Itajaí
GM e moradores se mobilizam para brecar cerol no São Vicente
A ação de um grupo de moradores ganha apoio da guarda e da polícia
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A ação dos pipeiros está acabando com o sossego dos moradores do bairro São Vicente, em Itajaí. A principal reclamação é com relação ao vandalismo, além da utilização do cerol. A mistura, de cola e vidro, é usada para cortar as linhas dos pipeiros concorrentes, e se transforma em arma que pode ferir crianças, pedestres, ciclistas e motociclistas.
O uso do cerol é proibido em Itajaí e Santa Catarina e deve ser fiscalizado e coibido pelos órgãos de segurança. A legislação municipal prevê multa de R$ 1834 para quem fizer uso ou comercializar o cerol em Itajaí. Mas nem isso impede o uso. A fiscalização é feita pela Guarda Municipal e pela Polícia Militar, mas segundo moradores, não impede a prática principalmente nos finais de semana.
“Os pipeiros tomam conta das ruas e terrenos baldios, enquanto um grande número de carros ocupa as laterais das ruas com som alto, bebidas, baderna e barulho”, reclama um morador da avenida Nilo Bittencourt. Há pipas na fiação elétrica, telhados, copas de árvores, enroscadas em cercas elétricas, juntamente com lixo, garrafas vazias, muros sujos e até destruídos.
O metalúrgico Marco Aurélio da Cunha conta que nos finais de semana os moradores evitam até sair de casa ou deixar os filhos aproveitarem os dias ensolarados pelo risco de acidentes com as linhas com cerol. “Os pipeiros invadem casas, ameaçam moradores, interrompem as vias, ligam som alto, bebem e fazem algazarra, além de obstruírem as saídas dos moradores. As linhas com cerol cortam cabos de internet e emporcalham as fiações elétricas, colocando em risco a vida de moradores”, explica Marco.
A dona de casa Luciana conta que os pipeiros sobem nos telhados pra recuperar as pipas, atiram pedaços de pau, xingam e ofendem moradores que não permitem o acesso às residências.
Moradora da rua Antônio Domingos de Borba, ela acrescenta que os moradores não podem nem reclamar porque correm risco de agressão.
Campanha comunitária
O morador Marco Aurélio explica que os moradores se uniram para combater o problema no loteamento Nilo Bittencourt.
Entre as ações está um abaixo-assinado com centenas de assinaturas de moradores, placas orientando que o uso de cerol é proibido e informando os números da GM e PM para denúncias.
O morador conta que o comandante da GM disponibilizou o número de seu telefone celular para agilizar a comunicação dos moradores. “Tivemos novamente problemas no último sábado, o coronel Otávio foi acionado e o efetivo da GM veio em seguida. Mas precisamos de fiscalização constante”, destaca.