Parte dos efluentes são “tratados” de forma doméstica e o restante é despejado "in natura" em ribeirão
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Mau cheiro e infestação de mosquitos são alguns dos problemas (Fotos: Joca Baggio)
Esgoto a céu aberto corta o bairro Meia Praia e chega ao mar
(Fotos: Joca Baggio)
Mau cheiro e infestação de mosquitos são alguns dos problemas (Fotos: Joca Baggio)
Mau cheiro e infestação de mosquitos são alguns dos problemas (Fotos: Joca Baggio)
Mau cheiro e infestação de mosquitos são alguns dos problemas (Fotos: Joca Baggio)
A falta de rede coletora e sistema de tratamento de esgoto em Navegantes faz com que grande parte dos efluentes seja lançado na rede pluvial e, consequentemente, acabe no mar. É o caso da “vala da radial”, um ribeirão que corta praticamente todo o bairro da Meia Praia e transformou-se em um verdadeiro esgoto a céu aberto, denunciam vizinhos.
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As consequências são a grande proliferação de insetos, mau cheiro e o comprometimento de uma faixa da praia na divisa dos bairros Meia Praia e Gravatá. “Caminho todos os dias pela praia ...
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As consequências são a grande proliferação de insetos, mau cheiro e o comprometimento de uma faixa da praia na divisa dos bairros Meia Praia e Gravatá. “Caminho todos os dias pela praia e quando passamos pela divisa onde desemboca a vala o cheiro é muito forte e piora ainda mais nos dias quentes”, denuncia a moradora Roseana Santana Soares.
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Ela destaca ainda a coloração escura de uma faixa de praia, problema que se agrava nos períodos de chuva. Tânia Ferreira, que mora na rua José Lino Rocha, a poucos metros da Radial Ivo Silveira (conhecida por rua da vala), reclama da quantidade de insetos na região.
A proliferação de mosquitos incomoda, também, comerciantes da rua José Romão, nas proximidades de onde a vala desemboca no mar. “Ao mesmo tempo que a prefeitura faz campanhas de combate à dengue, não fiscaliza os criadouros de mosquitos”, diz Tânia.
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O advogado e engenheiro Rui Dalton Miecznikowski denuncia, também, a falta de fiscalização pelos órgãos governamentais, a falta de manutenção do leito do ribeirão das Pedras (ou a vala da radial) e defende a implementação imediata do sistema de coleta e tratamento de esgoto. “Navegantes tem recursos para isso. O que sempre nos faltou foi vontade política. A falta de um sistema de coleta e tratamento de esgoto compromete nossa economia e é um caso de saúde pública”, acrescenta.
Para o professor e pesquisador da Escola do Mar, Ciência e Tecnologia da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Marcus Polette, é inadmissível que em pleno século 21 o saneamento não seja priorizado na agenda de desenvolvimento social, ambiental e econômico dos municípios. O impacto disso na região, segundo o pesquisador, é a falta de balneabilidade nas praias.
Caso de saúde pública
O secretário de Saneamento Básico de Navegantes (Sesan), Valério de Campos, confirma a inexistência de sistema de esgotamento sanitário no município e defende a utilização de fossa séptica, filtro anaeróbio, caixa de cloração e o despejo do efluente na rede pluvial.
“O modus operandi é o seguinte: o cliente que deseja uma ligação de esgoto vai ao Instituto Ambiental de Navegantes (IAN), paga uma taxa e recebe todas as instruções construtivas. As instalações são fiscalizadas e, se aprovadas, é enviada uma autorização ao Sesan, que executa a interligação à rede pluvial, assim, já nascem prontas e fiscalizadas”, diz o secretário Valério.
No entanto, não existe fiscalização com relação às ligações irregulares na rede pluvial. O próprio Valério diz que a Sesan não fiscaliza “porque não tem poder de polícia” e que quando há alguma denúncia, encaminha para o IAN para que sejam tomadas as providências.
Procurado pela reportagem do DIARINHO, o superintendente do IAN, Marcos Zaleski de Matos, não retornou nenhuma das mensagens.
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A falta de sistema de coleta e tratamento de esgoto compromete a economia e é um caso de saúde pública” - Rui Dalton Miecznikowski - Morador da cidade
Praia poluída no verão
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Navegantes tem uma população de nais de 83 mil habitantes (dados do IBGE de 2020). Durante o verão a cidade fica ainda mais povoada e o problema acaba refletindo na balneabilidade das praias.
Segundo as amostras coletadas na praia Central pelo Ima, na Meia Praia a maior parte dos pontos de análise são impróprios para banho durante o verão.
O secretário Valério Campos afirma que a implantação do sistema de coleta e tratamento de esgoto é uma das propostas defendidas pela atual administração. No entanto, ainda não existem projetos, custos e prazos estimados para implantação da rede de esgoto .
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