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Dor no bolso

Medicamentos têm diferença de preço de quase 300% em Itajaí

O soro fisiológico estava em promoção na Farmais por R$ 3,50

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]



Por Renata Rosa

Especial para o DIARINHO

Ter uma farmacinha em casa é mania nos lares de norte a sul do Brasil. Só que manter o suprimento de analgésicos, antitérmicos e remédios de uso contínuo tem sido um desafio diante da diminuição do poder de compra do consumidor.



Para ajudar o povo na missão, o DIARINHO pesquisou o preço de 30 itens mais comuns em cinco redes de farmácia. A maior variação foi do soro fisiológico usado, por exemplo, para fazer inalação. Enquanto na Farmais o soro custava R$ 3,50, na São João, o mais barato custava R$ 13,69, diferença de 290%.

Em relação aos analgésicos, a maior variação foi do Paracetamol, caixa com 20 comprimidos, que era vendido a R$ 6,54 na Droga Raia e R$ 18,95 na Farmais, diferença de 189,75%.

Em terceiro lugar aparece o Captoril (185,58%), que trata insuficiência cardíaca e previne pressão alta, e custava R$ 3,40 na Droga Raia e R$ 9,71 na Farmais.


Em seguida, outro anti-hipertensivo, o Propranolol, vendido a R$ 2,99 na Droga Raia e R$ 7,90 na Farmais, diferença de 164,21%. No geral, Preço Popular e Droga Raia empataram com oito itens mais em conta.

Também apresentaram variação de mais de 100% a caixa de diclofenaco sódico com 20 comprimidos (156,87%), com preços que vão de R$ 5,82 (Preço Popular) e R$ 14,95 (Farmais). E o antitérmico dipirona de 10ml, que era vendido a R$ 3,53 na Droga Raia e R$ 9,06 na Preço Popular, diferença de 156,65%.

Entre os anti-alérgicos, a maior variação foi da Loratadina (91,81%) e entre os calmantes, o ansiolítico Clonazepan (90,53%).

 


 

 

Farmácias apostam em promoções e brindes pra aumentar vendas

Farmácias apostam em promoções e brindes pra aumentar vendas

 


Redes de farmácias se multiplicam para atender aumento da procura

Governo federal cortou orçamento da Farmácia Popular, que já foi de R$ 3 bilhões, para R$ 1,2 bilhão

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Além do setor de limpeza, outro segmento da economia que cresceu barbaridade por causa da pandemia foram as redes de farmácias. O ano de 2021 fechou com um crescimento de 16,04% em relação a 2020, a maior taxa em uma década, segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).

Além da multiplicação de lojas, o faturamento de R$ 67,5 milhões também se deve às vendas por delivery e aplicativos. Deste montante, 68% corresponde à venda de medicamentos. O valor médio da compra nas farmácias é de R$ 72,18.

Mas se o consumidor está gastando mais na farmácia, isso indica que ele também está mais doente. Além das sequelas de quem contraiu covid severa, também há um agravamento na saúde mental em função do confinamento e da crise institucional do país.


Prova disso é a explosão na venda de antidepressivos e reguladores de humor, os mais vendidos segundo a Farmácia APP, aplicativo de vendas online, que registrou aumento de vendas de 53% em 2021.

“O problema é que o uso indiscriminado pode levar ao autodiagnóstico incorreto, interações medicamentosas perigosas e escolha incorreta da terapia, podendo mascarar uma doença grave, além de causar dependência”, adverte a farmacêutica Ana Capeleto.

Ela também faz um alerta em relação ao abuso de antibióticos para tratamento de resfriados, que são causados por vírus. “Seu uso incorreto pode tornar as bactérias mais resistentes e o medicamento ineficaz, além de destruir as bactérias boas do nosso organismo”, explica. Além disso, a falta de orientação no uso do medicamento pode agravar a infecção e provocar a seleção de bactérias. “É assim que surgem as superbactérias”, conclui. 

Farmácia Popular cortada

Outro problema que tem tirado o sono dos gestores em saúde é o corte monumental do governo federal na Farmácia Popular, que fornece 22 medicamentos de forma gratuita ou com subsídio de 90% para mais de 20 milhões de brasileiros.

O corte de 13 tipos de medicamentos afeta pacientes de diabetes, hipertensão e asma, além de restringir a distribuição de fralda geriátrica. O valor do orçamento, que era R$ 3 bilhões em 2018, caiu para R$ 1,2 bilhão.

O presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), Nelson Mussolini, explica que os programas de saúde preventiva evitam gastos maiores com internações e tratamentos de reabilitação.

“É muito mais barato tratar hipertensão ou diabetes do que ter que pagar uma aposentadoria por invalidez. Desidratar esse programa é um tiro no pé”, afirma. Dados da pesquisa do MS que monitorou os resultados do programa entre 2006 e 2012 revelaram que o subsídio evitou cerca de 240 mil hospitalizações.

A gerente de assistência farmacêutica da Secretaria Municipal de Saúde, Mariana Floriano de Sena, disse que em Itajaí, 12 dos 13 medicamentos cortados podem ser encontrados nos postos de saúde. Já em relação aos cortes no Programa IST/AIDS ainda é uma incógnita. “Não sabemos como o Ministério da Saúde fará a distribuição de medicamentos, especialmente as terapias PREP e PEP, e quais serão as estratégias no combate ao HIV/AIDS”, admite.

Mais de 1 milhão de brasileiros recebem o coquetel antiviral para não desenvolver AIDS. Com os seguintes cortes no programa, que já foi referência mundial, os gestores estão tendo que racionar medicamentos como o Lamivudina, que custam, em média, R$ 800 nas farmácias.

 

Dona Ruth gasta metade da pensão com remédios para tratar 12 enfermidades

Até os banhos de sol diários ficam restritos quando chega a frente fria

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A rotina de Maria Ruth Costa Rosa, 82 anos, começa às 7h, quando a primogênita Roseli, que é enfermeira, lhe traz o café para administrar as primeiras pílulas do dia. São 12 compridos divididos em três etapas após as refeições. Sem falar nas sessões de inalação e o antibiótico que entrou no cardápio por causa de uma pneumonia. E como nem todos os medicamentos são fornecidos pelo SUS, a conta mensal na farmácia chega a R$ 2 mil, metade de sua pensão.

Dona Ruth tem uma série de comorbidades, o que foi prejudicando sua qualidade de vida e restringindo as atividades diárias. Ela já sofria de hipertensão e diabetes, além de artrose e reumatismo, mas em 2013, foi diagnosticada com insuficiência cardíaca e teve que receber um marcapasso. Em 2017 apareceu um tumor na mama, e por causa de sua condição cardíaca, o mastologista decidiu não fazer cirurgia, mas administrar quimio oral. Em 2019, foi hospitalizada com acúmulo de líquido nos pulmões, e no ano passado, insuficiência renal.

Da longa lista de remédios, ela recebe pelo SUS o AAS, que afina o sangue, o clopidogrel (previne infarto), o Aloripinol (gota), a glicazida (controle da diabetes) e o ácido fólico. Mas como todo remédio tem efeitos colaterais, foi preciso incluir outras medicações para equilibrar o sistema como diuréticos, vitaminas e ferro, além das fraldas e absorventes geriátricos.

Apesar de tudo, dona Ruth não se deixa abater. Ela passa o dia pintando, admirando seu jardim e assistindo a canais religiosos, de notícias e de esporte. Por isso não vê a hora de ficar logo boa da pneumonia para acompanhar a Copa da Mundo, que começa no próximo dia 20. “Era tradição quando os filhos eram pequenos assistirmos aos jogos juntos pra torcer pelo Brasil, com direito a empadinhas e outros quitutes, era uma festa”, relembra.

 




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