Lestada
Em 24h choveu mais que o esperado pro mês
BC, Piçarras, Camboriú, Ilhota, Itajaí, Itapema, Luiz Alves e Penha estão em lista com alto risco de deslizamento
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A região de Itajaí está em alerta máximo para ocorrências de deslizamentos devido à chuvarada, com volume em algumas cidades perto dos 250 mm, mais que o previsto pro mês inteiro. O alerta da Defesa Civil de Santa Catarina vale para 36 cidades do Vale do Itajaí, Litoral Norte e região de Florianópolis, até terça-feira, quando chuvas mais volumosas devem predominar.
Na região da Amfri, o alerta abrange Balneário Camboriú, Balneário Piçarras, Camboriú, Ilhota, Itajaí, Itapema, Luiz Alves e Penha, cidades com alto risco de deslizamento e condição de chuva persistente. Até a domingo, sete cidades tinham registrado volume de chuva acima dos 100 mm em 48 horas na região: Luiz Alves (193 mm), Camboriú (161 mm), Piçarras (158 mm), Itajaí (135 mm), Itapema (125 mm), Penha (113 mm e Balneário (111 mm) mas sem ocorrência graves.
Nos municípios incluídos no alerta da Defesa Civil, o volume de chuva em 24 horas, entre sábado e domingo, variou de 60 a 100 milímetros, passando dos 200 mm em algumas cidades, como Schroeder (217 mm). O recorde até a manhã de domingo tinha sido em Bom Jardim da Serra, no planalto catarinense, com 241 mm de chuva em 24h.
A previsão de chuva em maior volume segue ao menos até terça-feira, mas a chuva, mesmo mais fraca, será persistente ao longo da semana. No período há chance de chuva forte acompanhada de rajadas de ventos, raios e granizo, segundo a Defesa Civil. O órgão alerta para ocorrências como alagamentos e enxurradas, com o risco mais alto nas regiões de Itajaí e de Joinville.
Cambu é a campeã
Segundo dados da Epagri/Ciram, a média mensal de chuva no Litoral Norte varia entre 150 e 170 mm, volume que tinha sido superado em apenas um dia em cidades como Joinville. Na região, a cidade de Camboriú registrou o maior volume de chuva até domingo. No sábado, foram registrados diversos pontos de alagamentos e deslizamentos, sem casos graves.
Em Itajaí, a medição foi de 135 mm em 48h. A Defesa Civil segue em monitoramento. A previsão para a cidade é de tempo instável com pancadas de chuva e rajadas de vento ao menos até essa segunda-feira, com alto risco pra alagamentos e deslizamentos.
Canal de acesso aos portos está fechado
A delegacia da Capitania dos Portos de Itajaí determinou o fechamento do canal de acesso ao portos na manhã de sábado e não há previsão de liberação. O motivo são as grandes ondas que ocorrem há mais de 24 horas, com altura de até 3 metros. Os fortes ventos que são registrados na região agravam ainda mais a situação e põem em risco a navegação pelo canal.
Com a interdição da barra, três navios [dois na Portonave e um na APM Terminals Itajaí] já concluíram suas operações e aguardam liberação para seguir viagem e cinco cargueiros estão fundeados aguardando para entrar. Segundo cálculo feito pelas empresas armadoras em nível global, cada navio parado representa perdas de US$ 50 mil por dia.
Já os ferry-boats que fazem a travessia entre Itajaí e Navegantes operam normalmente, enquanto o aeroporto de Navegantes teve um voo cancelado na manhã de domingo. A CCR Aeroportos, concessionária do aeroporto, informou que foi um cancelamento pontual e que as operações seguem normalmente mesmo com o mau tempo.
Itajaí com rajadas de vento de 85km/h; região teve apagão
As chuvas em Itajaí vieram com fortes ventos, que chegaram até 85 km/h na noite de sábado, provocando apagão nas cidades de Balneário Camboriú, Camboriú, Navegantes, Penha e Piçarras.
O centro de Itajaí teve as rajadas mais fortes, de cerca de 85 km/hora. Na estação do INMET, no bairro Itaipava, rajadas de 63 km/h foram registradas às 20h. Na estação da Univali/Porto de Itajaí rajadas de 85 km/h foram registradas por volta das 20h30.
Os ventos fortes foram os culpados pelos apagões em municípios da região na noite de sábado, com 40 mil unidades consumidaoras atingidas. A cidade mais atingida pelo apagão foi Penha, com 17 mil endereços sem luz entre sábado e domingo.
Na manhã de domingo, as rajadas provocaram queda de árvore na rua Hermínio Gervásio, em Cabeçudas. Na rua Benjamin Dagnoni, no Rio do Meio, uma árvore ficou pendurada na fiação elétrica.
Em Balneário Camboriú, a Defesa Civil registrou rajadas de até 73 km/h e acumulado de chuva de mais de 111 mm desde sábado.
O órgão atendeu ocorrências de alagamentos pontuais de ruas e quedas de árvores no sábado, quando alguns bairros também sofreram com quedas de energia, afetando 4 mil endereços. No bairro da Barra, o ginásio de esportes teve calhas deslocadas pelos ventos.
Tempo não muda até quinta-feira
A chuva na região e no estado é provocada pelo deslocamento da umidade do mar para o continente, associado à presença de um sistema de baixa pressão do ar, com atuação entre o litoral sul e sudeste do Brasil. Nos próximos dias, a chuva seguirá persistente mais no litoral de Santa Catarina.
A previsão indica que vai chover diariamente aos menos até quinta-feira, com chuva mais forte até terça-feira.
Rajadas de ventos mais fortes, acima dos 40 km/h, são esperadas até quinta-feira. Alguns picos podem chegar a 70 km/h, segundo a Epagri/Ciram.
Ressaca
A condição do mar é de ondas com séries maiores nas praias da região, com cerca de dois metros em alguns pontos e risco de ressaca. Fora da costa, a agitação marítima provoca ondas de até três metros, sendo desfavorável à navegação de pequenas e médias embarcações.