CPI DA COVID
Renan e Jorginho quase saem no tapa
Catarinense foi chamado de “vagabundo”, “puxa saco” e “vigarista”; Jorginho xingou Renan de “ladrão” e “picareta”
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A reunião da comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no senado Federal foi marcada por troca de xingamentos entre os senadores Renan Calheiros (MDB) e Jorginho Mello (PL) na manhã de quinta-feira. O barraco quase terminou em vias de fato entre os parlamentares.
A discussão começou quando Renan, relator da CPI, não aceitou ser interrompido pelo senador catarinense, que tentava defender o governo do presidente Jair Bolsonaro das acusações de corrupção feitas por Renan no caso das negociações de vacina. O relator disse que não deu a palavra a Jorginho e que não poderia ser interrompido.
“Vai pros quintos”, respondeu Jorginho. Renan Calheiros retrucou: “Vá você com seu presidente e com o Luciano Hang”. Mas Jorginho não deixou barato: “O senhor vá lavar a boca pra falar do Luciano, um empresário decente, um homem honrado”. A confusão seguiu com troca de ofensas. “Vai lavar a tua, vagabundo”, xingou Renan. “Vagabundo é tu, ladrão, picareta”, respondeu Jorginho. “Ladrão, picareta é você”, rebateu Renan.
O relator da CPI chegou a se levantar da cadeira e ir em direção a Jorginho, mas foi impedido por outros senadores. Os dois se encararam e seguiram com xingamentos. “Puxa-saco, vigarista”, diz Renan. Os insultos ocorreram durante a reunião em que o diretor da Precisa Medicamentos, Danito Trento, era ouvido pela CPI.
O presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD), pediu “cautela” e sugeriu que os dois senadores se desculpassem mutuamente. A sessão foi suspensa e seguiu o intervalo para o almoço.
Pelas redes sociais, Jorginho se manifestou sobre o episódio. “Quem é Renan Calheiros para chamar alguém de vagabundo? Ninguém tem sangue de barata. Fiz o que muitos brasileiros gostariam de ter feito”, publicou.
Hang será ouvido na CPI
A comissão aprovou o requerimento do senador Renan Calheiros pra convocar o empresário Luciano Hang a depor na CPI. Ele será ouvido na próxima quarta-feira, dia 29 de setembro, sobre o caso da mãe de Hang, que morreu em fevereiro no hospital Sancta Maggiore, da Prevent, empresa acusada de omitir mortes em estudo sobre o “kit covid”.
A suspeita é que a mãe do empresário foi submetida a tratamento com ozônio, não permitido pelo conselho Federal de Medicina (CFM) e que foi omitida a covid-19 como causa mortis no atestado de óbito da paciente pelo hospital.
“Ele, como um patriota que participou ativamente nas discussões de ‘tratamento precoce’, com certeza ficará muito feliz em vir aqui à CPI contribuir com a investigação”, disse o presidente da CPI, Omar Aziz. O senador Jorginho Mello registrou voto contrário à convocação de Hang, de quem é apoiador.
Em nota, o empresário catarinense disse que recebeu com “tranquilidade” a notícia da convocação e que está à disposição pra esclarecer qualquer questionamento. “Será um prazer estar presente e falar de todo o trabalho que foi feito visando ajudar no enfrentamento da pandemia, buscando auxiliar na saúde do povo brasileiro e também na economia”, informou.