BALNEÁRIO
PM diz que pintor, morto em confronto, não foi vítima de assalto
Polícia Militar e DIC instauraram inquéritos para investigar homicídio
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]



O pintor Giovanildo Alves Ferreira, 25 anos, que morreu na noite de quinta-feira, após ser baleado pela polícia Militar de Balneário Camboriú, não teria sido a vítima do roubo do celular. O relatório da PM afirma que a vítima do roubo foi uma mulher.
O comando 3ª Região de PM instaurou um Inquérito Policial Militar para apurar a morte de Nil Ferreira, na rua Corupá, no bairro dos Municípios. A DIC de Balneário também investiga o homicídio.
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Segundo familiares e amigos do pintor, Nil teria sido assaltado e teve o celular roubado. Ele pegou a arma, em casa, para ir atrás do criminoso, mas teria sido confundido com um assaltante e acabou morto pela PM.
Só que essa versão é bem diferente da apresentada pela PM. Segundo versão oficial, a jovem A.D.L. acionou a PM após ter sido assaltada e ter o celular roubado perto da marginal da BR-101 com a rua 2950.
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Com a característica dos assaltantes, a PM iniciou as rondas. Na rua Corupá, a guarnição viu dois homens, um deles com as características semelhantes às repassadas pela vítima.
Com a aproximação da PM, os homens tentaram fugir pra lados opostos. D.A.S. foi rendido antes que conseguisse sair da frente da quitinete. Já Nil, segundo a PM, entrou no imóvel e não acatou as ordens de colocar as mãos na cabeça.
Os PMs tentaram imobilizar Nil, mas ele teria levado a mão à cintura pra sacar o revólver calibre 38. Um soldado da PM disparou duas vezes contra Nil. O Samu chegou a ser chamado, mas já encontrou o rapaz morto.
Na casa, onde ocorreu a morte, morava D.. A arma que estava com Nil foi apreendida e entregue à perícia do IGP, segundo a PM. O revólver não seria registrado. A polícia ainda diz que Nil tinha um coldre na cintura.
A PM informou que tem testemunhas e imagens de câmeras de monitoramento mostrando que Nil e D. estavam juntos e tentaram fugir ao ver os PMs.
Ainda segundo a PM, a vítima A. não reconheceu nenhum dos envolvidos como os autores do assalto.
DIC vai ouvir testemunhas e checar imagens
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A DIC de Balneário Camboriú abriu um inquérito policial para investigar o homicídio. A polícia Civil busca imagens das câmeras de segurança para entender como a morte de Nil ocorreu. Segundo o delegado Vicente Soares, a PM não apresentou a ocorrência na central de Plantão Policial (CPP). O IGP foi até o local do possível confronto e recolheu a arma da vítima. A arma usada pelo PM não foi entregue à polícia Civil. “Estamos buscando imagens e ouvindo as testemunhas para entender o que aconteceu”, informou.
A família voltou a afirmar à polícia Civil que Nil foi vítima de um roubo e pegou a arma para ir atrás do criminoso. Nil era casado, trabalhava como pintor e morava na rua Corupá, onde foi morto.