O casal de ambientalistas Germano e Elza Woehl, com trabalho de referência na proteção do meio ambiente no Vale do Itapocu, em Santa Catarina, foi vítima de atentado a partir de disparos de arma de fogo na terça-feira da semana passada, em Jaraguá do Sul. A Polícia Civil investiga o caso com levantamento de imagens do local e tomada de depoimentos.
Germano detalhou que parte dos tiros foram disparados em direção a um banheiro de sua casa, atingiram uma parede ao lado da porta da garagem, e sete balas a atravessaram – uma delas quebrando a porta de vidro interna e atingindo uma sala. A placa do instituto também foi atingida, como intimidação.
Germano e Elza são os coordenadores do Instituto Rã-bugio, organização não-governamental premiada internacionalmente e com sede em Jaraguá do Sul, que leva programas de educação ambiental ...
Germano detalhou que parte dos tiros foram disparados em direção a um banheiro de sua casa, atingiram uma parede ao lado da porta da garagem, e sete balas a atravessaram – uma delas quebrando a porta de vidro interna e atingindo uma sala. A placa do instituto também foi atingida, como intimidação.
Germano e Elza são os coordenadores do Instituto Rã-bugio, organização não-governamental premiada internacionalmente e com sede em Jaraguá do Sul, que leva programas de educação ambiental e preservação dos remanescentes da Mata Atlântica.
A família Woehl vive na reserva ambiental que sedia esse instituto – segundo eles, a área e o trabalho de proteção são visados desde que eles denunciaram irregularidades na proteção do meio ambiente do Vale do Itapocu e no norte do Estado. O casal já vivia sob tensão desde outra ameaça: a tentativa de invasão de uma segunda reserva que eles gerenciam – a de Itaiópolis, no planalto norte catarinense, também área de proteção de propriedade dos ambientalistas.
O ataque, que ocorreu logo após as mortes do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira, na Amazônia, acaba ilustrando o difícil momento que defensores da natureza vivem no Brasil. Ao jornalista Giorgio Guedin, do UOL, Germano alegou que a reserva de Itaiópolis, a “Corredeiras do Rio Itajaí”, foi vítima de incêndio meses atrás. “O autor pode ser o mesmo”, opina.
60 mil alunos visitantes
O Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade não possui fins lucrativos. Iniciou em 2003 na região do Brüderthal, em Guaramirim, e hoje seu espaço já recebeu mais de 60 mil estudantes, em parcerias de educação ambiental com várias escolas.
Os Woehl dedicam-se à proteção da natureza desde 1998 e conseguiram consolidar a entidade como organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) e integrá-la ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), com seus 4,75 hectares (47.500 m²) de Mata Atlântica em estágio avançado de regeneração e trilhas frequentemente percorridas pelos estudantes, visando a proteção de mananciais e biodiversidade.
O DIARINHO contatou as polícias Civil em Jaraguá do Sul e Guaramirim, mas não houve retorno sobre o estágio das investigações.