante permanecerá até quinta-feira, com volumes maiores até terça-feira. As rajadas fortes de vento seguem até quinta-feira. O pico foi de 85 km/h às 20h35 no sábado, na estação do Porto de Itajaí no molhe.

No domingo, no mesmo local da estação, as rajadas passaram de 40 km/h durante o dia. A máxima foi às 9h40, com 74 km/h. Na noite de domingo, as rajadas ficaram entre 50 e 60 km/h. Para região, também segue a condição de trovoadas isoladas. Para sexta-feira, é prevista maior abertura de sol, mas com previsão de chuva em pontos isolados.

Apesar da chuvarada, as temperaturas se mantêm amenas, ficando entre 17/23°C. Os termômetros se elevam a partir de quarta-feira, com mínimas entre 19/21°C e máximas entre 28/32°C.

BC mantém estado de atenção

A Defesa Civil de Balneário Camboriú informa que permanece em estado de atenção devido às chuvas que atingem a região, acompanhadas de rajadas de vento e mar agitado. Nas últimas 72 horas, o acumulado de precipitação atingiu 130 mm na cidade.

A chuva e o vendaval provocaram duas quedas de árvores, uma na rua Domingos Fonseca, no Estaleiro, e outra na rua Daniel Anastácio Fraga, no São Judas.

Durante o fim de semana, algumas ruas ficaram alagadas e houve anos no telhado do ginásio de esportes da Barra.

Cratera se abre na orla de Cabeçudas

O mar agitado nesta segunda-feira provocou erosão na calçada da orla da praia de Cabeçudas, em Itajaí. A força das ondas sobre o passeio abriu uma cratera. A área foi isolada pelo Corpo de Bombeiros Militar e deve passar por recuperação em breve.

Membros da Associação de Moradores de Cabeçudas alegam que o buraco não foi causado apenas pela ressaca. Eles contam que em outubro a prefeitura fez uma nova ligação pluvial na orla e que a cratera se abriu bem no ponto da nova ligação.

Os moradores acreditam que a ligação foi para atender a obra de um edifício da da ABF Vacary, mas a secretaria de Obras alega que é para escoar a água da chuva, já que a antiga ligação estava obstruída pela areia. A medida seria paliativa até que um novo sistema de drenagem seja implantado.

A Defesa Civil de Itajaí mudou do estado de monitoramento pra de atenção. “Com o solo encharcado, segue o risco para deslizamentos e alagamentos com chance de enxurrada”, informa o órgão.

Estradas rurais alagadas em Camboriú

Entre as principais cidades da Amfri, Camboriú é o município com maior volume de chuva em 72 horas, segundo dados da Defesa Civil do Estado. Até segunda-feira, o acumulado era de 171 mm. As regiões do interior do município foram as mais castigadas, com registro de alagamentos.

A Defesa Civil do município informou que a Estrada Geral do Rio do Meio chegou a ficar encoberta pela água no trecho entre o Pesque Pague Açanã até a altura do sítio do Celestino. A água baixou na manhã de segunda-feira, com os veículos voltando a passar no local.

Moradores relataram alagamento também na Estrada Geral Encantada, na localidade do Braço, deixando a comunidade ilhada.