ADEUS, CARTÃO DE CRÉDITO

Cartilha ensina consumidores endividados a saírem do vermelho

No Brasil, oito a cada 1O consumidores estão devendo. São 65 milhões de famílias endividadas no país

Inflação e cartão de crédito são os vilões endividamento no Brasil
(foto: franciele marcon)
Inflação e cartão de crédito são os vilões endividamento no Brasil (foto: franciele marcon)
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Diante do aumento expressivo de brasileiros endividados, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) anunciou nesta semana o lançamento de uma cartilha digital para ajudar os consumidores a colocarem as contas em dia.

Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) realizada em abril, quase 80% dos cidadãos estão endividados no país. O número é o maior desde janeiro de 2010.

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Comparado ao mesmo período do ano passado, o número de endividados deu um pulo de 10 pontos percentuais: de 67,5% para 77,7%.  São 65 milhões de famílias nesta situação no Brasil. Para piorar, 11% delas não têm condições de quitar suas dívidas.

Além de orientar os endividados, a cartilha lançada pelo CNJ tem o objetivo de facilitar o trâmite judicial de processos que envolvam brasileiros superendividados.

“As famílias brasileiras são as mais endividadas do mundo. Elas não conseguem sair da dívida construída. Então a cartilha ensinará como fazer essa negociação. Inclusive, em breve, será divulgada a cartilha digital para facilitar o acesso das famílias”, explicou o ministro do STJ, o catarinense Marco Aurélio Gastaldi Buzzi.

Cartão na mira

A pesquisa da CNC mostra que a inflação foi a responsável por um aumento de 30% na fatia da renda salarial dedicada ao abatimento de dívidas.

Os dados também apontam que o cartão de crédito segue sendo o maior carrasco dos consumidores com dívidas. Isso porque é a modalidade de pagamento com juros mais elevados quando em comparação às demais, como cheque pré-datado, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa ou financiamentos.

 

As famílias brasileiras são as mais endividadas do mundo. Elas não conseguem sair da dívida construída. Então a cartilha ensinará como fazer essa negociação" -  Marco A. Gastaldi Buzzi - Ministro do STJ

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Comece listando as dívidas

Natália explica que dívidas devem ser separadas por categorias

Natália explica que dívidas devem ser separadas por categorias

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Segundo a planejadora financeira e sócia-fundadora da empresa LAVI, Natália Julles Moreira, o mapeamento de renda e dos gastos é essencial. Também é preciso monitorar todas as dívidas ativas. Natália explica que o primeiro passo é listar a vida financeira. Isto é, o que se ganha e o que se gasta.

“Precisa ser de forma detalhada. Desde bonificações, vale-alimentação, trabalhos à parte... Depois, listar todos os gastos por categorias: alimentação, habitação, saúde, lazer, educação, dependentes. Lembrando que cartão de crédito não é categoria. É um meio de pagamento. Então, é preciso abrir essa fatura e detalhar, nas categorias, tudo aquilo com que se gasta”, explica a especialista.

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O segundo passo, diz, é listar as dívidas em atraso, considerando o preço da parcela, porcentagem de juros e o tamanho da dívida.

Na sequência, no terceiro passo, deve-se  identificar qual dívida terá preferência e qual pode ficar para depois.

O quarto passo é analisar as dívidas essenciais e observar qual delas corresponde à maior taxa de juros. “Olhando para a maior taxa, a pessoa vai entrar em contato com o credor e buscar negociar a dívida da maneira que melhor caiba em sua vida financeira”, orienta.

Segundo a especialista, o quinto passo é listar os itens que podem ser postos em segundo plano. Isto é, observando o orçamento, onde é possível abrir espaço para economizar e quitar a dívida. O sexto passo seria buscar uma renda extra.

 

Razões para o aumento de endividados no Brasil

Para o economista e professor de Relações Internacionais da Univali, Daniel Corrêa da Silva, há três fatores principais para essa explosão no número de endividados. “A primeira razão é a queda na renda média do brasileiro. De 2020 para 21, houve queda na ordem dos 10% na renda dos trabalhadores, enquanto de 2021 a 22 foi de 8%. Isso faz com que o trabalhador nas regiões metropolitanas do Brasil tenha uma renda média de R$ 1378. É uma mínima histórica, que jamais aconteceu antes. Nunca esteve tão próximo do salário mínimo”, analisa.

Para o professor, a inflação dos últimos anos e a projetada para 2022 faz com que o consumidor gaste, em prestações, com itens básicos de sobrevivência.

“Isso nos leva ao segundo condicionante, que é a explosão na inflação. De 2020 para 2021, tivemos inflação acima dos 10%. De 2021 para 2022, também aponta para uma faixa superior a 10%. No acumulado de 12 meses, neste primeiro semestre, tivemos períodos em que passou dos 12% ao ano. Isso faz com que o trabalhador, com renda já em queda, tenha que se endividar com coisas básicas, como pagar botijões de gás em prestações”.

Como terceiro pilar, Daniel aponta o crescimento da Selic, a taxa básica de juros. “Com esses altos índices de inflação, a renda deixa de ser suficiente. Os consumidores se endividam no limite do cheque especial e também no cartão de crédito, cujas taxas de juros sempre foram altas no Brasil, mas nos últimos dois anos sofreram aumento extraordinário. A taxa básica de juros subiu de uma média de 2,7% ao ano para 13,75% ao ano, e todas as taxas de juros de nossa economia estão atreladas a ela”.

 

 






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