DIVERSIFICAÇÃO ECONÔMICA
Economia azul movimenta a pesquisa, a pesca, os serviços, a indústria, o turismo...
A economia do mar não está ligada, unicamente, às atividades extrativistas relacionadas ao ambiente marinho, mas a uma crescente diversificação das atividades econômicas do oceano, que vão da pesca a atividades de recreação e lazer
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

O litoral concentra a metade da população brasileira e representa uma das principais fontes de riqueza. Estudos apresentados pela economista Andrea Bento Carvalho, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), mostram que apenas 14% das atividades relacionadas à economia azul estão, diretamente, ligadas ao mar, como pesca, serviços, defesa nacional, geração de energia, extração mineral, transporte e riquezas geradas pela biodiversidade. No entanto, os 86% restantes englobam uma imensa cadeia de setores produtivos ligados, indiretamente, à economia do mar.
“Cabe, também, destacar que os municípios costeiros catarinenses que, ao longo das últimas décadas, não tiveram sua base econômica alicerçada nos setores produtivos, como é o caso dos setores portuário e industrial, por exemplo, partiram para o turismo de sol e praia. Especialmente, com a comercialização da sua paisagem na forma de loteamentos à beira-mar”, explica Marcus Polette, da Univali.
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Receitas decorrentes de impostos como o IPTU, o ITBI e, recentemente, a outorga onerosa, foram responsáveis pela dinâmica dos setores imobiliários e da construção civil, e representam grandes forças motrizes da maioria dos municípios costeiros.
Com relação à realidade regional, o presidente da Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí-Açu (Amfri) e prefeito do município costeiro de Porto Belo, Emerson Stein, confirma que a região tem ligação direta com o mar, visto que muitos dos municípios são litorâneos e têm uma boa fatia da sua economia vinda das águas. Portanto, na opinião de Stein, entender a importância do mar para nossa região é mais que valorizar este recurso natural. “É criar, como gestores públicos, recursos para fomentar a economia e, assim, contribuir ainda mais para o desenvolvimento das cidades.”
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Stein destaca que, além dos portos em Itajaí e Navegantes, responsáveis por uma importante parcela da economia do estado e região, a economia de cidades é proveniente da pesca ou do turismo. “O esporte náutico também aparece como fundamental ator, que está em constante crescimento em toda a nossa costa, atraindo visitantes e auxiliando a economia”, completa.
O prefeito de Balneário Camboriú, Fabrício Oliveira (Podemos), diz que a economia do mar representa muito para o estado de Santa Catarina. “Temos potencialidades enormes em setores como turismo, pesca e construção naval, que precisam sempre de atenção, investimentos e incentivos, porque movem uma economia importante que gera emprego e renda a muitos catarinenses.”
Mercado crescente
“Como todas as áreas, a economia do mar, na Foz do Itajaí, precisa de inovação para seguir crescendo e gerando as oportunidades de emprego e renda que a região precisa”, diz o presidente do Conselho Consultivo do InovAmfri, Paulo Roberto Bornhausen. Inclusive, o projeto regional engloba um planejamento de desenvolvimento econômico e social para os próximos anos e, no médio e longo prazos, passa por uma economia oceânica forte e inovadora. “Aqui, estamos falando da indústria naval, da logística, da indústria de alimentos e também do turismo que, apesar de ser um outro setor, na região, está diretamente ligado ao mar. Setores que necessitam de capital humano altamente qualificado, atuando com foco em pesquisa de novas tecnologias também para esses setores estratégicos para a região”, acrescenta Bornhausen.