Lideranças e ativistas femininas iniciaram um movimento de reação às palavras do vereador Nilson Probst (MDB) direcionadas à pedagoga, influencer e Miss Brasil Plus Size Tatiane Amorim Tomio, ditas em plenário na semana passada pelo vereador Nilson Probst, do MDB. Nilson criticou a contratação de Tatiana, que até 18 de março deste ano, era professora em Penha, mas foi chamada pelo prefeito Fabrício de Oliveira (PODE), para uma direção pedagógica em Balneário Camboriú. 

Tatiane acusa o parlamentar de atacá-la em sua vida pessoal, após duas falas em plenário em que ele critica vídeos pessoais da gestora educacional, e insinua que ela não teria moralidade para assumir um cargo pedagógico. Probst nega o insulto. A Procuradoria Especial da Mulher da Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú e também o Coletivo Mulheres do Brasil em Ação (CMBA), com atuação em Santa Catarina, questionaram a fala do vereador, acusado por Tatiane Tomio de machismo, misoginia e preconceito. Vereadora e ativista apontam, respectivamente, “excessos” e “agressão corporativa” promovidas pelo emedebista. 

“A Procuradoria da Mulher não foi procurada pela professora, mas acredito que excessos ocorreram. Acompanhei a situação”, pontuou a vereadora Juliana Pavan (PSDB), procuradora da Mulher no âmbito legislativo de Balneário. “Como a senhora Tatiane agiu prontamente através de boletim de ocorrência, que é o que recomendamos às mulheres quando sentem-se lesadas, vamos aguardar o posicionamento da Justiça, que deve tomar as medidas cabíveis”, detalhou Juliana, em nota enviada ao DIARINHO.  “Afirmações em momentos acalorados de debate, principalmente em plenário, devem ser muito bem pensadas e medidas as suas consequências”, observou Pavan. 

Já Regina Santos, presidente do CMBA, estuda também medidas a serem tomadas. “Tatiane é nossa rainha do carnaval plus size do coletivo CMBA”, revela a ativista. “E é rainha justamente por conta da luta contra a gordofobia. Nós lutamos contra qualquer tipo de preconceito e tabus. Tatiane é neuropsicopedagoga, estudada, com amplas condições de trabalhar em qualquer cidade”, comenta Regina. “Se ela foi convidada pelo prefeito, é porque é qualificada”. 

“O vereador cometeu a chamada agressão corporativa, ou seja, agressão em função do trabalho exercido. É um assédio corporativo, quando se julga pela profissão”, acusa Regina. “Em pleno século 21, um vereador de Balneário Camboriú que representa muitas mulheres, porque o eleitorado nacional é composto em sua maioria por mulheres, deveria ser o primeiro a não usar palavras pesadas contra uma mulher”, finaliza Regina.